O governador Flávio Dino (PCdoB) cortou R$ 976.828,00 (novecentos e setenta e seis mil, oitocentos e vinte e oito reais) da verba destinada no Orçamento para a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e transferiu para o apoio às manifestações artístico-culturais em dez municípios do interior do estado. A informação está publicada no caderno Executivo do Diário Oficial do Estado do Maranhão, na edição do dia 1º de dezembro deste ano.
Público, o dinheiro que seria utilizado para a “formação de profissionais de nível superior” garantirá agora o divertimento da população de Araguanã, Barão de Grajaú, Bela Vista do Maranhão, Bom Lugar, Fernando Falcão, João Lisboa, Maranhãozinho, Olho d’água das Cunhãs, Peritoró e Porto Rico do Maranhão. A maioria das cidades é controlada pelo deputado Josimar de Maranhãozinho (PR), que é aliado do governo e lidera o segundo maior bloco na Assembleia Legislativa, com oito parlamentares.
Embora o Palácio dos Leões possa alegar que objetivou a valorização da cultura e da arte, o remanejamento da verba se assemelha muito a famigerada política do pão e circo, modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. A diferença, porém, é que, no Maranhão, não há o pão.
E nem água.
Além do dinheiro da UEMA, o governador do Maranhão também cancelou a despesa de R$ 39.630,00 (trinta e nove mil, seiscentos e trinta reais) para a “construção de Construção de Sistema Simplificado de Abastecimento de Água (SSAA)” em municípios onde o acesso à água para consumo humano e produção agrícola ainda não chega.
No mesmo decreto, de número 32.454, Flávio Dino também cortou R$ 11.050,00 (onze mil e cinquenta reais), que seriam utilizados para o “aparelhamento e estruturação tecnológica” das policias; cancelou R$ 30.854,00 (trinta mil, oitocentos e cinquenta e quatro reais) que seriam utilizados na “promoção de eventos científicos, tecnológicos e sócio-culturais no Maranhão”; e ainda R$ 200 mil da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SAF) que, dentre outras coisas, utilizaria a verba para a “execução dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER)”.
Ao todo, o corte em investimentos em áreas essenciais para realocar no entretenimento e distração do povo dos problemas mais sérios chegou à R$ 1.258.362,00 (hum milhão, duzentos e cinquenta e oito mil, trezentos e sessenta e dois reais).
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