MA ultrapassa 3,8 mil óbitos por Covid-19, com mais mortes entre negros

Mais de 70% dos que morreram com a doença são pardos ou pretos. Saúde estadual e municipal não divulgam bairros onde vítimas moravam

O Maranhão ultrapassou, nessa segunda-feira 5, a marca de 3,8 mil mortes pela Covid-19. Segundo balanço divulgado pela SES (Secretaria de Estado da Saúde), são 3.807 vítimas da doença e 175.753 casos confirmados no estado, desde o início da pandemia.

O primeiro óbito causado pelo novo coronavírus no Maranhão foi registrado em 29 de março. Um mês e meio depois, em 15 de junho maio, 1.499 tinham perdido a vida, número que mais que dobrou em até o final de julho. Em outubro, 41 óbitos já foram registrados por Covid-19.

Os dados revelam ainda outra triste marca: a doença tem causado mais mortes no estado entre a população negra (pardos e pretos), que corresponde a 74% óbitos. Esse número pode ser bem maior, já que o balanço da SES está defasado em mais de um mês em relação aos dos municípios maranhenses, que utilizam metodologias diferentes sobre o avanço da pandemia. Além disso, 800 óbitos contabilizados pela SES não possuem informação sobre raça e cor.

Segundo o boletim epidemiológico da pasta, a maioria dos óbitos ocorreram em São Luís, capital do Maranhão. Dos 21.601 casos confirmados, 1.245 foram à óbito. Sem transparência, a Saúde estadual e municipal não informam em que bairros ou região da capital as mortes pela Covid-19 ocorreram, impedimento o cidadão de saber, por exemplo, se a periferia ou a área nobre é mais afetada.


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