PF faz prisões e buscas no Maranhão contra suspeita de crimes previdenciários

Prejuízo inicialmente identificado aproxima-se de R$ 5,9 milhões. Maços de dinheiro foram encontrados escondidos em bichos de pelúcia

A Polícia Federal realiza nesta terça-feira (1º) Operação Anadromiki para cumprir três mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 13 de busca e apreensão na capital e outras seis cidades do Maranhão contra suspeitos de integrar esquema de crimes previdenciários.

Conduzida pela PF do Maranhão, a ação é deflagrada pela Força-Tarefa Previdenciária, que conta com a colaboração da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Iniciada em 2020, a investigação identificou suposto esquema criminoso integrado por dois servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), advogado e outros agentes operacionais.

Segundo a PF, mediante a confecção de documentos ideologicamente falsos, o grupo criminoso inseria informações nos sistemas da autarquia previdenciária, objetivando a concessão, principalmente, de benefícios da espécie pensão por morte, com pagamentos retroativos, causando vultoso dano aos cofres públicos.

Durante a operação, os agentes apreenderam dezenas de maços de dinheiro, ainda não contabilizados, encontrados em bichos de pelúcia.

Aproximadamente 70 policiais federais participam da ofensiva, autorizada pela 1º Vara da Justiça Federal do Maranhão. Consta ainda na decisão judicial a determinação para que o INSS submeta 68 processos de benefício a procedimentos de auditoria.

Com relação aos dois servidores da autarquia previdenciária, além dos mandados de prisão temporária, também foi determinado o afastamento das funções públicas.

O prejuízo inicialmente identificado com a concessão dos benefícios, aproxima-se de R$ 5,9 milhões. A PF diz que a economia proporcionada com a futura suspensão dos benefícios, considerando-se a expectativa de sobrevida projetada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), gira em torno de R$ 18,4 milhões.

O nome Anadromiki faz alusão à palavra retroativo. No caso dessa investigação, apurou-se que parte do modus operandi da organização criminosa consistiu no requerimento de benefícios com datas retroativas de modo a obter vultosos valores com a fraude previdenciária.

Os envolvidos estão sendo investigados pela prática dos crimes de estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistema público, associação criminosa e organização criminosa, cujas penas máximas acumuladas podem ultrapassar 15 anos de reclusão.


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