Projeto cria fundo para beneficiar comunidades afetadas pela CLA
Maranhão

Projeto cria fundo para beneficiar comunidades afetadas pela CLA

Proposta foi apresentada por Pedro Lucas. Fundo terá como principal fonte 1º da receita obtida com contratos de uso, pesquisa ou de lançamento de satélites e foguetes do Centro de Lançamentos de Alcântara

O líder do PTB na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes, apresentou o Projeto de Lei 245/19, que cria um fundo governamental para desenvolver projetos voltados às comunidades quilombolas e tradicionais afetadas pelo Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), no Maranhão.

O texto tramita, atualmente, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN). Antes de ir à votação em Plenário, passará ainda pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias (CDHM); Finanças e Tributação (CFT); e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Casa.

De acordo com a proposta , o Fundo de Desenvolvimento das Comunidades Carentes e Quilombolas de Alcântara terá como principal fonte 1% da receita financeira obtida pelo governo federal com os contratos de uso, pesquisa ou de lançamento de satélites e foguetes do centro aeroespacial.

O objetivo do projeto, segundo Pedro Lucas, é fazer “justiça histórica” com as comunidades afetadas pela base de Alcântara. Para implantar o CLA, na década de 1980, o governo militar deslocou três centenas de famílias quilombolas de suas terras, que não receberam a reparação devida pela mudança.

“Acredita-se que além das comunidades diretamente atingidas quando da implantação do projeto, todo o município de Alcântara foi impactado, o que obriga o estado a tomar medidas que minorem as consequências dos problemas sociais, econômicos e ambientais ocasionados”, disse.

Desenho do fundo

Os recursos do fundo governamental serão aplicados pela Fundação Cultural Palmares (FCP), entidade vinculada ao Ministério da Cidadania, pela Prefeitura Municipal de Alcântara e pelo Governo do Maranhão.

A cada ano, até 31 de maio, o Comando da Aeronáutica, que administra o centro aeroespacial de Alcântara, elaborará a previsão de receita do fundo para o ano seguinte. Um conselho gestor cuidará da destinação dos recursos, com base em orçamento elaborado até 1º de julho de cada ano.

Terão prioridades de financiamento as ações de educação e saúde, projetos de infraestrutura, de aproveitamento econômico racional e sustentável, e de empreendedorismo. Pelo menos metade dos recursos serão destinados a projetos para as comunidades quilombolas.

O conselho gestor terá representantes do Comando da Aeronáutica, do Estado do Maranhão, do município de Alcântara, da FCP, da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Sebrae maranhense. Terá ainda representantes de movimentos populares, das comunidades quilombolas, e de sindicatos de trabalhadores e patronais.



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