Criador e administrador do perfil Dilma Bolada, uma sátira elogiosa à presidente Dilma Rousseff (PT) nas redes sociais, o publicitário Jeferson Monteiro publicou nesta quarta-feira 30 um texto na sua página pessoal do Facebook criticando a petista por sua relação com o PMDB e pelo que chamou de traição aos mais de 54 milhões de votos que ela recebeu nas eleições do ano passado.

"Dilma não precisa do meu apoio no Governo dela, nem o meu e nem do apoio de ninguém que votou nela. Afinal, para ela só importa o apoio do PMDB e de parte do empresariado para que ela se mantenha lá onde está. Trocou o Governo pelo cargo. Não é o Governo que eu e mais de 54 milhões de brasileiros elegemos. A vida é feita de escolhas e ela fez a dela. Agora o que nos resta é que saia algo bom para o Brasil dali e repetir os versos de Beth Carvalho: 'Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão.' Seguimos.", escreveu Monteiro.

Minutos depois da publicação no próprio perfil, Jeferson fez questão de publicar outra mensagem: "Pessoal, só esclarecendo que ninguém invadiu minha conta e eu não fui hackeado. Alguns amigos e jornalistas estão perguntando e reafirmo que tudo aqui postado foi feito por mim". Ele também confirmou o posicionamento por meio do aplicativo Snapchat.

Em resposta a comentaristas, o autor de Dilma Bolada garantiu que sua posição não deve ser interpretada como o fim do perfil fake, mas de "Rousseff e seu Governo sim".

"Concordo, Mas o que isso quer dizer? Acabou a Dilma Bolada, Jeferson Monteiro", questionou a usuário Laura Carvalho. "Laura, a Dilma Bolada não, a Rousseff e seu Governo sim", respondeu o publicitário.

Em outra resposta, questionado sobre a tentativa da Oposição de tirar Dilma Rousseff na Presidência não ser golpe, Jeferson Monteiro discordou, declarando ser contra a saída da presidente por "respeito a democracia e nossas instituições" e não por não apoiar a gestão dela. "Dilma fica e vai até o final porque esse é o combinado. Que sirva de lição para a próxima", finalizou.

Em compartilhamentos nas redes sociais em um grupos de WhatsApp, as críticas do autor de Dilma Bolada estão sendo apontadas como estratégia Chatô, método do jornalista Assis Chateaubriand – fundador do Diários Associados, incluindo o jornal maranhense O Imparcial -, que ficou conhecido por se aproximar de autoridades para obter favores. Quando não conseguia, as criticava para extrair vantagens.

Jeferson Monteiro, suspeita-se, estaria com o pagamento de 20 mil reais mensais, feito pela agência Pepper Interativa, vinculada ao PT, atrasado.