A divulgação da suposta economia de 59 milhões de reais feita pelo Palácio dos Leões neste domingo 27 traz um questionamento parecido com um feito em um quadro do programa Fantástico, da Rede Globo. Se de janeiro a setembro o governo Flávio Dino conseguiu economizar todo este montante, onde então foi parar esse dinheiro?
Desde que assumiu o governo, Dino tem se reclamado quase que diariamente nas redes sociais da falta de recursos em caixa para cumprir diversas obrigações do Poder Executivo estadual.
Uma dessas reclamações tem sido utilizada para deixar de cumprir a destinação das emendas dos parlamentares da Assembleia Legislativa do Maranhão. Mesmo o Palácio divulgando que nestes nove meses o governo economizou 16,4 milhões de reais na Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), responsável pelo Porto do Itaqui, o governador do Maranhão já avisou aos deputados que só tem condições de pagar as emendas em três parcelas e em forma de convênios.
Também apesar de divulgar que só em gastos administrativos no Itaqui conseguiu economizar 7,3 milhões de reais, Flávio Dino fez lobby no Tribunal de Justiça do Maranhão pelo corte dos 21,7% dos servidores do Judiciário, e correu em seguida para o Twitter para alegar que a medida foi a única forma do Maranhão não se transformar no Rio Grande do Sul.
Como todas as obras entregues até agora são de iniciativa do governo Roseana Sarney, e sempre pagas com dinheiro de empréstimo feito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo governo anterior, as suspeitas do escamoteio do dinheiro público economizados não param por aí.
É que segundo a release da Secretaria de Comunicação distribuída à ratosfera, de janeiro a setembro deste ano, 10,5 milhões de reais foram economizados na emissão de diárias; 18,5 milhões de reais na locação de automóveis e de aeronaves; 509 mil reais em combustíveis usados para deslocamentos e viagens do governador, do vice e do chefe da Casa Civil; além de 1,6 milhão, de janeiro a julho, com a redução de comidas finas e flores. Apesar de toda essa economia divulgada, Flávio Dino tem alegado desde o início do ano aos policias Civis e Militares que o Estado não possui condições de aumentar dignamente os seus salários por falta de dinheiro em caixa.
Diante de apenas três exemplos dos muitos utilizados por Flávio Dino até aqui para não honrar com os compromissos de Executivo e, principalmente, suas muitas promessas de campanha, se houve a economia de 59 milhões de reais como divulga o próprio governo, questiona-se: onde então foi esse dinheiro, governador?
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