O Maranhão está bem abaixo da média nacional quando o assunto se refere a segurança, acessibilidade e condições sanitárias e de higiene dos estádios do país. É o que aponta o Sistema Brasileiro de Classificação de Estádios (Sisbrace), desenvolvido e lançado pelo Ministério do Esporte na quinta-feira passada 28, em São Paulo, em parceria com o Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais/COPPE/UFRJ (IVIG).
A classificação dos estádios, que segue o modelo semelhante aos dos hotéis, em que ao invés de estrelas, a categoria da arena esportiva é estabelecida por bolas, foi dada após dois anos de trabalho de campo, onde foram vistoriados 155 estádios em 129 cidades, de norte a sul do país. Uma nova etapa, que deve ter início ainda no primeiro semestre de 2016, irá classificar outros 140 locais. Os níveis de classificação variam de uma bola – para estádios em condições mais desfavoráveis – a cinco bolas – para os estádios com melhor categorização.
Dos 155 estádios avaliados, cinco foram maranhenses: João Castelo, o Castelão – que em 2012 recebeu reforma e modernização que custaram R$ 28 milhões aos cofres públicos –, e Frei Epifânio D’Abadia, respectivamente em São Luís e Imperatriz, ambos com três bolas, ficando entre os 51 piores do país; Nhozinho Santos, em São Luís, com apenas duas bolas, ficando entre os 59 piores; e José Luis Neriz Correa, o Correão, em Bacabal, e Renné de Matos Bayma, em Codó, com apenas uma bola, ficando entre os 29 piores estádios do pais em questões de conforto, segurança, acessibilidade e condições sanitárias e de higiene.
Outros 13 estádios ganharam cinco bolas, e três quatro bolas.
A metodologia utilizada pelo Sisbrace para classificar os estádios foi fundamentada no Estatuto de Defesa do Torcedor, nas disposições que tratam das condições de segurança dos estabelecimentos desportivos.
Classificação nacional
Na classificação geral, dos 155 estádios avaliados, a melhor ficou com o Frei Epifânio, na 59ª colocação. Apesar de também levar três bolas, o Castelão ficou na 82ª. O Correão ficou na 94ª colocação, o Nhozinho Santos na 122ª e o Renné Bayma amargou a 141ª posição.
Todos os estádios que participaram da Copa do Mundo de 2014 – à exceção da Arena Pantanal, com quatro bolas – receberam cinco bolas: Maracanã, Arena Corinthians, Mineirão, Mané Garrincha, Fonte Nova, Arena Castelão, Beira-Rio, Arena Pernambuco, Arena da Baixada, Arena das Dunas e Arena da Amazônia.
Áreas de classificação
Os três requisitos de classificação do Sisbrace foram divididos em Mandatários – referentes aos fundamentos estabelecidos em lei – e Eletivos para aqueles que acrescentam qualidade aos estádios. O primeiro deles trata da segurança e inclui os aspectos de engenharia e analisa o sistema estrutural, de coberturas, instalações sanitárias e elétricas, equipamentos, além de segurança pública e prevenção de incêndio e pânico.
Já em relação às questões de conforto e acessibilidade, o critério estabelecido analisou aspectos como conforto térmico, acústico, de iluminação e serviços, infraestrutura e visual. Bem como os itens de orientação espacial, comunicação, deslocamento e utilização do espaço, e acessos às pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida, obesos e idosos.
Por fim, para os itens de vigilância sanitária foram analisados os serviços de alimentação, infraestrutura das instalações sanitárias e de saúde, sempre em conformidade com as normas sanitárias vigentes no país.
O sistema de classificação tem validade de três anos, podendo os gestores dos estádios solicitarem nova avaliação antes do termino deste período.
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