Membros do PP fizeram uma proposta alternativa para o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), deixar a função, manter o mandato e escapar de representações por quebra de decoro e infidelidade partidária.
No início da tarde desta terça-feira 10, o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) conversou com Waldir e pressionou o parlamentar maranhense a aceitar um cargo no governo Flávio Dino (PCdoB) para que ele deixe a função e o PP possa colocar um substituto em seu lugar na presidência interina da Casa.
A solução apontada é que Waldir seja alocado por Dino na Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia ou na Secretaria de Estado da Educação.
Para pressionar Waldir a articular com o governador do Maranhão uma titularidade em uma das secretarias, Júlio Lopes ingressou com duas representações contra o o presidente interino da Câmara : uma visando a cassação de mandato na Corregedoria da Câmara e outra, requerendo a expulsão dele do PP e a consequente suspensão do seu mandato parlamentar.
Lopes sabe que ambas demandarão pelo menos seis meses de tramitação. Por isso, Lopes tem conversado com Maranhão para fazer o seguinte acordo: se ele aceitar um cargo no governo Flávio Dino e se afastar da Câmara, ele retira as representações e também articula com os demais partidos a retirarem as representações já impetradas no Conselho de Ética sob a alegação que ambas perderam o objeto.
Mesa Diretora
A Mesa Diretora da Câmara também tem pressionado Waldir a renunciar ao cargo. Hoje pela tarde, a Mesa pediu oficialmente que Waldir renuncie ao cargo.
O Atual7 apurou que, no início da reunião, o deputado Waldir Maranhão fez um apelo aos parlamentares, disse que todos eram adultos e que eles já passaram por situações semelhantes. Depois, ele leu aos membros da mesa a mesma nota de ontem relacionada à anulação do processo de impeachment da Câmara que foi encaminhada à imprensa.
Depois disso, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro secretário da Casa, foi o primeiro a falar sobre instabilidade política e que ele não tinha mais legitimidade de conduzir a casa. Ele que deu a proposta para que o Waldir renunciasse ao cargo de presidente da Câmara. Depois de mais algumas palavras dos outros membros da mesa à proposta de Mansur, o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) recomendou que ele pedisse licença por 120 dias e resolvesse toda essa problemática.
Maranhão não recebeu bem a proposta. Ficou abatido e foi ficando mudo ao transcorrer de toda a reunião. A única que se levantou a favor de Maranhão foi a deputada Luíza Erundina (PSB-SP).
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