O governador do Maranhão, Flávio Dino

Governo Flávio Dino já gastou quase R$ 37 milhões com diárias

Com esse valor seria possível viver por 14 anos e meio na suíte mais cara do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Diária na cobertura custa cerca de R$ 7 mil por dia

Os gastos do governo Flávio Dino com diárias – do chefe do Executivo, vice-governador, secretários e assessores especiais – já somam quase R$ 37 milhões. Os dados do desembolso levantados pelo ATUAL7 contabilizam o montante pago entre janeiro de 2015 e junho deste ano.

Apesar de, em efeitos de comparação pelo mesmo período, o valor ser menor do que os gastos feitos pelo governo anterior, a despesa continua sendo muito alta se levado em conta o momento de grave crise financeira e econômica que o país enfrenta e a alegação do governo comunista de que não ter dinheiro em caixa para, dentre outras coisas, pagar o reajuste determinando por lei aos professores da rede estadual pública de ensino, ou pelo menos sentar com os policiais civis, agentes penitenciários, peritos criminais ou funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Maranhão.

Dentre as pastas e órgãos que mais torraram recursos públicos com esse tipo de dispêndio, segundo o Portal da Transparência, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) despontam como as campeãs, respectivamente, com mais de R$ 6,3 milhões e R$ 3,5 milhões, cada. Na outra ponta, quem mais soube economizar foi a Comissão Central Permanente de Licitação (CCL), gastando apenas pouco mais de R$ 3 mil.

Vale lembrar que esse tipo de despesa é amparada por lei, tanto federal como estadual. Contudo, apesar de ser legal, não deixa de ser imoral.

E bem imoral.

Com esse volume de recursos destinados às diárias é possível viver, por exemplo, por 14 anos e meio na mais cara suíte do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Com 300 metros quadrados, a “Penthouse”, como é conhecida a cobertura do sexto andar, custa cerca de R$ 7 mil por dia e inclui serviços de mordomo.

O governador Flávio Dino (PCdoB), aliás, conhece bem o local. Em 2014, quando disputava o comando do governo estadual, Dino passou réveillon por lá, acompanhado do deputado federal Weverton Rocha (PDT) e de um outro parlamentar, do Piauí, acusado no Supremo Tribunal Federal (STF) de bandalheiras com o dinheiro público.

Se melhor economizado, todo esse dinheiro, claro, também poderia ter sido aplicado prioritariamente em educação, saúde, emprego e renda, saneamento básico, moradia, infraestrutura e, principalmente, em combate à pobreza.


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