Mil dias depois, sarneystas continuam no poder no MA, mas com Flávio Dino
Política

Mil dias depois, sarneystas continuam no poder no MA, mas com Flávio Dino

Principal promessa do governador comunista está cada vez mais longe de ser cumprida. Simbiose beneficia políticos e empresários

O governador Flávio Dino (PCdoB) completa, nesta terça-feira 26, mil dias a frente do Palácio dos Leões. Em vez do cumprimento da promessa de mudança, de varrer o grupo que dominou o Maranhão por quase 50 anos, o comunista criou e vem mantendo uma simbiose onde sarneystas continuam no poder, só que sem Roseana como cabeça.

Na Assembleia Legislativa, onde o governo precisa aprovar matérias de seu interesse, a base é formado por mais de 90% de sarneystas. Da antiga oposição, foram reeleitos para a Casa apenas Othelino Neto (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB), sendo o restante formado de gente do tipo de Stênio Rezende (DEM), Antônio Pereira (DEM), Edson Araújo (PSL), Hemetério Weba (PV), Marcos Caldas (PSDB), Ricardo Rios, Rigo Teles (PV), Vinícius Louro (PR) e outros rebentos do clã. O próprio líder do governo, deputado Rogério Cafeteira (PSB), é dos maiores sabujos da oligarquia, como revela o sobrenome que dispensa apresentação.

Apesar de acusar sua antecessora de contratar, e por isso beneficiar, sempre as mesmas empresas, desde que assumiu o governo, Dino mantém essas mesmos empresários em dezenas de contratos com o Estado, seja por dispensa de licitação ou não. Os nomes são conhecidos: Ducol, Duvel, Domus, Atlântica, Vip, Masan, VTI e outras que só tiveram contratos encerrados após deflagração de operações da Polícia Federal, como o ICN, Bem-Viver e Idac.

Nas prefeituras maranhenses, Flávio Dino conseguiu eleger e reeleger — e comemorou isso — dezenas de sarneystas. Alguns tiveram até de se filiar ao PCdoB, como Carlinhos Barros, de Vargem Grande, ou nem precisaram, como o de Chapadinha, Magno Bacelar (PV).

No próprio Executivo, em troca de apoio para a reeleição, Flávio Dino vem loteado diversos cargos, em todos os escalões, para filhotes do sarneysmo, como o deputado Cléber Verde (PRB), dono de cotas no governo. Alguns deles, inclusive, como o presidente da Agência Executiva Metropolitana, Pedro Lucas, filho do célebre Pedro Fernandes, ambos do PTB, usam a pasta para se salvar nas urnas, em 2018. E a lista tende a aumentar, já que novas adesões começam a acontecer, como a entrada do PR, de Josimar de Maranhãozinho, no Palácio dos Leões.

Mil dias depois, sarneystas continuam no poder no Maranhão, mas agora com Flávio Dino como chefe.



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