O Ministério Público do Maranhão inaugurou, nessa terça-feira 12, o Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). O espaço representa um avanço significativo nos trabalhos de investigação sobre o destino do dinheiro de origem ilícita.
De acordo com a assessoria de Comunicação do Parquet, as instalações ficam na sede da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), em São Luís, anexas ao Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), já conhecido e temido por corruptos de plantão.
A solenidade contou com a participação de servidores, promotores e procuradores de Justiça, representantes da Polícia Civil e do Poder Executivo estadual, além do representante do Ministério da Justiça e coordenador da Rede Nacional de Laboratórios de Tecnologia, Leonardo Terra.
Integrante da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), do Ministério da Justiça, o LAB-LD foi instalado pela primeira vez no país em 2007, dentro da estrutura do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) da atual Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania (SNJ). O conjunto destes laboratórios forma a Rede Nacional de Laboratórios de Tecnologia (Rede-Lab), que, com a unidade implantada no Maranhão, passa a funcionar com 41 laboratórios no Brasil.
De acordo com o coordenador da Rede Lab, Leonardo Terra, a expectativa é ampliar a capacidade do Ministério Público no combate aos crimes financeiros e ao crime organizado, por meio do intercâmbio de boas práticas na utilização de softwares e ferramentas tecnológicas.
“O crime de lavagem de dinheiro conta com uma verdadeira engenharia para mascarar de onde vem o dinheiro e os bens dessas organizações criminosas. As investigações envolvem quebras de sigilos bancários e telefônicos de pessoas físicas e jurídicas, ou seja, são muitos dados a serem analisados e que exigem equipes preparadas para rastrear o caminho do dinheiro”, explicou Terra.
Presente na solenidade, a promotora de Justiça e coordenadora de Assuntos Estratégicos e Inteligência, Jerusa Capistrano Bandeira, explicou que, devido à complexidade dos crimes financeiros, há necessidade de instrumentalizar as investigações de forma mais consistente e, por consequência, obter provas mais robustas contra os criminosos.
“O trabalho do LAB-LD vai permitir traçar um caminho mais claro do dinheiro desviado e provar os vínculos a fim de ampliar as chances de reaver o dinheiro desviado dos cofres públicos ou obtido pela sonegação de impostos”, ressaltou.