A Polícia Federal (PF) deflagrou, nessa quarta-feira 31 e nesta sexta-feira 1º, no município de Zé Doca, a Operação Ka’apor, com o objetivo de fazer cessar a extração ilegal de madeira das reservas indígenas Alto Turiaçu e Awá-Guajá, na localidade Nova Conquista, e paralisar e interditar quatro serrarias de grande porte e um pátio de depósito de madeira, que funcionavam de forma clandestina, sem autorização de nenhum dos órgãos de fiscalização do meio ambiente.
A operação foi coordenada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph) no Maranhão, com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Polícia Militar do Maranhão.
Participaram 30 policiais federais das Superintendências do Maranhão e do Pará, 1 servidor administrativo da PF, 17 servidores do Ibama, 6 servidores da Funai, 11 servidores do ICMBio e 12 PM do Maranhão, totalizando 77 servidores públicos.
A força-tarefa apreendeu 508,6728 metros cúbicos de madeiras nobres, como piquiarana, mirindiba, cupiúba, barrote, tatajuba, timborana, barrote e jatobá, a maior parte em forma de toras in natura, havendo ainda madeira já beneficiada.
A investigação foi iniciada no início deste ano. Os sete investigados foram indiciados por crimes ambientais, além de furto de madeira da União, receptação na forma qualificada e formação de quadrilha.
O inquérito apura, ainda, o crime de exportação clandestina de produtos florestais, crimes contra a Administração Pública e crime de lavagem de dinheiro, todos relacionados com crimes ambientais. A investigação prosseguirá, em razão de indícios do envolvimento de diversas outras pessoas, incluindo possivelmente empresários e políticos do Maranhão e de outros estados.
A Operação foi batizada de Ka’apor em referência a uma das etnias indígenas existentes no Maranhão. O termo Ka’apor significa ‘pegadas na mata’.
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