O presidente Jair Bolsonaro (PSL) negou, neste sábado 20, ao falar com jornalistas na saída do Palácio do Alvorada, que tenha utilizado o termo “paraíba” para criticar nordestinos. Segundo ele, as críticas foram direcionadas apenas a dois governadores: Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, e João Azevedo (PSB), da Paraíba, e não ao povo nordestino.
“Falaram agora que eu estou criticando o Nordeste, você viu? Dois governadores, o do Maranhão e da Paraíba que são intragáveis”, afirmou o presidente.
Ainda segundo Bolsonaro, Dino e Azevedo, embora críticos ferrenhos dele e sobre sua gestão no Palácio do Planalto, têm recebido obras do governo federal, mas se apropriado como sendo de seus respectivos governos.
“Eu fiz uma crítica ao governador do Maranhão e da Paraíba. Vivem me esculhambando. Obras federais vão para lá. Dizem que é deles. Não são deles, é do povo. A crítica foi a esses dois governadores. Nada mais além disso. Eles são unidos, eles têm uma ideologia, perderam as eleições. Tentam o tempo todo, através da desinformação, manipular eleitores nordestinos”, declarou.
Como justificativa de que a relação com o Nordeste é boa, Bolsonaro disse que sua esposa, Michelle Bolsonaro, é filha de cearense.
“A maldade está no coração de vocês. Eu tenho tanta crítica ao Nordeste que eu casei com uma filha de cearense”, ironizou.
Na sexta-feira 19, Jair Bolsonaro usou o termo “paraíba” ao orientar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a retaliar a gestão de Flávio Dino, postulante ao Palácio do Planalto em 2022, provavelmente em relação a repasses federais para o estado. “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, afirmou o presidente, sem perceber que o microfone estava ligado.
Pelo Twitter, também ontem, Flávio Dino escreveu que, “independentemente de suas opiniões pessoais, o presidente da República não pode determinar perseguição contra um ente da Federação”. “Seja o Maranhão ou a Paraíba ou qualquer outro Estado. ‘Não tem que ter nada para esse cara’ é uma orientação administrativa gravemente ilegal”, argumentou.
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