Encerra-se nas próximas horas, deste 31 de dezembro de 2020, o segundo e último mandato de Edivaldo Holanda Júnior (PDT) à frente da prefeitura de São Luís. Apesar da tentativa do Palácio de La Ravardière de forçar uma realidade fantasiosa de que a capital do Maranhão teria progredido e se transformado em cidade grande, a era Edivaldo Júnior chega ao fim sem o cumprimento de dezenas de promessas de campanha feitas nos pleitos de 2012 e 2016, e sob forte iminência do ainda gestor ser acordado por agentes da Polícia Federal, já no ano que vem.
Das promessas registradas na Justiça Eleitoral ou em entrevistas e debates, ficaram no papel ou não foram totalmente implementadas: construção do Hospital Dr. Jackson Lago, com no mínimo 350 leitos, na entrada da cidade; construção da Maternidade da Cidade Operária; construção de viadutos no Calhau e na Forquilha; valorização dos professores; construção do novo corredor para o sistema de BRT (Bus Rapid Transportation); criação do Prouni municipal; construção de um grande e moderno Hospital da Criança; ampliação do sistema de esgoto; implantação do Centro de Controle Integrado; ampliação do programa Leite na Escola; implantação de faixa exclusivas de ônibus; reforma em escolas da rede pública municipal de ensino para colocação de ar-condicionado e internet; construção de 22 creche-escolas; e elaboração e execução de programa de habitação no Centro Histórico.
Também continuaram na gaveta ou foram iniciadas apenas em parte: implantação de biblioteca comunitária na zona rural; implantação de novas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento); criação de subprefeituras; implantação de novas unidades de urgência e emergência; realização de concursos públicos; criação do Bolsa Atleta e o Fundo do Esporte; criação do IPTU Verde; colocação de internet wifi nos ônibus; cumprimento da LAI (Lei de Acesso à Informação); e construção de novas avenidas e asfaltamento de qualidade com drenagem e sinalização nas vias públicas de todos os bairros da cidade.
Até mesmo na questão da construção e reforma de praças, usada abusivamente pela realidade virtual da gestão Edivaldo Júnior como exemplo de legado positivo, houve descumprimento de promessa. Na campanha pela reeleição, em 2016, ele garantiu que ao menos 60 praças teriam acesso à internet wifi liberado para comunidade, porém a conexão está disponível apenas em três e, ainda assim, com relatos de dificuldades de acesso.
Além de patinar no cumprimento das próprias palavras, Edivaldo Holanda Júnior deve encontrar dificuldades para se manter na vida pública, após a saída do cargo.
Conforme revelou o ATUAL7, a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a finalidade dada pela gestão do pedetista aos recursos de fundos federais transferidos pela União à administração municipal, sob sua gestão, no exercício financeiro de 2019. Aberta no início deste ano, aos cuidados da Delecor (Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros), a investigação se debruça sobre valores que entidades e de empresas de pessoas próximas ao ainda prefeito de São Luís teriam se beneficiado e, segundo indícios, lavado.
Outros inquéritos, mais avançados, também apuram graves suspeitas de corrupção, supostamente com envolvimento direto de Edivaldo.
Segundo fontes com acesso às investigações, um deles apura o caminho percorrido pelo dinheiro do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) enviado pelo Governo Federal durante as duas gestões de Edivaldo Holanda Júnior, cuja prestações de contas dos recursos não estão batendo nem sendo encontrada a destinação; outro se concentra em contratos da prefeitura, novamente na área da saúde, com uma empresa ligada a um deputado federal do Maranhão, sendo o próprio pedetista um dos alvos da investigação; e um terceiro tem como apuração central indícios de desvio de recursos de convênios na área de esportes.
Há ainda outro inquérito, já de conhecimento público, que caminha para ser desmembrado em outros dois, que investiga desvio de dinheiro destinado para combate ao novo coronavírus. Relacionadas a esta investigação, duas operações da Polícia Federal, batizadas de Cobiça Fatal e Oficina Desmascarada, já foram deflagradas pela PF nas dependências da Semus (Secretaria Municipal de Saúde) e em endereços ligados a investigados em suposto esquema de fraudes na contratação emergencial de empresas para fornecimento de equipamentos de proteção individual contra a Covid-19.