Diomar Freire
Prefeita e mais dez vereadores de Açailândia podem ser cassados por corrupção
Política

Gleide Santos já foi condenada em primeira instância. Parlamentares são acusados de receber propina para aprovação de um projeto

No município de Açailândia, distante 559 quilômetros de São Luís, pelo menos dez vereadores dos 17 que compõem a Câmara Municipal, além da própria prefeita da cidade, podem ter seus mandatos cassados pela Justiça pela prática de corrupção.

Dentre outras ações que coleciona em seu desfavor, Gleide Santos, que é do PMDB, responde a uma Ação Civil de Improbidade Administrativa proposta pelo Ministério Público por contratar centenas de comissionados para compor o quadro da prefeitura, mesmo sabendo da existência de duas listas de aprovados em concursos públicos ainda vigentes.

Pelo prejuízo ao erário e atentado contra os princípios da administração pública, a prefeita de Açailândia chegou a ser condenada em primeira instância a perda da função pública, suspensão de seus direitos políticos e ao pagamento de multa, desde fevereiro do ano passado, e aguarda decisão final de um julgamento que se arrasta sob pedidos de adiamento no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A votação que aconteceria na segunda-feira passada, por exemplo, acabou adiada pela ausência da desembargadora Maria das Graças de Castro Duarte Mendes, para a próxima sexta-feira (27). A magistrada já havia sido pivô do adiamento do julgamento de cassação da prefeita de Açailândia no dia 9 do mesmo mês.

PropinAço

Vereadores acusados de receber propina aparecem visitando as instalações da empresa pagadora
Maranhão em Foco Mão da massa Vereadores acusados de receber propina aparecem visitando as instalações da empresa pagadora

Presidida pelo empresário mineiro Ricardo Nascimento, a empresa Aço Verde Brasil, braço do conglomerado do Grupo Ferroeste, é acusada de pagar cerca de R$ 50 mil a um grupo de 10 vereadores de Açailândia, por meio de cheques emitidos pela empresa MecaMóvel Construções, pela aprovação de um projeto de lei de incentivo fiscal para a instalação da aciaria no município.

O propinoduto foi relatado à promotora de Justiça Titular da 1º PJ/Açai, Glauce Mara Lima Malheiros, por um sobrinho de um dos envolvidos no esquema, no dia 23 de maio do ano passado. Após ouvir os relatos, Glauce Malheiros instaurou um procedimento administrativo para apurar o suposto pagamento de propina aos vereadores.

Segundo o delator, os vereadores que teriam recebido dinheiro para aprovar o projeto de instalação da empresa em Açailândia são os seguintes: Diomar Freire, Pastor Vagnaldo, Márcio Aníbal, Carlinhos do Fórum, Fátima Camelo, Bento Camarão, Professor Pedro e Anselmo; esse último constando como o lobista da maracutaia.

Após ouvir o total de 11 pessoas e coletar provas durante a primeira fase da investigação do propinAço, o Ministério Público do Maranhão pretende agora ouvir os parlamentares, e, pelo que já foi apurado, pedir a cassação e a prisão de todos nas próximas semanas.