FGV
Centro-Oeste, Norte e Nordeste lideram na exportação de produtos do agronegócio
Economia

Dados da CNI mostram que, nessas três regiões, a maior parte dos exportadores está ligada aos setores de produtos alimentícios e agricultura e pecuária

As empresas das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste são as que mais exportam produtos do agronegócio. Dados da pesquisa Desafios à competitividade das exportações brasileiras, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostram que, no Centro-Oeste, 27,6% das empresas exportadoras são ligadas ao setor agricultura e pecuária e 19,9% ao de produtos alimentícios.

No Norte, 21,4% das empresas são ligadas à atividade de agricultura e pecuária e 22,1% à de alimentos. No Nordeste, esses percentuais são de 22,8% e 15,3%, respectivamente.Na média nacional, 6,8% das empresas são ligadas à atividade de agricultura e pecuária e 9,5% a de produtos alimentícios.

Para a CNI, os números refletem a vocação dessas regiões. No Centro-Oeste, há uma concentração de grandes empresas que exportam commodities. No Norte e no Nordeste, é forte a presença de pequenas empresas que vendem ao exterior produtos com valor agregado.

“A pesquisa mostra que, de acordo com a vocação de cada região, o governo precisa usar diferentes estratégias e ferramentas para alavancar o comércio exterior. A redução do custo do transporte, por exemplo, é importante no Brasil todo. Mas, no Centro-Oeste, essa questão se torna mais acentuada. No Norte e Nordeste, cabe uma ação para divulgação das linhas de financiamento às exportações e melhoria do acesso a essas linhas pelas pequenas empresas. Muitas vezes, a empresa não consegue atender à burocracia e às garantias exigidas no financiamento”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.

Dados nacionais

De acordo com a pesquisa, nacionalmente, a maior parte das empresas (16,8%) é ligada ao setor de máquinas e equipamentos. Em seguida, destacam-se os setores de produtos alimentícios (9,5%); agricultura e pecuária (6,8%); metalurgia (5,9%); e químicos (4,4%). No Sudeste, 17% das empresas são ligadas ao setor de máquinas e equipamentos. Uma fatia de 8,1% exporta produtos alimentícios, e outra de 7,1% atua na metalurgia. No Sul, 19,7% das empresas exportadoras vendem máquinas e equipamentos; 9,5%, produtos alimentícios; e 8,6%, produtos de madeira.

Desafios à competitividade

A pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras de 2018 ouviu 589 empresas exportadoras entre outubro de 2017 e março de 2018 e apresenta um raio-X dos problemas que os empresários brasileiros enfrentam para poder vender bens e serviços para o exterior. Esta nova edição da pesquisa busca dar continuidade ao monitoramento dos principais entraves do processo de exportação e avaliar mudanças ocorridas nos desafios enfrentados pelos exportadores nos últimos dois anos.

A edição anterior, publicada em 2016, mostrou que as empresas brasileiras enfrentam muita dificuldade para exportar. Dentre elas destacam-se a morosidade e a burocracia aduaneira e alfandegária; a complexidade dos documentos exigidos e do arcabouço legal que regulamenta as exportações; e o elevado custo do transporte.

Confiança do consumidor avança em novembro e atinge maior nível desde 2014
Economia

Os dados foram divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nessa segunda-feira 26

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), avançou 7,1 pontos em novembro atingindo 93,2 pontos, o maior nível desde julho de 2014 (93,8). Após avançar pelo segundo mês consecutivo, o índice acumula uma alta 11,1 pontos no bimestre outubro-novembro, a maior da série histórica iniciada em setembro de 2005. O estudo está disponível no site da FGV.

“Depois de um período de desconfiança, os consumidores voltam a ficar otimistas em relação às perspectivas econômicas do país, às finanças familiares e ao emprego. Mas além de se mostrar ‘esperançoso’ sobre o futuro, os consumidores já se mostram menos insatisfeitos com o presente. O resultado parece ter sido influenciado pela redução das incertezas políticas e o efeito ‘Lua de Mel’ com o novo governo”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.

Em novembro, houve melhora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 2,7 pontos, de 71,9 pontos para 74,6 pontos, maior nível desde maio (77,2). O Índice de Expectativas (IE) cresceu 9,8 pontos, ao passar de 96,6 para 106,4 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2013 (106,7 pontos). O resultado mostra que a proporção de respostas otimistas supera a de pessimistas pela primeira vez desde março deste ano, acumulando uma alta de 16,7 pontos nos últimos dois meses.

Em relação à situação atual, o destaque foi o indicador que mede o grau de satisfação com a economia, com alta de 3,3 pontos, para 81,1 pontos, o maior nível desde maio deste ano (82,0).

Já em relação às perspectivas futuras, o indicador que mede o otimismo com a evolução da situação econômica nos próximos seis meses foi o que mais contribuiu para a alta da confiança em novembro, ao avançar 20,0 pontos e atingir 126,1 pontos, o maior nível da série histórica. A expectativa sobre a situação familiar também se tornou otimista, com uma alta de 13,5 pontos, para 106,9 pontos, o maior nível desde setembro de 2013 (108,2).

Apesar de uma recuperação do otimismo sobre as finanças pessoais, houve devolução de 45% da alta observada no mês passado do indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis, que caiu 5,4 pontos em novembro, para 85,3 pontos.

Houve aumento da confiança em todas as classes de renda. Em médias móveis trimestrais, entretanto, nota-se um maior avanço entre os consumidores de maior poder aquisitivo, cuja confiança já vem subindo desde setembro, com alta de 4,3 pontos, em novembro, contra 3,1 pontos do indicador de média móvel do ICC. No bimestre outubro-novembro, a maior alta foi da faixa de renda mais baixa, de 14,1 pontos, mas nessa faixa a confiança havia recuado 3,9 pontos em setembro.

A edição de novembro de 2018 coletou informações de 1776 domicílios entre os dias 1 e 21 de novembro. A próxima divulgação da Sondagem do Consumidor ocorrerá em 21 de dezembro de 2018.