O governador Flávio Dino, do PCdoB, vem revelando a verdadeira face de seu projeto de mudança ao encontrar dificuldades para cumprir uma de suas principais promessas de campanha: reverter gastos “eleitoreiro, imoral e ilegal” praticados pela ex-governadora Roseana Sarney, do PMDB, em investimentos nas áreas de educação, segurança pública e saúde para a população maranhense.
Apático ao clamor popular diante de uma das piores crises de segurança pública no estado, onde famílias inteiras estão sendo expulsas de suas próprias casas por facções criminosas, o comunista aproveitou o pula-pula da população em festas de São João e remarcou, para o dia 2 de julho próximo, o pregão presencial de R$ 13.956.876,00 (treze milhões, novecentos e cinquenta e seis mil, oitocentos e setenta e seis reais) que pretende torrar com o aluguel de duas aeronaves, pelo curto período de um ano.
A contratação de empresa especializada na prestação de serviços de aluguel de um jato e um bimotor havia sido suspensa no início da semana passada, sem data definida para reabertura, após o Atual7 revelar que os valores que o governo estima gastar pelos serviços daria para manter, por um ano, até 11 hospitais de 20 leitos. E ainda sobraria dinheiro para ser investido em educação e segurança pública.
Na errata de remarcação do pregão, uma das alterações que mais chamam a atenção diz respeito à especificação expressa de que as horas de voo não utilizadas dentro do mês constituirá em “créditos de horas” a serem utilizados nos meses subsequentes, o que derruba a alegação dada pelo chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, de que os pagamentos seriam efetuados apenas quando houvesse efetivo uso das aeronaves.
Ainda segundo a errata, a contagem da hora ∕ voo será feita a partir do momento de acionamento até o corte dos motores, isto, será pago pelo aluguel mesmo quando o avião ainda estiver no chão, esperando que Dino, o vice-governador Carlos Brandão ou outros “representantes máximos do Poder Executivo” embarquem ou desembarquem, e não somente pelo deslocamento.
Ainda sobre o projeto de mudança prometido pelo governador Flávio Dino, a única coisa que mudou mesmo sobre o uso de dinheiro público para patrocinar o aluguel de aeronaves foi exatamente o termo “locação”. O comunista simplesmente tucanou o termo para “fretamento”, e ainda acrescentou na cara dura que, agora, os voos serão pagos pelo Palácio dos Leões mesmo em caso de cancelamento.
Mudança
Embora tenha prometido durante a campanha eleitoral que não utilizaria as mesmas práticas de sua antecessora e adversária política, o governador do Maranhão fez pior.
Além de queimar a própria língua e manter os gastos milionários com o aluguel de aeronaves para não ter de enfrentar a buraqueira das estradas maranhenses, Dino pretende superfaturar o torra-torra aéreo, já que Roseana Sarney, durante os 11 meses em que esteve a frente do governo em 2014, gastou apenas R$ 7,4 milhões com a mesma prestação de serviço, o que representa quase a metade do que o comunista pretende gastar em 2015.
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