Apontada pela força-tarefa da Operação Cooperari em casos de desvio de dinheiro público em Paço do Lumiar, a Coopmar (Cooperativa Maranhense de Trabalho e Prestação de Serviços) também faturou, e faturou alto, nos dois últimos anos da gestão do ex-prefeito João Jorge de Weba Lobato, o Dr. Lobato (Cidadania), em Santa Helena.
Segundo análise do ATUAL7 na prestação de contas anuais da prefeitura, entre os exercícios financeiros de 2015 e 2016, exatos R$ 13.743.621,92 foram desembolsados dos cofres públicos do município para a cooperativa. Foram R$ 5.440.455,04 pagos no primeiro ano; e R$ 8.303.166,88 no segundo, por suposta prestação de serviços de terceirização.
É a terceira reportagem de uma série que o ATUAL7 planeja produzir para tornar público quanto a Coopmar faturou em quase duas dezenas de municípios maranhenses, e quem comandava a gestão municipal à época da assinatura dos contratos.
A primeira, publicada na última segunda-feira 5, mostra que a cooperativa recebeu R$ 3.318.440,36 da gestão de Miltinho Aragão (PSB) em São Mateus, por contratos entre 2014 e 2016. Na terça 6, foi revelado que em Rosário, pelo mesmo período, os ganhos obtidos na gestão de Irlahi Linhares Moraes (MDB) chegaram a R$ 10.850.442,77.
Em todas elas, há algo em comum, segundo varredura da CGU (Controladoria-Geral da União): direcionamento de licitação; participação ilícita de cooperativa de trabalho em certame para contratação de serviços terceirizados; e existência de indicativos de montagem das licitações.
Tudo, ainda de acordo com a CGU, apontando para ilicitude da licitação supostamente realizada, bem como a impossibilidade de execução do objeto contratado.
Por conta das irregularidades apontadas serem idênticas em todas as prefeituras onde a cooperativa operou, no mês passado, o juiz Ronaldo Maciel, titular da 1ª Vara Criminal de São Luís, privativa para processamento e julgamento de crimes cometidos por organizações criminosas, autorizou o compartilhamento de provas obtidas no bojo da ação penal que tem como réus os cooperados-cabeças da Coopmar envolvidos no assalto aos cofres públicos de Paço do Lumiar.
O objetivo, mostrou o ATUAL7, segundo a decisão do magistrado, é que o material sirva para a eventual responsabilização em improbidade administrativa e criminal de outros envolvidos no esquema.
Há, inclusive, a iminência de deflagração de novas fases da Operação Cooperari pela Polícia Federal, Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) e Seccor (Superintendência Estadual de Prevenção e Combate a Corrupção).
Outro lado
O ATUAL7 não conseguiu o contato do Dr. Lobato, para que ele pudesse se manifestar a respeito da contratação e repasses de sua gestão para a Coopmar, e se a cooperativa prestou os serviços contratados. O espaço está aberto para manifestações.
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