Santa Helena
PF e CGU seguem em Santa Helena em investigação contra Zezildo Almeida
Política

Segundo a apuração, empresa que ganhou todos os contratos da prefeitura para prestação de serviços de transporte escolar tem o próprio gestor municipal como contador. Prefeito nega

Agentes da Polícia Federal e servidores da Controladoria-Geral da União seguem no município de Santa Helena, concluindo diligências relacionadas à Operação Contabilista, que apura suposta organização criminosa especialista em direcionamento e desvios de recursos públicos destinados para o custeio do serviço de transporte escolar.

Segundo apurou o ATUAL7, a PF está dando apoio à auditoria que está sendo realizada in loco pela CGU em contratos da gestão anterior do prefeito Zezildo Almeida (PTB), reeleito em 2020. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos nesta sexta-feira (18).

Na última quarta-feira (16), 50 policiais federais e 3 servidores da CGU cumpriram 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região em endereços do Executivo municipal de Santa Helena, incluindo o prédio da prefeitura, e nas cidades de São Luís e Pinheiro. Residências do prefeito também foram alvo das buscas.

A operação foi batizada de Contabilista em referência ao próprio gestor municipal. De acordo com a PF, ele é contador de empresa com indícios de ser de fachada que ganhou todos os contratos da prefeitura para prestação de serviços de transporte escolar, entre os anos de 2017 e 2020.

Segundo análise da CGU, foi possível identificar direcionamento e sobrepreço nas contratações, que ultrapassam R$ 6,3 milhões.

Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa. Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 34 anos de prisão.

Nas redes sociais, Zezildo Almeida divulgou nota em que garante ter atuado como contador da empresa investigada apenas durante a abertura desta, em 2015, e que todos os serviços de transporte escolar contratados têm sido prestados de forma eficiente. O prefeito de Santa Helena diz ainda que apoia o trabalho das autoridades envolvidas na realização da operação.

PF faz buscas e mira Zezildo Almeida por desvios em contratos de R$ 6,3 milhões em Santa Helena
Política

Operação foi batizada de Contabilista, em referência ao gestor municipal, que é contador de empresa que ganhou todos os contratos da prefeitura para prestação de serviços de transporte escolar no município

A Polícia Federal cumpriu 12 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (16) no Maranhão em inquérito que apura suposta organização criminosa especialista em direcionamento e desvios de recursos públicos destinados para o custeio do serviço de transporte escolar.

A investigação mira a primeira gestão do prefeito reeleito de Santa Helena, Zezildo Almeida (PTB). Os mandados foram cumpridos em endereços do Executivo municipal, incluindo o prédio da prefeitura, e nas cidades de São Luís e Pinheiro.

A operação foi batizada de Contabilista, em referência ao próprio gestor municipal, que é contador de empresa com indícios de ser de fachada e que ganhou todos os contratos da prefeitura para prestação de serviços de transporte escolar, entre 2017 e 2020.

Segundo análise da CGU (Controladoria-Geral da União), que também auxiliou na operação, foi possível identificar direcionamento e sobrepreço nas contratações, que ultrapassam R$ 6,3 milhões.

Ao todo, 50 policiais federais e 3 servidores da CGU participaram da operação. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região.

Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa. Somadas, as penas para esses crimes podem chegar a 34 anos de prisão.

Juíza rejeita ação que pedia a cassação da chapa Zezildo-Joãozinho em Santa Helena
Política

Magistrada entendeu que não ficou comprovado abuso do prefeito e vice nas eleições 2020 na contratação de quase 600 pessoas no período vedado

A juíza Márcia Daleth Gonçalves Garcez, da 83ª Zona Eleitoral de Santa Helena, julgou improcedente, na sexta-feira (20), ação que pedia a cassação do prefeito e vice do município, respectivamente, Zezildo Almeida e Joãozinho Pavão, ambos do PTB, por supostos crimes eleitorais.

Formulada pela coligação do candidato a prefeito não eleito Dr. Lobato (Cidadania), mostrou o ATUAL7, a ação de investigação judicial eleitoral teve manifestação favorável do Ministério Público Eleitoral pela cassação dos diplomas e declaração de inelegibilidade por oito anos da dupla, mas não acolhida pela magistrada.

Cabe recurso.

Segundo a acusação, Zezildo Almeida e Joãozinho Pavão se beneficiarem eleitoralmente por meio da nomeação de centenas de pessoas na prefeitura municipal, sem concurso público, em período vedado pela lei eleitoral e com a finalidade de troca de obtenção de votos no pleito daquele ano.

Apesar da paralisação das aulas presenciais na rede pública de ensino desde março do ano passado, parte das contratações foi para preenchimento de cargos de professor, vigia e auxiliar operacional de serviços diversos na Secretaria Municipal de Educação de Santa Helena.

De quase de 600 contratados, mais de 60 abriram contas para recebimento de salário pouco mais de 72 horas antes das eleições.

Para a juíza eleitoral de Santa Helena, porém, não ficou comprovado abuso de poder dos acusados.

Segundo Márcia Garcez, as contratações temporárias realizadas durante o período vedado estavam acobertadas por exceção prevista em lei, “que admite contratações necessárias para o funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais”, e teriam cumprido cobranças feitas pelo Ministério Público estadual “em relação aos prejuízos que o sistema educacional do município de Santa Helena vinha sofrendo no ano de 2020”.

MP Eleitoral opina pela cassação da chapa Zezildo-Pavão por abuso de poder em 2020
Política

Apesar de vedado, quase 600 pessoas foram contratadas em ano eleitoral, sem concurso público. Parte abriu conta bancária para recebimento de salário pouco mais de 72 horas antes do pleito

O promotor de Justiça Eleitoral Hagamenon de Jesus Azevedo opinou pela cassação dos diplomas e declaração de inelegibilidade por oito anos do prefeito e vice-prefeito de Santa Helena, respectivamente, Zezildo Almeida Júnior e João Jorge Jinkings Pavão Filho, ambos do PTB, por abuso de poder nas eleições de 2020.

A manifestou foi feita no dia 27 de julho em ação de investigação judicial eleitoral que tramita na primeira instância da Justiça Eleitoral no Maranhão, sob análise e julgamento da juíza eleitoral Márcia Daleth Gonçalves Garcez, da 083ª Zona Eleitoral de Santa Helena.

Zezildo e Pavão são acusados de se beneficiarem eleitoralmente por meio da nomeação de centenas de pessoas na prefeitura municipal, sem concurso público, em período vedado pela lei eleitoral e com a finalidade de troca de obtenção de votos no pleito daquele ano.

De acordo com os autos, de quase 600 contratados, mais de 60 abriram contas para recebimento de salário pouco mais de 72 horas antes das eleições.

“Assim, infere-se dos autos que entre os investigados, o atual gestor ZEZILDO ALMEIDA JUNIOR, na qualidade de prefeito disputando a reeleição, utilizou a máquina administrativa para a contratação de servidores públicos municipais temporários fora das hipóteses legais, abusando das prerrogativas do cargo para favorecer a si próprio e seus aliados políticos e agindo de forma prejudicial aos demais candidatos adversários, sendo que tal uso indevido do poder configurou grave infração à lei eleitoral e princípios delas decorrentes, afetando a legitimidade e normalidade da eleição, causando sérios desequilíbrios no certame, sendo passível, por isso, das responsabilidades devidas”, destaca o MPE na manifestação sobre a suposta malandragem eleitoral.

Apesar da paralisação das aulas presenciais desde março do ano passado, parte das contratações foi para preenchimento de cargos de professor, vigia e auxiliar operacional de serviços diversos na Secretaria Municipal de Educação de Santa Helena.

Além da condenação de Zezildo Almeida e Pavão Filho, o MP Eleitoral pede também que seja declarada inconstitucional as disposições da lei municipal que autorizou as contratações, bem como respectivo processo seletivo simplificado, com objetivo de tornar nulas todas as contratações temporárias.

A defesa do prefeito e vice-prefeito de Santa Helena alega nos autos que as contratações têm previsão na Lei das Eleições, e que teriam ocorrido por pressão do Ministério Público do Maranhão. Todas, porém, foram rebatidas pelo promotor eleitoral Hagamenon de Jesus Azevedo, que apontou ainda não serem verdadeiras as cobranças do MP maranhense da forma como foi alegado pelos investigados.

TCE-MA pode ter atuado como linha auxiliar de Zezildo, de Santa Helena
Política

Corte deixou de analisar ocorrência que poderia anular acórdão que reprovou contas de Dr. Lobato. Atual prefeito vai disputar reeleição possivelmente com filho de conselheiro da corte na vice

Apesar de integrar a recém-formada frente estadual de combate à corrupção, cujo objetivo inicial firma-se no compromisso de fortalecimento e aumento da eficiência da órgão no combate à práticas ilegais nas eleições municipais de 2020, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Maranhão pode ter atuado como linha auxiliar do prefeito de Santa Helena, Zezildo Almeida, no pleito deste ano.

No início de agosto, a corte publicou acórdão de julgamento ocorrido em junho último, em que os conselheiros decidiram manter acórdão anterior, do ano passado, pela desaprovação de contas do ex-prefeito e pré-candidato a prefeito do município, Dr. Lobato.

Ocorre que, segundo verificou o ATUAL7, durante a análise e julgamento do recurso de reconsideração, o tribunal deixou de se debruçar sobre uma ocorrência que, se revista, poderia provocar uma reviravolta em todo o processo, possivelmente culminando com a aprovação das contas de Dr. Lobato e reanálise e reprovação das contas da ex-prefeita de Santa Helena, Maria Helena Pavão, esposa do ex-presidente e conselheiro do TCE-MA, Jorge Pavão.

No caso, trata-se suposta desconformidade no valor do repasse à Câmara Municipal de Santa Helena, que representou 7,29% das receitas tributárias do município e das transferências previstas na Constituição, supostamente descumprindo o teto de 7%.

Segundo alegou a defesa do ex-prefeito, ignorada pelo tribunal em flagrante omissão, deveria ser realizada diligência no sentido de reanálise das prestações de contas de 2012 e 2013, a fim de apurar o valor arrecadado e declarado a título de FPM (Fundo de Participação do Município) referente aos dois anos, o que comprovaria que a suposta irregularidade seria de responsabilidade de Helena Pavão.

Uma outra ocorrência, referente aos gastos da gestão do ex-prefeito de Santa Helena com educação, dispendidos a título de Pasep, MDE (Manutenção de Desenvolvimento e Ensino), também foi equivocadamente apontada como irregular pelo Tribunal de Contas, já que, em julgamento semelhante relativo às contas anuais de governo da gestão Edivaldo Holanda Júnior (PDT), em São Luís, foi aprovada com ressalvas pelo mesmo plenário da corte.

Além de marido da ex-prefeita, o conselheiro Jorge Pavão —que declarou-se suspeito para discutir e votar na relatoria do processo que acordou o julgamento contrário ao recurso de Dr. Lobato— é também pai do advogado João Pavão Filho, o Joãozinho, possível indicado para a vice na chapa de reeleição de Zezildo Almeida, adversário de Dr. Lobato.

O caso deve parar no Poder Judiciário, também integrante da frente estadual de combate à corrupção.

Coopmar recebeu R$ 13,7 milhões da gestão Dr. Lobato em Santa Helena
Cotidiano

Repasses ocorreram entre 2015 e 2016. Cooperativa foi alvo da PF, Gaeco e Seccor na Operação Cooperari

Apontada pela força-tarefa da Operação Cooperari em casos de desvio de dinheiro público em Paço do Lumiar, a Coopmar (Cooperativa Maranhense de Trabalho e Prestação de Serviços) também faturou, e faturou alto, nos dois últimos anos da gestão do ex-prefeito João Jorge de Weba Lobato, o Dr. Lobato (Cidadania), em Santa Helena.

Segundo análise do ATUAL7 na prestação de contas anuais da prefeitura, entre os exercícios financeiros de 2015 e 2016, exatos R$ 13.743.621,92 foram desembolsados dos cofres públicos do município para a cooperativa. Foram R$ 5.440.455,04 pagos no primeiro ano; e R$ 8.303.166,88 no segundo, por suposta prestação de serviços de terceirização.

É a terceira reportagem de uma série que o ATUAL7 planeja produzir para tornar público quanto a Coopmar faturou em quase duas dezenas de municípios maranhenses, e quem comandava a gestão municipal à época da assinatura dos contratos.

A primeira, publicada na última segunda-feira 5, mostra que a cooperativa recebeu R$ 3.318.440,36 da gestão de Miltinho Aragão (PSB) em São Mateus, por contratos entre 2014 e 2016. Na terça 6, foi revelado que em Rosário, pelo mesmo período, os ganhos obtidos na gestão de Irlahi Linhares Moraes (MDB) chegaram a R$ 10.850.442,77.

Em todas elas, há algo em comum, segundo varredura da CGU (Controladoria-Geral da União): direcionamento de licitação; participação ilícita de cooperativa de trabalho em certame para contratação de serviços terceirizados; e existência de indicativos de montagem das licitações.

Tudo, ainda de acordo com a CGU, apontando para ilicitude da licitação supostamente realizada, bem como a impossibilidade de execução do objeto contratado.

Por conta das irregularidades apontadas serem idênticas em todas as prefeituras onde a cooperativa operou, no mês passado, o juiz Ronaldo Maciel, titular da 1ª Vara Criminal de São Luís, privativa para processamento e julgamento de crimes cometidos por organizações criminosas, autorizou o compartilhamento de provas obtidas no bojo da ação penal que tem como réus os cooperados-cabeças da Coopmar envolvidos no assalto aos cofres públicos de Paço do Lumiar.

O objetivo, mostrou o ATUAL7, segundo a decisão do magistrado, é que o material sirva para a eventual responsabilização em improbidade administrativa e criminal de outros envolvidos no esquema.

Há, inclusive, a iminência de deflagração de novas fases da Operação Cooperari pela Polícia Federal, Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) e Seccor (Superintendência Estadual de Prevenção e Combate a Corrupção).

Outro lado

O ATUAL7 não conseguiu o contato do Dr. Lobato, para que ele pudesse se manifestar a respeito da contratação e repasses de sua gestão para a Coopmar, e se a cooperativa prestou os serviços contratados. O espaço está aberto para manifestações.

Convenção do PPS homologa a candidatura de Dr. Lobato à reeleição em Santa Helena
Política

Quase 4 mil pessoas participaram da festa da convenção. Coligação conta com PDT, PSB, PSDB, PT, PCdoB e PPS

O Partido Popular Socialista (PPS) oficializou, na última quarta feira 3, a candidatura de reeleição de João Jorge Lobato, o Dr. Lobato (PPS), a prefeito de Santa Helena. O vice será novamente José Fernando Ferreira da Silva, o Fernando Crente (PCdoB), repetindo a chapa vitoriosa de 2012 que varreu a oligarquia Pavão do município.

Em seu discurso, Dr. Lobato agradeceu o apoio de sua equipe, parceiros, aliados e as novas adesões ao seu grupo político, conhecido na região como Nação 23. O pré-candidato a prefeito de Santa Helena também destacou os avanços de sua gestão, como o de ter tirado o município da inadimplência e transformado escolas de taipa, deixadas pela gestão anterior, em escolas de alvenaria, e reassumiu o compromisso de lutar cada vez mais pelo desenvolvimento e avanço do município.

“Dia e noite eles [integrantes do clã encabeçado pelo presidente do TCE-MA, Jorge Pavão] me atacam nas rádios e televisão. Mostram escolas de taipa, mas esquecem dizer que se em Santa Helena ainda existem escolas de taipa foram eles que deixaram, e eu estou reconstruindo todas de alvenaria com piso e cerâmica. Na minha gestão estou deixando escolas climatizadas e moralizando o transporte escolar. Foram muitas conquistas e realizações, mas sei que falta muito a fazer e juntos mais uma vez a Nação 23 chegará a vitoria”, declarou.

Estiveram presentes diversas lideranças políticas da cidade e região, além dos deputado estadual Zé Inácio (PT), Waldir Maranhão (PP) e Cabo Campos (DEM). Durante na convenção foram apresentados ainda os novos pré-candidatos do grupo ao legislativo municipal e os que concorrem à reeleição. Forte, a base de reeleição Dr. Lobato é composto pelo PDT, PSB, PSDB, PT, PCdoB e PPS. A chapa de reeleição conta ainda com o apoio de movimentos sociais e igrejas evangélicas e católicas.

Segundo a Polícia Militar, quase 4 mil pessoas participaram do evento, sendo cerca de mil acompanhando do lado de fora da escola Maria Tereza  Carvalho Weba, onde foi realizado a convenção.

Baixo público e infidelidade partidária marcam convenção de testa de ferro
Política

Presidente do TCE-MA tenta voltar ao comando da cidade por meio de Zezildo Almeida. Ele conta com a ajuda do vice-presidente da AL-MA

O baixo comparecimento da população e de representatividade política marcou a convenção que oficializou a candidatura de Zezildo Almeida (PTB) a prefeito de Santa Helena como testa de ferro do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão, João Jorge Jinkings Pavão.

No comando das cofres do município de Santa Helena por oito anos consecutivos por meio de sua mulher, a ex-prefeita Maria Helena Pavão, o presidente do TCE-MA tenta retornar o controle e fazer da cidade uma especie de feudo eleitoral já nas eleições de outubro próximo. Inicialmente, o plano era lançar a própria esposa, mas a onda de denúncias contra sua gestão no órgão fiscalizador, como a de ter empregado o filho do vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão, acabou obrigando Pavão a retirá-lo do foco e recorrer ao nome do testa de ferro.

Realizada na tarde do último sábado 30 em uma casa de eventos em frente à Praça da Bandeira, no Centro do município, a convenção reuniu cerca de 300 pessoas, entre adultos e crianças, tendo mais balões que populares  no local.

Apesar do nome do clã Pavão para as eleições de Santa Helena neste ano ser o de Zezildo, as palavras de agradecimento e engradecimento dos poucos políticos presentes foram todas direcionadas à Helena.

Infidelidade partidária

Além do envolvimento político do presidente do TCE-MA na eleição, chamou também a atenção a presença do vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB). Ocorre que, embora a candidatura de Zezildo seja uma forma da oligarquia Sarney tentar renascer em Santa Helena, Othelino mostrou-se bem a vontade no evento, inclusive chegando a declarar que estava no local representando o governador Flávio Dino (PCdoB).

O comunista não se viu nenhum pouco constrangido, por exemplo, ao posar para fotos abraçado ao lado da mulher de Jorge Pavão e do deputado federal Victor Mendes (PSD), de quem no município de Pinheiro é, juntamente com o seu pai Filuca Mendes (PMDB), inimigo histórico.

Para populares ouvidos pelo ATUAL7, a presença do vice-presidente da AL-MA é uma incoerência grave do partido, já que a principal liderança do PCdoB em Santa Helena, o pastor Fernando Crente, é o atual vice-prefeito da cidade e que pretende a chapa ao lado do prefeito João Jorge Lobato, o Dr. Lobato (PPS). Alguns interpretaram a ação de Othelino como um ato de traição e infidelidade partidária, já que o Dr. Lobato foi o único prefeito da Baixada Maranhense a apoiar Flávio Dino nas eleições de 2014, e conta com o PCdoB em sua coligação.

A descoberta de funcionários fantasmas e contratos suspeitos na Assembleia Legislativa do Maranhão foi levantado por algumas pessoas como o principal motivo para a presença de Othelino Neto da convenção. Elas acreditam que seria uma forma de facilitar a aprovação de contas da Casa pelo TCE-MA. Tudo já estaria articulado entre Jorge Pavão e envolveria ainda o ex-presidente do tribunal, conselheiro Edmar Serra Cutrim.

Mulher do presidente do TCE-MA contrata e lidera pesquisa de instituto fantasma
Política

Contratada pela empresa de Helena e Jorge Pavão é a mesma que apontava a vitória de Mary Guerreiro em 2012. Divulgadores do levantamento com incorreção devem ser multados pela Justiça Eleitoral

Em Santa Helena, município localizado a 115 quilômetros de São Luís, a candidata a prefeita Helena Pavão, mulher do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão, conselheiro Jorge Pavão, lidera pesquisa eleitoral contratada por sua própria empresa e do marido, a Rádio Jorgeana, de CNPJ 01.629.270/0001-29, e divulgada no sábado 23 por um instituto fantasma.

Razão Social e Nome Fantasia da empresa que deu Helena Pavão na liderança de pesquisa é diferente da comemorada pela candidata, que é também a contratante por meio de sua empresa
PesqEle Público/TSE Líder e contratante Razão Social e Nome Fantasia da empresa que deu Helena Pavão na liderança de pesquisa é diferente da comemorada pela candidata, que é também a contratante por meio de sua empresa

Registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o protocolo MA 07813/2016, a pesquisa – que afirma ter entrevistado 505 eleitores entre os dias 18 e 19 de janeiro, ter margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95% – tem como contratada a agência de publicidade e de locação de palcos e imóveis Mape Produções e Publicidade, que tem como Razão Social o nome de sua proprietária, Sônia Maria Silva Lima, com sede em Bacabal. Porém, ao divulgar o resultado da pesquisa que aponta o favoritismo de Helena Pavão para o pleito municipal majoritário, a agência se apresentou com outro nome, o Instituto IMAP – Pesquisa de Opinião Pública, que na Receita Federal não existe, já que o CNPJ 02.348.509/0001-55 pertence a empresa Sônia Maria Silva Lima / Mape Produções e Publicidade.

Devido a incorreção, de não divulgar o nome da contratada para a realização da pesquisa, isto é, o nome Mape Produções e Publicidade e não IMAP - Pesquisa de Opinião Pública, de acordo com o Artigo 10, inciso V, da Resolução n.º 23.453, que dispõe sobre pesquisas eleitorais para o pleito de 2016, tanto a empresa de Sônia Maria Lima como os sites, blogs, rádios e jornais que divulgaram o resultado do levantamento devem ser multados pela Justiça Eleitoral, em valor que vai de R$ 53 mil a R$ 106 mil.

Proprietária da Mape Produções e Publicidade alega que nome da empresa é IMAP – Pesquisa de Opinião Pública,mas não é o que o sistema do TSE e a Receita Federal dizem
Receita Federal Fantasma Proprietária da Mape Produções e Publicidade alega que nome da empresa é IMAP – Pesquisa de Opinião Pública,mas não é o que o sistema do TSE e a Receita Federal dizem

Além da pesquisa registrada sob o protocolo MA 07813/2016, como mostra a imagem na lateral, outras duas pesquisas da Mape Produções e Publicidade para Santa Helena estão no forno, e, assim que divulgadas, devem tirar ou permanecer com a suspeita de que o contratante sempre aparece na liderança, uma com a Rádio Jorgeana novamente como contratante e pagante, e a outra por alguém identificado apenas por Ademar de Souza Paiva.

Visita suspeita

Além da divulgação do resultado da pesquisa com o nome de um instituto que não existe nos registros do TSE, chama a atenção o fato do Sonia Maria Lima e seu esposo, Fernando Braga, terem realizado uma visita ao presidente-conselheiro do TCE-MA em data próxima a da realização da pesquisa.

Questionada pelo Atual7 sobre a visita, Sônia afirmou que ela e o marido estiveram no gabinete de Jorge Pavão apenas para bater fotos, devido à "história" do presidente-conselheiro do TCE-MA. "A gente pediu pra fazer uma foto com o conselheiro, porque o conselheiro é um homem admirável, né? Quem não quer fazer uma foto com o conselheiro?", disse ainda.

A proprietária da Mape Produções e Publicidade mostrou-se ainda surpresa por o nome de sua empresa ser justamente Mape Produções e Publicidade e não Instituto IMAP – Pesquisa de Opinião Pública. Ela alegou que havia solicitado a uma contadora que lhe presta serviços, "há cerca de um ano", a mudança do nome de sua empresa, e que, ainda esta semana, enviará a comprovação de que houve esta solicitação de mudança, e de que o instituto não é fantasma.

Sônia disse ainda que quem procurou sua empresa e pagou pela pesquisa foi o filho do conselheiro, o advogado João Jorge Jinkings Pavão Filho, que seria, segundo ela, diretor da Rádio Jorgeana.

Liderança em pesquisa

Não é a primeira vez que a Mape Produções e Publicidade apresenta resultado de pesquisa com a mulher de um presidente de órgão estadual na liderança.

Em 2012, já divulgando levantamentos eleitorais como o nome fantasma IMAP - Pesquisa de Opinião Pública, a empresa colocou, em todos os resultados tabulados, a então esposa do então presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Guerreiro Júnior, como vitoriosa para a prefeitura nas urnas de Guimarães.

Terminada as eleições, porém, na contagem dos votos, a votação de Mary Guerreiro mostrou que os resultados apontados pelas pesquisas da Mape eram tão fantasmas quanto o nome que a empresa usa para divulgá-los.