Othelino Neto
Othelino perde força, recua para Brandão e vai ocupar cargo de lobby em Brasília
Política

Ex-presidente da Alema vai usar posto para continuar atuando como sombra da esposa, Ana Paula Lobato, no Senado. Declínio beneficia o petista Zé Inácio, que volta a exercer o mandato de deputado na Casa

Até outro dia dono de poder capaz de mudar os rumos do Palácio dos Leões e de controlar por meia década o destino do orçamento multimilionário da Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado Othelino Neto (PCdoB) carrega agora a maldição de quem até ascendeu da vida pública, mas depois perdeu a importância e evidência política após cair do cargo de presidente da Casa.

Dois meses depois de classificar como falsa informação revelada pelo blog O Informante, do Jornal Pequeno, de que estava negociando com Carlos Brandão (PSB) a própria nomeação para cargo de lobby em Brasília (DF), Othelino foi às mesmas redes sociais nessa quarta-feira (1º) agradecer a indicação e confiança do mandatário, e vai mesmo assumir a pasta responsável por acordos políticos na Esplanada dos Ministérios em troca do envio de recursos públicos para o Governo do Estado.

O recuo ocorre após o deputado haver aberto para a novata Iracema Vale (PSB) na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa.

Abandonado no meio da corrida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), que apadrinhava sua candidatura, ele não teve força para enfrentar o novo governador do Maranhão, que impôs a ungida pelo Palácio dos Leões como poste no comando do Legislativo estadual. No período, foi isolado, faltou a maioria das sessões presenciais da Casa desde o início da nova legislatura e passou a reputar como traidores os antigos aliados.

Impossibilitado para fazer oposição solitária na Assembleia ao Poder Executivo estadual, a saída foi baixar a crista e pegar o posto oferecido por Carlos Brandão, que não tem orçamento próprio e apenas sete funcionários à disposição –poder de fogo menor do que o garantido no próprio gabinete parlamentar na Alema.

Em Brasília, sob a justificativa de que estará representando institucionalmente o Maranhão, Othelino Neto continuará atuando como sombra da esposa no Senado, a 1ª suplente no exercício do mandato, Ana Paula Lobato (PSB) -que ocupa a vaga de Dino.

O declínio de Othelino acabou beneficiando principalmente outro suplente, o petista Zé Inácio, que volta a exercer o mandato de deputado na Assembleia Legislativa.

Othelino Neto fica isolado após perder comando da Alema e atrapalhar entrada no governo Brandão
Política

Ex-presidente considera ter sido traído na disputa pelo comando da Alema. Ele estuda se licenciar no mandato para continuar atuando com a esposa, Ana Paula Lobato, no Senado Federal

O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto (PCdoB), não conta com muitos aliados desde que perdeu o comando da Casa e dificultou a própria entrada no governo Carlos Brandão (PSB).

Diversos deputados antes considerados liderados pelo comunista têm relatado nos bastidores que reduziram ou mesmo cortaram laços com Othelino, que também não estaria mais aberto a diálogo com os parlamentares estaduais, a quem passou a reputar como traidores por, segundo entende, ter sido abandonado na disputa contra Iracema Vale (PSB) pela chefia da Alema.

Isolado, o ex-chefe do Legislativo estadual tem faltado à maioria das sessões presenciais da Assembleia desde o início da nova legislatura, e passado a maior parte do tempo em Brasília (DF), onde promove o mandato da esposa no Senado, a 1ª suplente no exercício do mandato, Ana Paula Lobato (PSB) – ela ocupa a vaga de Flávio Dino (PSB), que se licenciou para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Embora ainda viva sob a sombra de Dino, de quem espera uma movimentação para assumir um cargo no governo petista ou reentrada na cota do ex-governador na nova gestão estadual, o clima está desfavorável para Othelino. Até o momento, o ministro da Justiça não conseguiu cavar nenhuma ocupação para o aliado no centro do Poder da República.

Além disso, a pasta de representação do Maranhão em Brasília, espaço sem relevância social custeado pelo erário para lobby político na Esplanada dos Ministérios, antes ofertada de porteira fechada a Othelino Neto, mas rejeitada por ele em publicação incômoda nas redes sociais, teve orçamento vetado pelo novo mandatário do Estado, foi retirada da mesa de negociação e já está sendo entregue repartida a lideranças partidárias que auxiliaram na reeleição de Brandão ao Palácio dos Leões.

Como não há justificativa aceitável para continuar faltando as sessões presenciais da Alema nem possibilidade do espaço pretendido no governo Brandão, segundo apurou o ATUAL7, o ex-presidente da Assembleia estaria estudando se licenciar do mandato para continuar atuando com a esposa no Senado Federal.

A movimentação teria como objetivo abrir vaga na Alema para o petista Zé Inácio, que não conseguiu se reeleger no pleito de 2022 e ficou na 1ª suplência da Federação Brasil da Esperança –integrada pelo PT, PCdoB e PV.

A aposta é que a entrega do gabinete na Alema para o deputado do PT poderia facilitar a entrada de Othelino no governo Lula.

Brandão é reconduzido ao Palácio dos Leões sem a presença de Dino
Política

Ministro da Justiça de Lula não compareceu também à posse do sucessor, a quem tem ignorado até nas redes sociais. Antes, já havia evitado aproximação durante diplomação no TRE-MA

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi ausência marcante na cerimônia de recondução do governador Carlos Brandão (PSB) ao Palácio dos Leões.

O evento foi realizado nessa sexta-feira (6), na praça Dom Pedro II, Centro de São Luís, com apresentações artísticas de nomes locais e nacionais. O valor e a origem do recurso que custeou a festa, porém, seguem omitidos pelo mandatário. Um pedido pela Lei de Acesso à Informação, solicitando os dados, foi registrado pelo ATUAL7 e deve ser respondido ainda este mês.

Dino e Brandão estão em crise desde a eleição do primeiro ao Senado e reeleição do último ao governo do Maranhão. Desde outubro do ano passado, o ex e o atual governador do Estado vivem um casamento típico de fachada, daquelas relações com quase nenhuma sintonia.

Na última quinta (5), a reportagem entrou em contato com a assessoria do Ministério da Justiça e com a Secretaria de Comunicação do Estado, e indagou a respeito da presença de Dino no evento, e se foi feito convite para a participação do ex-mandatário na cerimonia de recondução de Brandão. Ambas, porém, não responderam os questionamentos.

Antes, Dino já havia sido procurado para comentar a relação com o governo Brandão, via aplicativo de mensagens, mas não retornou e ainda bloqueou o contato do ATUAL7. Brandão também tem ignorado solicitações a respeito de como está a sua comunhão com Dino.

Embora o ministro pudesse alegar agenda apertada em Brasília (DF) com assuntos relacionados à pasta, ele sequer enviou gravação para ser exibida na solenidade, como é esperado para eventos dessa relevância envolvendo aliados. Até o momento, também não fez qualquer comentário a respeito do evento que marcou o retorno do sucessor ao Poder Executivo maranhense.

Afora o descumprimento de acordos relacionados à presidência da Assembleia Legislativa e ao comando de pastas no primeiro escalão do novo governo, a tensão é fortemente motivada pela forma como o novo mandatário do Estado vem tratando a coisa pública, sobretudo por três fatores: precarização de programas e serviços que eram considerados prioritários por Dino; ojeriza a Diego Galdino e Felipe Camarão; e pelo estilo oligarca que tem apresentado, com distribuição desenfreada de poder para familiares.

Galdino, no caso, teve o nome vetado para a Secretaria da Educação no novo governo, e Camarão, embora vice-governador, tem sido escanteado das discussões de formação do futuro secretariado e das decisões que influenciarão na próxima gestão estadual.

Até mesmo o anúncio do retorno de Camarão para a Seduc, única indicação que aceitou para a pasta, está sendo cozinhada. À cada declaração sobre a formação do novo secretariado, Brandão tem adiado a formalização dos nomes. Na campanha, seria após eleito. Depois, assim que tomasse posse. Até recentemente, embora não haja qualquer relação com o compromisso assumido, garantia que seria após a eleição para a presidência da Alema. Durante a posse, porém, já adiou para fevereiro. Ontem, mesmo após resolvido consenso pela eleição de Iracema Vale (PSB) para o comando da Casa, não deu data certa, e disse apenas que vai primeiro sentar com os partidos aliados.

Segundo pessoas próximas ao ministro de Lula (PT) ouvidas reservadamente pelo ATUAL7, Dino tem pretensões políticas para o âmbito nacional que podem ser atrapalhadas por Brandão, caso o ex-vice, “deslumbrado com o poder”, não siga as orientações convenientes a esse projeto conforme estariam previamente combinados.

O governador maranhense, por sua vez, estimulado pelo irmão caçula, o empresário Marcus Brandão, quer imprimir marca própria no estado, e para isso precisa mostrar quem manda no Palácio dos Leões agora. Neste sentido, até trouxe de volta à vida pública no âmbito estadual, como seu novo aliado, o ex-senador José Sarney (MDB-MA), amigo do presidente Lula e com forte influência na Esplanada dos Ministérios.

Em relação à eleição para o comando da Alema, segundo relatos de três fontes ligadas aos dois, Dino havia acertado acordo Brandão pela permanência do deputado Othelino Neto (PCdoB), atual presidente da Casa, no cargo.

No caso, pelo apoio na corrida ao Senado, o acerto foi a primeira suplência à vice-prefeita de Pinheiro, Ana Paulo Lobato (PSB), esposa de Othelino. Para deixar Weverton Rocha (PDT) e fechar com Brandão, a aliança envolveu o compromisso de apoio à reeleição de Othelino à presidência da Assembleia.

Logo após a contagem das urnas, porém, Brandão passou a alegar que primeiro iria trabalhar pela vitória de Lula à presidência da República no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL); depois que só discutiria a respeito quando fosse resolvida a eleição da Famem (Federação dos Municípios do Estado do Maranhão); e, por último, resolveu interferir abertamente na disputa pelo controle da Alema, não apenas rejeitando Othelino para a chefia daquele Poder, como também trabalhando ativamente contra.

O distencionamento estreitou a relação entre Dino e Othelino, e apartou com Brandão –que até a campanha era definido como político leal e de confiança.

Apesar do agravamento nos vínculos político e afetivo, Brandão tem forçado sintonia de fachada com o ex-líder.

Na terça-feira (3), por exemplo, durante a posse Dino na Justiça, tirou proveito das pretensões políticas do ex-governador e buscou aproximação para fotos e apertos de mão, ainda que apenas protocolares, em público. Melindrado, o ministro citou Brandão durante discurso.

Segundo entenderam pessoas presentes e que acompanham a crise de perto, de forma irônica e evidenciando a mudança de posicionamento do sucessor, em um dos trechos do discurso, Dino se referiu a Brandão como “nosso comandante político” do Maranhão e, logo em seguida, lembrou que ele, quando ainda vice, era “realmente muito ajustado àquele momento”.

Antes, Dino já havia evitado registros ao lado de Brandão durante a diplomação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão, não comparecido à posse do governador na Assembleia Legislativa nem à celebração em ação de graças na Igreja da Sé, na capital.

Othelino entra em consenso com Iracema pela presidência da Assembleia Legislativa do MA
Política

Com decisão, candidata do governador Carlos Brandão será aclamada para o posto. Orçamento da Casa para 2023 é de R$ 535 milhões

O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), decidiu entrar em consenso com a deputada diplomada Iracema Vale (PSB) pela presidência da Casa.

O anúncio, conforme antecipou o ATUAL7 mais cedo, foi feito nas redes sociais, nesta sexta-feira (6), após reunião pela unidade que contou com a participação de deputados da chamada bancada dinista, parlamentares eleitos após cargo nos primeiro e segundo escalão do Palácio dos Leões sob Flávio Dino.

Com a decisão, a candidata do governador Carlos Brandão deve ser aclamada ao posto no próximo dia 1º de fevereiro, data que marca o início da nova legislatura e da eleição para a Mesa Diretora da Alema.

A retirada de candidatura de Othelino mantém a ausência de disputa pela presidência da Assembleia Legislativa. Conforme mostrou o ATUAL7, desde 2015 não há confronto pelo comando da Casa.

Iracema figurou como favorita à presidência da Alema sob interferência de Brandão. Com promessa de liberação de emendas e cargos, ele se opôs ao seu antecessor, o ex-governador Flávio Dino (PSB), com quem havia firmado acordo pela reeleição de Othelino.

Além da presidência, estarão em disputa outros oito postos, quatro de vice-presidências e quatro de secretários. Em razão do consenso, os deputados deverão formar chapa única para todos os cargos, garantindo que a eleição seja nominal e aberta.

O mandato dos integrantes da Mesa Diretora é de dois anos, com possibilidade de reeleição. Quem comandar a presidência terá o controle sobre R$ 535 milhões previstos no orçamento da Casa para este ano.

Assembleia Legislativa do MA não tem disputa pela presidência há oito anos
Política

Até o momento, concorrem o atual mandatário Othelino Neto e a deputada de primeira mandato Iracema Vale. O primeiro deixou crescer dúvidas sobre apoio de Flávio Dino e a novata é apadrinhada por Carlos Brandão

A presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão pode voltar a ser palco de disputa caso o atual chefe da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), e a deputada diplomada Iracema Vale (PSB) se mantenham na corrida.

Há oito anos não há confronto para se alcançar o posto.

A última vez que houve mais de uma candidatura ao comando do Palácio Manuel Beckman, sede do Poder Legislativo do Estado, foi em 2015. Naquele ano, mesmo sem possibilidade de reviravolta, a então deputada Andréa Murad disputou o cargo contra o então deputado Humberto Coutinho (já falecido).

Além do próprio voto, ela teve apenas o do cunhado e então deputado Sousa Neto. Todos os demais parlamentares votaram em Coutinho.

Com o falecimento dele em 2018, Othelino assumiu o controle da Casa, em mandato-tampão de dois anos, por ascensão automática e definitiva, ou seja, sem necessidade de nova eleição.

Posteriormente, Othelino foi aclamado para o comando do Palácio Manuel Beckman, para o biênio 2019-2020, e reeleito novamente por unanimidade, de forma antecipada ao ponto de tê-lo livrado da regra recentemente estabelecida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para a reeleição à Mesa Diretora de Poder Legislativo, por mais dois anos.

Para o biênio 2023-2024, em busca de um reacionário consenso absoluto em torno de Iracema, o governador Carlos Brandão (PSB) tem arriscado fragmentar a própria base. Após interferência do Palácio dos Leões, ela conta com o apoio da maioria ampla dos colegas.

Já Othelino, desde que Brandão, para não ser mais desmoralizado, passou a oferecer emendas e cargos e a receber gestores municipais familiares de parlamentares estaduais, ao menos no embate público, tem perdido aliados até então considerados fieis. O único crescimento registrado tem sido em relação à dúvida sobre apoio do patrono de sua candidatura, o senador diplomado e ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Flávio Dino (PSB), ex-governador do Maranhão.

A eleição para a presidência da Alema será realizada no próximo dia 1º de fevereiro, de forma presencial. O mandato é de dois anos, com possibilidade de reeleição. Quem for eleito para a presidência terá o controle sobre R$ 535 milhões orçados para este ano.

Conforme o regimento interno, a votação é secreta, exceto em caso de chapa para todos os cargos da Mesa Diretora, e por maioria absoluta —ou seja, o candidato precisa de pelo menos 22 votos dos 42 deputados da Casa para ser eleito. Se porventura isso não acontecer, há uma nova eleição, e ganha quem tiver a maioria simples, conforme o total de parlamentares presentes no ato.

Além da presidência, também estarão em pleito oito postos, quatro de vice-presidências e quatro de secretários.

Secretaria de Representação do MA em Brasília, com sete cargos, pode ser dada a Gil Cutrim
Política

Deputado não conseguiu se reeleger, e tem confessado à pessoas próximas que deseja continuar no centro do poder da República. Indicação passa pelo apoio do irmão à Iracema Vale, que Carlos Brandão tenta impor como poste no comando da Assembleia Legislativa maranhense

A Secretaria de Estado da Representação Institucional do Maranhão em Brasília (DF), que o governador Carlos Brandão (PSB) atua para recriar ainda no mandato-tampão, possuirá, oficialmente, apenas sete cargos.

A informação consta em mensagem encaminhada pelo Palácio dos Leões à Assembleia Legislativa nessa terça-feira (20).

Além do titular, a pastinha será compreendida, conforme a estrutura do projeto de lei, nos cargos de secretário adjunto, dois de assessor especial, outros dois de auxiliar de serviços de transportes oficiais e um chefe de gabinete.

Para o regular funcionamento, dependerá da boa vontade de Brandão em autorizar a cessão de servidores de demais secretarias, fundações e autarquias do Estado.

Segundo setores anilhados ao governo estadual, a chamada SERIDF estaria sendo oferecida ao presidente da Assembleia Othelino Neto (PCdoB). Em troca, ele teria de retirar a candidatura à reeleição ao comando do Poder Legislativo maranhense em apoio à deputada diplomada Iracema Vale (PSB), que Brandão tenta impor, sem sucesso, como poste no controle da Casa.

Fontes do ATUAL7 afirmaram, porém, que a pastinha pode ser dada ao deputado federal Gil Cutrim (Republicanos).

Nas eleição de outubro, ele não conseguiu se reeleger e terminou a disputa na primeira suplência da legenda, comandada no estado pelo deputado Cléber Verde, único reeleito pelo partido. À pessoas próximas, Gil estaria confessando que, mesmo fora do mandato, deseja e pode continuar em Brasília, centro do poder da República, articulando e elaborando ações voltadas para o Maranhão.

Gil Cutrim é filho do ainda conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Edmar Cutrim, e irmão do deputado Glalbert Cutrim (PDT), 1º vice-presidente da Alema na atual legislatura. Ele passou a ser cotado para a pasta em troca do apoio do caçula à sub judice Iracema, após interferência de Brandão na disputa legislativa, contra indicação do Partido Democrático Trabalhista no Maranhão, que inicialmente havia fechado questão, em conjunto com o PL de Josimar Maranhãozinho, pela recondução de Othelino ao comando da Assembleia Legislativa.

Brandão tenta impor força, esbarra na muralha de Othelino, é desmoralizado e fica à beira de transgressão contra Dino
Política

Governador do Maranhão quer mostrar quem manda agora no Palácio dos Leões e está disposto a não renunciar em 2026 para fazer o próprio sucessor

A declaração do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto (PCdoB), de que não pretende ocupar qualquer pasta do governo Carlos Brandão (PSB) em troca da retirada de sua candidatura de reeleição ao comando da Casa, deixou o mandatário do Estado desmoralizado perante aliados.

Cerca de duas semanas após inserir oficialmente a deputa diplomada Iracema Vale (PSB), que ainda nem tomou posse do mandato, em disputa pela presidência do Legislativo maranhense, Brandão conseguiu, no máximo, fragmentar a própria base, constranger aliados e caminha para terminar o mandato-tampão que recebeu do senador diplomado Flávio Dino (PSB), assim como começar o conquistado nas urnas sobretudo pela influência e popularidade de seu então mentor, com ainda menos crédito.

Apesar de, neste momento, ter capturado a ampla maioria dos 42 deputados estaduais da próxima legislatura, o governador do Maranhão ainda se empenha em derrubar qualquer objeção ao seu desejo de fazer a presidência da Alema, e utiliza a velha política do “toma lá, dá cá” em busca de um reacionário consenso absoluto.

A tentativa de impor força, porém, bate na muralha de Othelino Neto, que conta com o apoio aberto de Dino, conforme compromisso selado ainda na campanha eleitoral de 2022, que envolveu o abandono ao senador Weverton Rocha (PDT), então favorito ao governo do Estado, e entrada na cruzada do próprio Carlos Brandão ao Palácio dos Leões.

A ausência de apoio à sub judice Iracema Vale pelos deputados diplomados Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB), que devem coordenar a tropa de choque dinista na Alema, por exemplo, mostra que a unidade em torno da candidata do governador enfrenta resistência do próprio Dino e que, até o dia 1º de fevereiro do ano que vem, data da eleição para a Mesa Diretora, os quase 30 votos que Brandão acredita ter arranjado para a parlamentar de primeiro mandato podem não aparecer.

Ao entorno mais próximo, Brandão tem repetido que jamais deu qualquer garantia de apoio a Othelino à presidência da Alema, e que o deputado está mais do que contemplado com a escalada imediata da esposa, Ana Paula Lobato (PSB), ao Senado. Aliados de Dino, já indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, porém, desmentem, e afirmam que Brandão descumpre o acordo combinado.

Em meio ao imbróglio, as movimentações do Palácio dos Leões sugerem que, por ora, Brandão não pretende romper com Dino, de quem depende para conservar boa relação com Lula e o Palácio do Planalto. Quer apenas que o ex-mandatário considere que não é mais a maior autoridade da gestão estadual, e que desde abril o Palácio dos Leões está sob nova chefia.

Apesar da tentativa de evitar um confronto mais duro, Brandão tem dito que não aceita ser desmoralizado e que, se for necessário, está preparado para afrontar, esvaziar e derrotar Dino, publicamente.

Além de sinalizar que não cumprirá promessas nem seguirá a orientação do ex-líder para o comando da Assembleia Legislativa, o governador maranhense tem indicado que não cederá as secretarias da Educação, Saúde, Cidades e Agricultura Familiar –definidas ainda na campanha das eleições de outubro que ficariam sob o controle de aliados de Flávio Dino.

A tendência é de que, no máximo, autorize a concessão apenas da primeira, mas somente se o designado for o próprio vice-governador diplomado Felipe Camarão (PT), a quem Brandão tem ignorado compartilhar decisões sobre o novo governo. Há ainda exigência do governador para que a formação do staff da pasta não sofra influência externa.

Reservadamente, o núcleo duro de Carlos Brandão tem dito que o mandatário não vai se submeter a nenhum capricho de Flávio Dino, e que ele está predisposto até mesmo a não renunciar ao cargo em 2026 para fazer seu próprio sucessor.

Maioria decide apoiar Iracema para presidência da Alema após interferência de Brandão
Política

Deputada de primeiro mandato disputa contra Othelino Neto, atual presidente da Casa e hoje tratado pelo Palácio dos Leões como desafeto. Casa terá Orçamento de R$ 535 milhões no ano que vem

A maioria dos deputados e deputadas se manifestaram favoravelmente a apoiar Iracema Vale na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão. Deputada de primeiro mandato, ela tem a preferência do governador Carlos Brandão, também filiado ao PSB, mesmo partido do ex-mandatário do Estado e senador eleito Flávio Dino.

Na manhã desse domingo (18), ao menos 27 parlamentares eleitos e reeleitos para a próxima legislatura participaram de um café da manhã realizado em São Luís para promover a apadrinhada de Brandão, segundo registros compartilhados nas redes sociais pelos presentes. Quebrando a própria promessa, o chefe do Executivo estadual confrontou Dino, descumpriu acordos que garantiram a própria recondução ao cargo e, usando da velha política do “toma lá, dá cá”, interferiu diretamente no livre exercício do outro Poder.

O concorrente de Iracema é o deputado Othelino Neto (PCdoB), atual presidente da Alema, apoiado por Dino e hoje tratado pelo Palácio dos Leões como desafeto de Brandão.

Pelo regimento interno, a eleição para a Mesa Diretora da Alema será feita mediante votação nominal, exigida a maioria absoluta de votos em primeiro turno e maioria simples em segundo turno, para um mandato de dois anos. A votação, que pode ser secreta se a competição não for por chapas para todos os cargos, está marcada para o dia 1º de fevereiro de 2023.

Além da presidência, também estarão em pleito oito postos, quatro de vice-presidências e quatro de secretários. Quem for eleito para comandar a Casa terá o controle sobre R$ 535 milhões no ano que vem.

Independente do resultado que terá a disputa, o acirramento pelo comando da Assembleia Legislativa maranhense enterrou de vez a amizade de Flávio Dino e Carlos Brandão, cujo esgarçamento deve refletir na escolha do secretariado para a nova gestão estadual, sobretudo para controle das pastas de Cidades e da Educação, e na escolha de nomes para a disputa municipal de 2024, em especial a de São Luís e de Imperatriz.

Desde outubro, o ex e o atual governador do Estado vivem um casamento típico de fachada, daquelas relações com quase nenhuma sintonia.

A crise permanente atingiu um dos piores momentos no sábado (17), durante o ato de diplomação dos candidatos eleitos em outubro de 2022 pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão. Se sentindo traído por Brandão, Dino decidiu ir ao evento em momento distinto do sucessor, sentou-se em local distante na solenidade e evitou registros fotográficos ao lado do substituto no comando do Palácio dos Leões.

Um dia antes da diplomação ao cargo de senador, na sexta-feira (16), em coletiva de imprensa para anúncio de nomes para futura equipe no Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Lula (PT), Dino defendeu que haja consenso na eleição da Assembleia Legislativa. Esse processo, segundo ele, deve ser conduzido por Othelino.

“Uma conflagração poderia levar ao pior, que não é tal ou qual líder ganhar ou perder, é a sociedade perder no sentido de levar mesmo a uma paralisação da máquina administrativa os desafios cotidianos são muito altos”, disse ao Imirante.

Conforme noticiou o ATUAL7, a disputa pela presidência da Assembleia ameaça adiar pelo menos para fevereiro a votação do Orçamento de 2023.

Também podem ser travados projetos de interesse do governador Carlos Brandão, como o que institui o regime de previdência complementar no âmbito do Estado do Maranhão e o que trata sobre a concessão de incentivo fiscal para contribuinte de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que financiar projetos esportivo e cultural.

Regimentalmente, as sessões ordinárias do Poder Legislativo estadual estão previstas para serem encerradas na próxima quinta-feira (22), quando será iniciado o recesso parlamentar. Se, até lá, as matérias não forem colocadas na pauta, para que a votação ocorra ainda na atual legislatura, será necessária convocação dos deputados para a realização de sessão legislativa extraordinária.

Esse tipo de convocação é feita pelo presidente da Alema, de ofício, ou por deliberação do plenário, a pedido de qualquer deputado, se aprovada pela maioria absoluta —ou seja, pelo menos 22 votos dos 42 deputados da Casa.

Governo Brandão promete emendas e cargos para eleição de Iracema na Assembleia
Política

Palácio dos Leões aguarda para esta semana mudança pública de posicionamento de deputados que declararam apoio a Othelino Neto

Empenhado em eleger a deputada de primeiro mandato Iracema Vale (PSB) como presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, o Palácio dos Leões tem feito uma série de promessas envolvendo a liberação de emendas parlamentares e cargos no governo.

Os compromissos estão sendo firmados pelo empresário Marcus Brandão, irmão do mandatário do Estado, Carlos Brandão (PSB). Nessa segunda-feira (12), ele esteve reunido com 25 parlamentares ao longo do dia, negociando espaços na máquina estadual e a liberação de verbas carimbadas pelos deputados que não apoiam ou que pretendem trocar o voto anunciado em Othelino Neto (PCdoB) –que comanda a Casa desde 2018 e busca a reeleição com o apoio do ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB).

Em relação às emendas, segundo apurou o ATUAL7, o dinheiro seria destinado aos municípios apoiados pelos deputados por meio de programas estaduais. Pelo acordo, parte seria disponibilizada ainda este mês, e o restante, após aprovação do Orçamento para 2023, se a votação não for travada na Alema.

No cálculo mais realista de aliados de Carlos Brandão, o governo tem hoje 30 deputados fechados em apoio à Iracema, incluindo aqueles que, nos últimos dias, declararam publicamente que votariam em Othelino. O discurso de mudança de posicionamento desses deputados já estaria sendo montando.

Entre os que aguardam por diálogo direto com Brandão ainda esta semana para nova declaração de voto, mas agora em Iracema, estão Osmar Filho (PDT), Yglésio Moysés (PSB) e Rildo Amaral (PP). Outros sete, que não declararam voto publicamente, mas constam na relação de apoio a Othelino, também devem pular: Daniela (PSB), Carlos Lula (PSB), Francisco Nagib (PSB), Júnior Cascaria (Pode), Neto Evangelista (União), Roberto Costa (MDB) e Eric Costa (PSD).

Se Iracema for eleita presidente da Alema como quer Brandão, a tendência é de que o governo abra ainda mais postos para os aliados. O próprio chefe do Executivo já disse que o novo governo só será iniciado, de fato, após a eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Apesar de, no bastidor, garantir que já conta com a maioria dos deputados, o Palácio dos Leões ainda busca a retirada de candidatura por Othelino Neto, o que garantiria votação aberta e evitaria eventuais traições.

Neste sentido, o que estaria sido ofertado ao atual presidente do Legislativo estadual é a Representação Institucional do Governo do Estado em Brasília, a Rebras, já que a esposa dele, Ana Paula Lobato (PSB), deve assumir o mandato de senadora em fevereiro, em razão da indicação de Flávio Dino para o Ministério da Justiça e Segurança Pública pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A permanência do PCdoB na Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano do Maranhão também estaria na mesa de ofertas, o que aplacaria também Márcio Jerry, e em parte Dino, que querem o comando da pasta na gestão Brandão. Quem assumiria, porém, em vez da esposa de Jerry, Lene Rodrigues, seria a irmã de Othelino, a suplente comunista na Câmara Federal Flávia Alves.

A eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa será realizada em 1º de fevereiro de 2023, de forma presencial. O mandato é de dois anos, com possibilidade de reeleição. Quem for eleito para a presidência, terá o controle sobre R$ 535 milhões no ano que vem.

Voto em eleição para presidência da Assembleia Legislativa do MA poderá ser secreto
Política

Disputam Othelino Neto, com apoio de Flávio Dino, e Iracema Vale, escolhida por Carlos Brandão. Cenário adverso pode travar a pauta da Casa, e o Orçamento para 2023 não ser votado até uma solução para o impasse

Na falta de consenso, a votação para eleger a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão poderá ser secreta, segundo a Constituição e o regimento interno da Casa, que prevêem o escrutínio de forma nominal e aberta apenas em caso de chapa para todos os cargos –como passou a ocorrer nos último anos.

Além da presidência, estarão em disputa outros oito postos, quatro de vice-presidências e quatro de secretários.

Oficialmente, concorrem ao comando do Poder Legislativo estadual o deputado Othelino Neto (PCdoB), atual presidente que compete à reeleição, e a deputada de primeiro mandato Iracema Vale (PSB).

A disputa tem aberto divergência entre o ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB) e Carlos Brandão, chefe do Palácio dos Leões desde abril e reeleito escorado no ex-mandatário, mas que já busca autonomia no comando do Executivo estadual, com tentáculos sobre outros poderes.

Dino apoia Othelino, enquanto Brandão, Iracema.

A desavença pode travar a pauta de votação na Casa, e o Orçamento Anual para 2023 não ser votado até uma solução para o impasse, cenário especialmente danoso para o governo.

Segundo deputados ouvidos reservadamente pelo ATUAL7, com o sigilo do voto, ofertas de cargos e emendas nos bastidores tendem a deixar de ser ferramenta para pressionar deputados, já que não haveria como o governo cobrar por eventuais traições ao Palácio dos Leões.

Levando em conta declarações públicas de apoio, até o momento, Othelino tem quase 20 votos garantidos para o pleito, e Iracema, pouco mais de meia dúzia.

A eleição para a Mesa Diretora da Alema será realizada em 1º de fevereiro de 2023, de forma presencial. O mandato é de dois anos, com possibilidade de reeleição. Quem for eleito para a presidência, terá o controle sobre R$ 535 milhões no ano que vem.

Conforme o regimento interno da Alema, a votação é secreta, exceto em caso de chapa para todos os cargos, e por maioria absoluta —ou seja, o candidato precisa de pelo menos 22 votos dos 42 deputados da Casa para ser eleito. Caso isso não acontecer, há uma nova eleição, e ganha quem tiver a maioria simples, conforme o total de parlamentares presentes no ato.

Brandão se opõe a Dino e fragmenta base ao interferir em eleição da Assembleia Legislativa
Política

Apesar do empenho do Palácio dos Leões para tomar Alema, Othelino Neto segue favorito. A eleição será em 1º de fevereiro do ano que vem

Desde que assumiu o Governo do Maranhão, em abril, o governador Carlos Brandão (PSB) acumula movimentos que sugerem infidelidade ao ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB), como o de manter o vice-governador eleito Felipe Camarão (PT), apadrinhado no cargo pelo ex-mandatário, distante das discussões de formação do futuro secretariado e das decisões que influenciarão na próxima gestão estadual.

A interferência na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão é o caso mais recente da forma de atuação do novo chefe do Palácio dos Leões.

Na semana passada, desconsiderando a própria garantia de que não pretendia interferir na eleição para o comando do Parlamento estadual, Brandão fiou a entrada da deputada de primeiro mandato Iracema Vale (PSB) na disputa contra o atual presidente da Casa, Othelino Neto (PCdoB), que está há quatro anos e 11 meses à frente da Alema e busca a reeleição para o cargo com apoio de Dino.

Além disso, o próprio Brandão afirmou, há cerca de um mês, que fará a reforma do secretariado apenas em fevereiro de 2023, após a eleição para a presidência da Alema. O objetivo, segundo pessoas próximas ao chefe do Executivo, seria atrair votos à candidata governista em troca de indicações para cargos no segundo escalão do governo, ou até mesmo no primeiro escalão, inclusive com a criação de novas pastas, para casos de apoios fechados de partidos.

Antes de mergulhar na eleição da Assembleia com disparos de ligações e reuniões à portas fechadas para pedidos de voto em sua candidata, o mandatário já havia destacado para a missão o secretário Rubens Pereira, o Rubão (Articulação Política), e seu irmão caçula, o empresário Marcus Brandão, que mesmo sem cargo público tem feito a intermediação de verbas do governo estadual.

Apesar do forte empenho do Executivo para tomar a Alema, Othelino segue favorito na eleição, com declarações públicas de apoio de quase 20 dos 25 parlamentares que garante possuir os votos –inclusive de deputadas, fragilizando a estratégia da candidata do governador, de conquistar o apoio integral da bancada feminina da Casa e ser a primeira mulher à presidir o Poder Legislativo maranhense.

Segundo relatos feitos em reservado ao ATUAL7 por parlamentares procurados pelo Palácio dos Leões, pelo apoio à Iracema Vale, o governo tem sinalizado a deputados reeleitos a liberação de recursos de emenda parlamentar, nomeação de indicados para comandos regionais da administração, além de aceno para a liberação de obras.

Já com parlamentares de primeiro mandato, segundo aliados de Brandão, o diálogo tem girado em torno das chamadas demandas de governo, programação financeira de liberação de verbas públicas para execução de obras e serviços com base em indicações por aliados, além de indicação para cargos no governo.

A eleição será em 1º de fevereiro do ano que vem, após a posse dos 42 parlamentares eleitos e reeleitos para a próxima legislatura na Casa. São necessários 22 votos para vencer a disputa em primeiro turno, ou a maioria simples, em segundo turno. O mandato é de dois anos, com possibilidade de reeleição por mais dois anos.

Caso nos próximos dias o número de declarações públicas favoráveis a Othelino alcance a maioria absoluta dos 42 deputados da Casa, fica praticamente selada a reeleição do comunista em fevereiro, já que se torna bastante improvável que Brandão, com a base fragmentada, consiga virar o jogo.

Até o momento, três dias após o governador interferir na eleição da Alema, Iracema Vale conseguiu angariar apenas pouco mais de meia dúzia de declarações públicas de voto, e está sob a iminência de ser esvaziada após a indicação de Dino pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, desconstruindo a jargão histórico da política maranhense, de que “Palácio é Palácio” –espécie de recomendação de que não se deve enfrentar o mandatário do Governo do Estado, sob risco de ser atropelado pela máquina pública estadual.

Mesmo fora do Palácio dos Leões, Dino é hoje o político mais influente do estado. Da bancada do Maranhão no Congresso, o ex-governador maranhense é também o mais próximo do futuro inquilino do Palácio do Planalto.

Além de definir os projetos que vão à votação, por exemplo, como a LOA (Lei Orçamentária Anual), dentre outras funções, o presidente da Assembleia Legislativa está na linha sucessória do Governo do Estado, logo após o vice-governador.

Pelas movimentações, se reeleito presidente da Casa, devido à interferência de Brandão na disputa legislativa, Othelino pode adotar um comando independente na Alema em relação ao Palácio dos Leões, porém, ainda harmônico. Caso Iracema seja vitoriosa, pela dependência total da candidatura, a tendência é de subordinação ao Executivo.

Preferida de Brandão, Iracema Vale confirma candidatura à presidência da Assembleia Legislativa
Política

Deputada tem como adversário o atual presidente da Casa, Othelino Neto, apoiado por Flávio Dino. Em quase 200 anos de existência, Parlamento estadual maranhense jamais foi comandado por uma mulher

A eleição para o comando da Assembleia Legislativa do Maranhão ganhou nova personagem. Em entrevista ao Jornal Pequeno, publicada nesta quinta-feira (8), a deputada eleita Iracema Vale (PSB) confirmou o que já se conhecia no bastidor: é candidata à presidência da Casa.

Mais votada da história da Alema, com quase 105 mil votos, ela tem a preferência do governador Carlos Brandão (PSB) para a chefia do Poder Legislativo estadual, e também conta com o apoio do núcleo duro e do entorno do Palácio dos Leões.

Desde a reeleição ao cargo em primeiro turno, em outubro, o mandatário do Estado vem dando sinais de que não suporta a tentativa do atual presidente do Parlamento, Othelino Neto (PCdoB), de permanecer no comando da Assembleia Legislativa. Ele é o candidato do ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB).

Assim que confirmou a candidatura, Iracema passou a receber declarações públicas de apoio. Já confirmaram que votarão nela à presidência da Alema os deputados eleitos Cláudio Cunha (PL) e Florêncio Neto (PSB), e a deputada eleita Abigail (PL). Também os deputados reeleitos Rafael Leitoa (PSB), líder do governo, e Antônio Pereira (PSB), decano do Casa. Os dois últimos, até então, mantinham candidaturas de bastidor.

A eleição está marcada para acontecer no dia 1º de fevereiro de 2023, após a posse dos 42 parlamentares.

Em quase 200 anos de existência, a Assembleia Legislativa do Maranhão jamais foi presidida por uma mulher. Se conquistar o apoio das demais deputadas, como postula, Iracema pode polarizar a disputa e potencializar a vantagem, e ser a primeira mulher eleita para presidir o Parlamento estadual maranhense.

Na próxima legislatura, a bancada feminina da Casa contará com outras 11 parlamentares, ou 28,6% do total.

“As mulheres estão cada vez mais demonstrando sua força e excelência na política. As últimas eleições mostraram isso, somos 12 mulheres eleitas para a Assembleia. Um número que já aponta para uma mudança, mas que ainda precisa crescer. Podemos avançar mais, conquistar o nosso espaço e mostrar o nosso trabalho”, afirmou a candidata sobre a disputa.

Othelino conta com imagem de equilíbrio para se manter à frente da Assembleia Legislativa do MA
Política

Segundo o governador Carlos Brandão, o Palácio dos Leões não pretende interferir na eleição para comando da Casa

O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto (PCdoB), conta com sua imagem de equilíbrio entre governistas e oposicionistas para se manter à frente da Casa, na eleição marcada para fevereiro de 2023.

De perfil conciliador, ele tem o apoio do ex-governador e senador eleito Flávio Dino (PSB), além da simpatia do atual mandatário do Estado, Carlos Brandão (PSB), fatores que dificultam o surgimento de qualquer adversário competitivo na disputa.

Nesta semana, em reunião com a chapa de prefeitos que comandará a Famem a partir do ano que vem, o próprio Brandão abriu caminho para a reeleição de Othelino.

Segundo o chefe do Executivo, o Palácio dos Leões não pretende interferir na eleição para o comando da Casa, e deve abraçar o candidato de melhor se posicionar entre os próprios parlamentares.

“Independente de quem seja o candidato, nós vamos dialogar. Aquele que estiver a melhor posição, tiver mais aliados, que construir melhor, esse, sim, será o candidato que a gente vai trabalhar para a unidade”, afirmou Brandão.

Caso o compromisso seja mantido, fica praticamente selada a reeleição de Othelino em fevereiro, já que se torna bastante improvável que surja um concorrente competitivo sem o apoio do governo.

Durante a sessão desta quarta-feira (23), seguro no anúncio de Brandão, o deputado Yglésio Moysés (PSB) reafirmou apoio a Othelino Neto para a presidência da Alema.

“Eu não seria eu se não viesse a essa tribuna, neste momento, para registrar o meu apoio à recondução do deputado Othelino. Presidente, o senhor tem meu voto antecipado. Nós precisamos de pessoas que deixem os deputados serem aquilo que eles querem e podem ser para contribuir com o Maranhão”, afirmou.

“Espero que mais colegas construam esse entendimento, porque, se nós apresentarmos um consenso para o governador Brandão, ele, democrata como é, vai saber reconhecer que o Othelino vai ser um grande presidente ao lado dele para construirmos um Maranhão cada vez mais fortalecido e melhor”, concluiu.

Apesar de Brandão garantir que o Palácio dos Leões não vai interferir na eleição para a presidência da Assembleia, resta ainda a Othelino vencer as resistências de Marcus Brandão, irmão do mandatário, para confirmar o favoritismo.

Com forte influência sobre o chefe do Executivo, conforme mostrou o ATUAL7, Marcus tem maior afinidade com o deputado Arnaldo Melo (PP), ex-presidente da Casa.

Embora um forte movimento interno tenha crescido para indicá-lo para o Tribunal de Contas do Estado na vaga a ser aberta com a aposentadoria do conselheiro Edmar Serra Cutrim em janeiro de 2023, o que abriria caminho para a aclamação de Othelino, Melo não tem concordado com a costura.

Segundo relatos, ele teria dito a pessoas próximas que, por já possuir 68 anos, a oferta não seria vantajosa. Pela Constituição, conselheiros do TCE são aposentados compulsoriamente aos 75 anos de idade.

Eleição para presidência da Assembleia Legislativa do MA envolve controle de R$ 535 milhões
Política

Othelino Neto, atual presidente da Casa, é o favorito. Arnaldo Melo também tenta o cargo, mas pode ser indicado para o Tribunal de Contas

Além do poder de colaborar para que os interesses do Palácio dos Leões avancem, comandar a pauta do plenário e influenciar nas votações dos deputados, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão da próxima legislatura vai controlar um Orçamento de R$ 535 milhões previsto para a Casa para 2023.

A estimativa foi encaminhada pelo governador Carlos Brandão (PSB) à Alema no início de outubro na proposta de lei orçamentária para o ano que vem, ainda não votada pelo Parlamento.

O valor é superior em mais de R$ 40 milhões ao previsto para as despesas do Poder Legislativo do Estado para este ano, de quase R$ 494 milhões.

A maior parte dos gastos projetados da Casa será com pessoal, cerca de 75%.

A proposta orçamentária será votada pela atual composição da Assembleia Legislativa maranhense, mas as despesas ocorrerão somente a partir do primeiro ano da próxima legislatura, com a Casa renovada em 59,5%.

Embora publicamente insinuem independência, nos bastidores, todos os deputados reeleitos e também os novatos decidiram aguardar a indicação de Brandão para o comando da Assembleia Legislativa, incluindo parlamentares do PL e do PDT –que na disputa eleitoral de 2022 tentaram, sem sucesso, apeá-lo do cargo para colocar na cadeira o senador Weverton Rocha (PDT-MA).

O deputado Othelino Neto (PCdoB), que preside a Casa desde janeiro de 2018, é favorito para permanecer no cargo. Além do apoio do ex-governador Flávio Dino (PSB), é aliado de Brandão e conta com imagem de equilíbrio entre governistas e oposicionistas para se manter à frente do Poder Legislativo maranhense.

Para ser eleito presidente da Assembleia Legislativa em primeiro turno, o deputado precisa de 22 votos. A movimentação, porém, é para que haja aclamação em vez de disputa.

Neste sentido, também aguarda pelo posicionamento de Carlos Brandão o deputado Arnaldo Melo (PP), que já presidiu a Casa e, à época, foi o principal responsável pela derrocada do clã Sarney e do recuo de Roseana, então governadora, na candidatura ao Senado.

Conforme revelou o ATUAL7, Melo conta com o incentivo do empresário Marcus Brandão, irmão do mandatário do Estado, na empreitada. Nas últimas semanas, contudo, perdeu fôlego, e agora já articula ser o indicado pela Assembleia Legislativa para o TCE (Tribunal de Contas do Estado) no ano que vem, na vaga a ser aberta com a aposentadoria do conselheiro Edmar Serra Cutrim.

Irmão de Brandão quer Arnaldo Melo na presidência da Alema
Política

Othelino Neto, atual presidente da Casa, é favorito na disputa. A eleição para a Mesa Diretora da Alema está prevista para 1º de fevereiro de 2023

O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Arnaldo Melo (PP), pode voltar a disputar o comando da Casa. Ele tem como padrinho o empresário Marcus Brandão, irmão do governador reeleito Carlos Brandão (PSB), a quem tenta convencer a entrar na briga.

Se Brandão topar, terá de enfrentar o favorito para o posto, deputado Othelino Neto (PCdoB), atual presidente da Assembleia, que já conquistou declarações públicas de votos de colegas para mais uma reeleição.

Também já demonstrou interesse em disputar a presidência da Alema o deputado Ariston Gonçalo, e houve um movimento pela entrada de Iracema do Vale. Ambos são do PSB de Brandão.

A eleição para a Mesa Diretora da Alema está prevista para 1º de fevereiro de 2023, após a posse dos 42 parlamentares.

Flávio Dino caminha para ser eleito ao Senado, apontam pesquisas
Política

Aliança histórica com Lula e articulação de Othelino Neto têm garantido ao ex-governador do Maranhão forte apoio popular e reaproximação com a classe política

A seis dias das eleições, pesquisas de intenção de voto apontam para uma vitória tranquila de Flávio Dino (PSB) ao Senado Federal no Maranhão.

O levantamento leva em conta pesquisas feitas pelos institutos Ipec e Escutec na última semana. Ambas mostram Dino com amplo favoritismo na preferência do eleitorado.

Nas duas sondagens, o ex-mandatário tem mais de 30 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB), que disputa a reeleição.

Além da aliança histórica com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que tem lhe garantido a consolidação de apoio popular, Flávio Dino conta ainda com forte articulação do presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Othelino Neto (PCdoB).

Coordenador da campanha do ex-governador do Maranhão, Othelino é o responsável pela reaproximação de Dino com a classe política local, inclusive com aliados de Weverton Rocha (PDT) –principal adversário de Carlos Brandão (PSB), candidato de Dino à reeleição ao Palácio dos Leões.

Anilhados do deputado federal Josimar Maranhãozinho, incluindo prefeitos e deputados filiados ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, também trocaram Roberto Rocha por Flávio Dino após reconciliação articulada por Othelino Neto.

Segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), até o momento, Dino já recebeu mais de R$ 4,5 milhões para a campanha ao Senado, contratou R$ 4,2 milhões e pagou R$ 3,8 milhões. Já Roberto Rocha, recebeu próximo de R$ 325 mil, contratou mais de R$ 820 mil e pagou apenas 117,3 mil.

Irmã de Othelino Neto tenta eleição para Câmara com número que era de Rubens Júnior
Política

Antes de se aventurar na vida pública, Flávia Alves era empregada no gabinete do desembargador José Jorge no TJ-MA, no cargo em comissão de assessora

A empresária e advogada Flávia Alves, irmã do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto, tenta pela primeira vez as urnas em busca de um mandato na Câmara dos Deputados nas eleições de 2022. Ambos são do PCdoB.

Privilegiada, ela ganhou do partido o número 6565, considerado fácil de se memorizar, e que nas duas últimas eleições pertencia ao deputado federal Rubens Pereira Júnior, ex-comunista que agora tenta a reeleição ao cargo pelo PT.

O mesmo número já foi também utilizado pelo ex-governador do Maranhão Flávio Dino, quando concorreu à Câmara em 2006.

Antes de se aventurar na vida pública, segundo informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ela era empregada no gabinete do desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos no Tribunal de Justiça do Estado, no cargo em comissão de assessora.

À Justiça Eleitoral, Flávia Alves declarou patrimônio de R$ 3,7 milhões.

O valor corresponde a quatro apartamentos, no total de R$ 2,95 milhões, duas casas, no total de 240 mil, uma caderneta de poupança de 400,2 mil e R$ 69,99 mil em quotas ou quinhões de capital nas empresas Léo Madeiras, que mantém com o marido, Eduardo Gedeon Maciel, e na Alves e Maciel, empreiteira em que é sócia com a cunhada Ana Paulo Lobato, mulher de Othelino Neto, vice-prefeita de Pinheiro e candidata à primeira suplente de Flávio Dino ao Senado.