A Seccor (Superintendência Estadual de Combate à Corrupção) da Polícia Civil do Maranhão realizou operação nesta quinta-feira (17) contra suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a CCG Construções e Terraplanagem, empresa localizada em Pedrinhas, bairro de São Luís, que atua no ramo da construção civil e de aluguel de máquinas e equipamentos comerciais e industriais.
Na ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em São Luís, em endereços da empreiteira e de seus sócio-proprietários César Roberto Pereira, Caio César Sodré Pereira e Gustavo Sodré Pereira, os dois últimos filhos de “Cesinha”, como é conhecido no mercado o primeiro, único administrador da empresa. Também foi alvo Raquel Santos de Lacerda, esposa do vereador São Luís, Beto Castro (Avante).
Questionada, a Polícia Civil não informou o nome dos advogados dos investigados. A reportagem enviou e-mail para a CCG Construções, e aguarda posicionamento. O parlamentar também foi procurado, mas não forneceu o contato da defesa da esposa.
Segundo apurou o ATUAL7, o inquérito que resultou na operação foi instaurado em março de 2022 no âmbito do 1º Deccor (Departamento de Combate à Corrupção), braço da Seccor, com base em indícios de prática de crime de lavagem de ativos capturada em relatório de inteligência compartilhado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
De acordo com o órgão do governo federal, em apenas um ano, de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2020, a CCG Construções movimentou mais de R$ 37 milhões, valor incompatível com a capacidade econômica e financeira declarada pela empresa.
Em análise sobre o histórico da empreiteira, os investigadores descobriram que a CCG Construções possui como principais clientes entes públicos, sobretudo prefeituras municipais. Já os maiores pagamentos no período investigado têm como origem contas do Governo do Maranhão, mais de R$ 2,8 milhões em seis lançamentos, e da Prefeitura Municipal de São José de Ribamar, quase R$ 2,4 milhões em 28 lançamentos.
Uma publicação do ATUAL7 sobre um contrato suspeito celebrado entre a empreiteira e a gestão Eudes Sampaio no município ribamarense, sob dispensa de licitação, é citada no relatório elaborado pela inteligência da Polícia Civil no bojo do inquérito, segundo fontes com acesso à investigação.
No caso de Raquel Lacerda, de acordo com a investigação, ela teria recebido R$ 110 mil da CCG Construções, embora sem vínculo aparente com a empreiteira.
Ex-assessora sênior da extinta Secretaria de Estado da Comunicação Social e Assuntos Políticos, atualmente ela está nomeada na Câmara dos Deputados, no cargo de secretária parlamentar no gabinete do deputado Júnior Lourenço (PL). Ambos, cargos comissionados.
O ATUAL7 apurou que a esposa de Beto Castro prestou ao menos dois depoimento à Polícia Civil maranhense no bojo do inquérito policial. Em ambos, teria relatado que o dinheiro recebido seria resultado de sublocação de maquinários para a CCG Construções. A declaração, contudo, não teria sido comprovada por ela documentalmente.
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