O Ministério Público do Maranhão, em parceria com a Assembleia Legislativa do Estado, realiza nesta quarta-feira (27) um café da manhã com a imprensa local com objetivo de orientar os profissionais sobre como saber, agir e divulgar para prevenir casos de automutilação e suicídio.
Coordenado pelo CAO-DHC (Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos e Cidadania) do MPMA, o encontro interinstitucional faz parte da programação do Setembro Amarelo, e está marcado para começar a partir das 8h30, no Auditório Neiva Moreira, localizado no Complexo de Comunicação do Poder Legislativo, em São Luís.
O objetivo é orientar os profissionais de mídia sobre o correto tratamento de casos de automutilação e suicídio, como noticiar sem tornar o fato alarmista ou motivador de novos casos.
Após a apresentação sobre o que se deve ou não fazer em reportagens, haverá espaço dedicado para perguntas dos jornalistas e discussão sobre o assunto.
De acordo com manual da OMS (Organização Mundial de Saúde), em vez de veto ao tema por receio do chamado “efeito Werther”, termo metafórico para designar a imitação de suicídios na literatura técnica, o relato correto, responsável e ético de casos pela mídia pode servir para educar o público sobre suicídio e pode animar pessoas em risco de suicídio a procurar ajuda.
Ainda segundo essas diretrizes, a divulgação de casos não deve, por exemplo, indicar forma ou método usado pelo suicida. Também não deve ser dado detalhes nem publicar fotos ou vídeos de cenas ou conteúdo de cartas suicidas nem indicar explicações simplistas sobre o fato.
Por outro lado, sinais de alerta e alternativas ao suicídio, como orientações de prevenção e tratamento, devem ser destacadas. Consulta a especialistas em prevenção e respeito pelos enlutados também devem ser sempre considerados.
Oficialmente incorporado ao calendário nacional em 2013, o Setembro Amarelo marca a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio e o rompimento dos estigmas ligados aos transtornos mentais, problemas de saúde pública com impactos na sociedade como um todo.
O símbolo da campanha remete à iniciativa de familiares e amigos que, durante o velório de Mike Emme, em setembro de 1994, nos Estados Unidos, distribuíram fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que pudessem estar em sofrimento emocional. O jovem de 17 anos, dono de um Mustang 68 amarelo, morreu por suicídio.
Uma das frases nas fitas era “Se precisar, peça ajuda”.
Segundo dados da OMS, cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados. Isso equivale a uma morte por suicídio a cada 40 segundos. No Brasil, estima-se que ocorram 14 mil mortes deste tipo ao ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
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ONDE BUSCAR AJUDA
A recomendação dos psiquiatras é que a pessoa busque qualquer serviço médico disponível
Pronto-Socorro Psiquiátrico
O comportamento suicida é uma emergência médica. Caso pense em tirar a própria vida, procure um hospital psiquiátrico e verifique se ele tem pronto-socorro. A referência no atendimento de saúde mental no Maranhão é o HNR (Hospital Nina Rodrigues), em São Luís, que atende adulto e criança em regime de urgência e emergência, 24h por dia. Há ainda as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) 24h e o SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
CAPS (Centros de Atenção Psicossocial)
Unidades que prestam serviços semi-integral de saúde de caráter aberto e comunitário, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. Pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, não necessitam de agendamento prévio ou encaminhamento para ser acolhido no serviço.
Abrases (Associação Brasileira dos Sobrevivente Enlutados por Suicídio)
Disponibiliza materiais informativos, como cartilhas e ebooks, e indica grupos de apoio em todas as regiões do país. O endereço do site é abrases.org.br
Instituto Vita Alere
Especialistas que trabalham com a prevenção do suicídio e com o processo de luto. Possui um site, no endereço vitaalere.com.br, em que mapeia serviços públicos de saúde mental disponíveis em todo território nacional, serviços de acolhimento e atendimento gratuitos e ações voluntárias realizadas por ONGs (Organizações Não Governamentais) e instituições filantrópicas, além de apoio aos enlutados e a familiares de pessoas com ideação suicida, cartilhas informativas sobre prevenção e posvenção e cursos para profissionais.
CVV (Centro de Valorização da Vida)
Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato pelo site e telefone 188. Há ainda o site: cvv.org.br
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