Em declaração infeliz a um site local, o secretário de Segurança Pública do Maranhão, delegado Jefferson Portela, acabou culpando o soldado do 6º Batalhão da Policia Militar, Max Muller Rodrigues de Carvalho, pela chacina ocorrida na noite do último sábado (23), em Panaquatira, orla de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís.
Participante de uma festa que ocorria em uma casa de praia, Muller morreu após, como um bom policial, tentar evitar um assalto ao local. Além dele, outras quatro pessoas, entre elas um dos bandidos, também morreram. Para o secretário de Segurança, porém, a troca de tiros entre o PM e os bandidos poderia ter sido evitada caso o policial militar não tivesse agido conforme ele foi instruído e fez juramento: ser um policial militar.
“Nós devemos sempre, como agentes públicos de segurança, evitar o confronto onde a gente não possa ter uma garantia de supremacia da força estatal sobre a força marginal. A orientação é essa, a reação da gente deve ser pautada na possibilidade de domínio e não numa possibilidade de risco. Se for de risco, o certo é evitar, deixar para fazer a perseguição policial e captura depois”, defendeu Portela, que nesses cinco meses no comando da SSP-MA, não saiu uma única vez do ar-condicionado de seu gabinete para enfrentar a criminalidade.
Ainda durante a entrevista, Jefferson Portela acabou revelando uma falha de conivência ou incompetência da Segurança Pública do Estado, que lembra muito o resgate cinematográfico de quatro presos em Pedrinhas: a [Inteligência da] polícia já vinha monitorando as ações da quadrilha que invadiu a casa de praia, mas mesmo assim não conseguiu evitar a tragédia.
“Nós já vínhamos desenvolvendo ações na parte de cada praia devido à ação deles. Agora, em outro extremo, eles foram à Ponta Verde e cometeram essa barbárie, essa chacina. Estou me manifestando como cidadão e como chefe do sistema de segurança do Maranhão: a liberdade deles põe em risco a vida de pessoas, o que devemos impedir”, disse.
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