Um dia após ganhar o prêmio de “Racista do Ano” de 2015, o suplente de deputado estadual no exercício do mandato, Fernando Furtado (PCdoB), mostrou que tem a proteção corporativista da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão e presidiu a última a sessão plenária do ano – os trabalhos deveriam terminar, na verdade, somente no dia 22, mas os parlamentares sempre decidem, de forma antirregimental e anticonstitucional, antecipar o recesso.
Na quarta-feira 16, o comunista foi premiado pela Survival International, movimento global que defende os direitos dos povos indígenas, pelos comentários racistas [e homofóbicos] feitos num discurso em julho deste ano, em que afirmou que se deveria deixar os indígenas da Amazônia morrerem de fome. Ele também os chamou de “um bando de veadinho” e disse que índios “não sabem nem trabalhar”. Ele só – e apenas – se retratou após causar indignação no Brasil e crise no Palácio dos Leões pelo fato de ser da base e do partido do governador Flávio Dino.
Após nota do PCdoB repudiando seu discurso de ódio, ele foi forçado a emitir uma retratação formal, em estratégia que serviu para abafar o caso pela Comissão de Direitos Humanos e das Minorias e pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Maranhão, presididas, respectivamente, pelos colegas de governo Zé Inácio (PT) e Fábio Macedo (PDT), que usaram de corporativismo em sua mais degradante versão para enterrar as representações protocoladas contra Furtado – lavradas pelo grupo Gayvota, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Cáritas Brasileira – Regional Maranhão, a Comissão Pastoral da Terra – Regional Maranhão (CPT-MA) e a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de São Luís – na Mesa Diretora, a mesma que desdenhou da Survival ao colocar Fernando Furtado na cadeira máxima do Legislativo Maranhense.
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