Fernando Furtado
Othelino efetiva-se presidente, Leitoa vira titular e Furtado volta como suplente
Política

Morte de Humberto Coutinho provoca pelo menos quatro modificações na configuração do Parlamento estadual

A morte do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Humberto Coutinho (PDT), ocorrida na noite dessa segunda-feira 1º, provoca pelo menos quatro modificações na configuração do Parlamento estadual, que devem ser oficialmente efetivadas na retomada dos trabalhos na Casa, em fevereiro próximo.

As duas primeiras serão no comando e na 4º-vice da Mesa Diretora, e as outras duas relacionadas às vagas de deputado titular e suplente.

Como um projeto de resolução, de autoria do deputado Roberto Costa (MDB), aprovado pelos parlamentares no final do ano passado, determina que, em caso de vacância do cargo de presidente, assume definitivamente o 1º vice-presidente, sem necessidade de nova eleição, com a morte de Coutinho, assume o posto o 1º-vice, deputado Othelino Neto (PCdoB) — que já estava em exercício na Presidência desde a piora de saúde do pedetista.

Em razão da ascensão do comunista, toda a estrutura da Mesa também sobe automaticamente, até chegar ao cargo do 4º-vice-presidente, único para onde deverá haver nova eleição.

As demais mudanças serão na efetivação no mandado do primeiro suplente da coligação “Todos pelo Maranhão 4” em 2014 , deputado Rafael Leitoa (PDT); e do retorno à Casa do segundo suplente da mesma coligação, Fernando Furtado (PCdoB).

Esse último, porém, ocupará a cadeira na Assembleia somente até o retorno do deputado licenciado Neto Evangelista (PSDB), ainda à frente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes).

Justiça dorme em julgamento de processo contra Fernando Furtado
Política

Filiado ao PCdoB, suplente de deputado estadual acusou o Poder Judiciário do Maranhão de venda de sentenças

Mais de dois anos depois de afirmar a existência de um suposto esquema de venda de sentenças no Poder Judiciário estadual, o suplente de deputado Fernando Furtado (PCdoB) segue livre de qualquer sentença.

Em julho de 2015, então no exercício do mandato, Furtado afirmou, durante uma audiência pública no município de São João do Caru, haver presenciado o pagamento de propina de um colega de Parlamento a um emissário de desembargador num posto de combustível.

“Eu fiz o meu pronunciamento incomodando alguns deputados que tem trânsito no Tribunal e fazem negociatas, pra poder voltar prefeitos com R$ 100 mil e R$ 200 mil, em posto de gasolina. Porque eu fui passar uma noite de domingo em um posto de gasolina em São Luís pra flagrar uma negociata dessas com um genro de um desembargador, eu estava lá de madrugada vendo tudo. Porque podem fazer comigo duas coisas: ou eu perder o mandato ou eles me matarem, agora eu não vou me calar em nenhum momento”, disparou.

Em fevereiro de 2016, sete meses após as declarações de Furtado serem discutidas numa sessão jurisdicional do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Maranhão, a Procuradoria-Geral de Justiça (PGR) e a Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA) interpelaram o comunista para que ele explique, em juízo, as declarações que, segundo a Corte, atentam contra a honra, a dignidade, a liberdade e garantias de todos os membros do TJ-MA e, por via reflexa, a todos os magistrados.

O caso chegou a ser relatado pelo desembargador Paulo Velten, tendo o então parlamentar chegado a sustentar a alegação de imunidade parlamentar e “verdade sabida” — quando um tema é de conhecimento público, já foi tratado por veículo de imprensa ou “falado a boca pequena nos meios forenses” — para negar-se a declinar os nomes dos envolvidos no suposto esquema de corrupção.

Contudo, em abril de 2016, Furtado voltou a condição de suplente e perdeu a prerrogativa de foro após o retorno de Bira do Pindaré (PSB) à Assembleia Legislativa. Os autos, então, foram encaminhados para a Comarca de Bom Jardim, da qual São João do Caru, local do fato, é termo.

Quase um ano depois, em março de 2017, em razão da comarca ter como titular o juiz Raphael Leite Guedes, e este haver tomado posse na Diretoria Executiva da AMMA para o biênio 2017/2018, a ação penal foi redistribuída, passando aos cuidados da juíza Ivna Cristina de Melo Freire, no mesmo mês.

O último despacho do processo, segundo o sistema de movimentação processual do TJ-MA, ocorreu na última sexta-feira 4, quando o Ministério Público tomou carga dos autos. Por determinação da juíza, o Parquet recebeu o prazo de 10 dias para apresentar manifestação a cerca da defesa prévia suscitada por Fernando Furtado, de inépcia da denúncia, possível ocorrência de decadência e ausência de proposta de transação penal.

Sedihpop repreende Furtado por chamar Survival International de “Ong picareta”
Política

Nota assinada pelo secretário Francisco Gonçalves ainda reafirma que parlamentar do PCdoB proferiu discurso racista e homofóbico durante audiência em São João do Carú

A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), comandada pelo presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, professor Francisco Gonçalves emitiu nota em que condena e repreende o suplente de deputado estadual no exercício do mandato, Fernando Furtado (PCdoB), por chamar a entidade global de proteção aos direitos dos indígenas, Survival International, de "Ong picareta do ano".

Francisco Gonçalves, que repreendeu Fernando Furtado por chamar a Ong Survival International de "picareta", é um dos secretários mais próximos do governador Flávio Dino
Divulgação Recado Francisco Gonçalves, que repreendeu Fernando Furtado por chamar a Ong Survival International de "picareta", é um dos secretários mais próximos do governador Flávio Dino

O desaforo de Furtado a Ong, publicado na página da própria Assembleia Legislativa do Maranhão, aconteceu poucas semanas após a Survival divulgar que o comunista havia sido premiado como o “Racista do Ano” de 2015, em razão de declarações de ódio racistas e homofóbicas proferidas pelo parlamentar em meados de julho no ano passado, durante audiência realizada no município maranhense de São João do Carú, próximo à fronteira com o território indígena dos Awá, numa área de floresta rara pré-amazônica.

Na ocasião, o deputado do PCdoB afirmou que se deveria deixar os indígenas da Amazônia morrerem de fome. Ele também os chamou de "um bando de veadinho”. Depois de causar indignação no Brasil e crise no Palácio dos Leões pelo fato de ser da base e do partido do governador Flávio Dino (PCdoB), Fernando Furtado foi forçado a emitir uma retratação formal, em estratégia que serviu para abafar o caso pela Comissão de Direitos Humanos e pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Maranhão, presididas, respectivamente, pelos colegas de governo Zé Inácio (PT) e Fábio Macedo (PDT).

Segundo a nota da Sedihpop, assinada pelo secretário Francisco Gonçalves, ao rebater ironicamente o título que lhe foi outorgado pela Survival International, Fernando Furtado tenta desqualificar, generalizando casos pontuais, espaços e formas legítimas de controle social e participação popular, entidades e organizações com atuação histórica, bem como o processo de identidade e autoafirmação dos povos indígenas. A Sedihpop também reafirmou que o prêmio de “Racista do Ano” de 2015 conferido ao parlamentar maranhense alude a um discurso racista proferido por ele, "cujo conteúdo também tinha cunho homofóbico, além de incitar ódio aos povos indígenas". Foi dado ainda um novo puxão de orelha no deputado “Racista do Ano” de 2015, ao lembrá-lo que ele não vem agindo "conforme preconizam os estatutos de sua agremiação partidária".

Abaixo, a íntegra da nota emitida pela Sedihpop:

Nota da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) sobre a “resposta” do deputado Fernando Furtado ao prêmio de “Racista do Ano”, da Survival International

Participação popular e controle social são pilares fundamentais de uma democracia. Além de exercê-la através do voto, cobrar e fiscalizar os mandatos são também direitos e deveres do povo.

Ao rebater ironicamente o título que lhe foi outorgado pela ONG Survival International, de “Racista do Ano” de 2015, o deputado estadual Fernando Furtado (PCdoB/MA) tenta desqualificar, generalizando casos pontuais, espaços e formas legítimas de controle social e participação popular, entidades e organizações com atuação histórica, bem como o processo de identidade e autoafirmação dos povos indígenas. Ao longo das últimas décadas — seja na luta pela democracia, seja na luta pela efetivação dos direitos pós-88 — os defensores e entidades de direitos humanos exercem um papel crucial, através do diálogo imprescindível para o avanço das políticas públicas necessárias ao bem estar de todos e todas. Não há democracia sem o saudável e respeitoso diálogo entre os poderes públicos constituídos e a sociedade civil.

O prêmio conferido ao parlamentar maranhense alude a um discurso racista proferido por ele em julho passado, cujo conteúdo também tinha cunho homofóbico, além de incitar ódio aos povos indígenas. Espera-se do deputado Fernando Furtado uma agenda política pautada pela luta em defesa dos direitos das minorias e no combate a qualquer forma de preconceito e discriminação, conforme preconizam os estatutos de sua agremiação partidária.

São Luís/MA, 4 de janeiro de 2015

Francisco Gonçalves da Conceição
Secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular
Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos

25 nomes que marcaram o cenário político maranhense em 2015
Política

Veja quem são as personalidades de 2015 e como elas mudaram o ano que se encerra, quer por suas qualidades e desempenhos ou não

No século 19, Thomas Carlyle dizia que a história era nada mais do que a biografia dos “grandes homens”. Hoje, pouca gente acredita nisso, mas para contar a história de 2015 na política maranhense é preciso recorrer à história de algumas personagens. Como se verá abaixo, o que os destacou nem sempre foi a “grandeza”. Veja quem são, na opinião do Atual7, as 25 personalidades maranhenses de 2015 e como elas mudaram o ano que se encerra:

Flávio Dino

O primeiro governador comunista do Brasil termina o ano em baixa com todos os setores da população. Dentre tantos erros, Dino ressuscitou e retornou ao Poder quase 100% dos sabujos da Oligarquia Sarney; aplicou contrabandos legislativos para aposentar PMs e aumentar quase mil taxas de serviços públicos, penalizando os mais pobres; cortou o programa que beneficiava quase 1,2 milhão de maranhenses carentes; conseguiu derrubar o acréscimo de 21,7% nos salários bases do funcionalismo público estadual; empregou parentes de secretários e de deputados no governo; não colocou na cadeia nenhum dos prefeitos aliados envolvidos com a Máfia da Agiotagem; acabou com a única escola em tempo integração do Maranhão; negou tratamento especializado a recém-nascido; aumentou o ICMS em meio a crise financeira; maquiou os números da violência na capital; gastou milhões de milhões em aluguel de aeronaves e em publicidade e propaganda; omitiu a morte de detento; e, por último, cortou R$ 42,8 milhões destinados aos Diques da Baixada Maranhense e os enviou para a construção das eleitoreiras estradas vicinais, no município de São João dos Patos, onde disputará o comando da prefeitura local em 2016 com um candidato de seu partido, o PCdoB.

Fernando Sarney

Fernando José Macieira Ferreira Araújo da Costa Sarney, mais conhecido como Fernando Sarney, foi o maranhense que mais se destacou no ano de 2015, colocando o Maranhão, pela primeira vez, no topo do maior esporte do mundo. Vice-presidente da Região Norte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o dono do conglomerado Sistema Mirante de Comunicação assumiu o cargo de membro do Comitê Executivo da Fédération Internationale de Football Association (Fifa), entidade máxima do futebol mundial.

Edison Lobão Filho

O suplente de senador ganhou pontos com a população maranhense na penúltima semana de dezembro devido a homenagem que fez ao menino Gideão Feitosa, de Governador Nunes Freire. Símbolo da campanha política do peemedebista nas eleições de 2014, o garoto recebeu presentes de Natal para ele e para a família diretamente das mãos de Lobão Filho, que decidiu fazer a surpresa, em gesto que marcou as redes sociais e rodas de formadores de opinião pelo caráter humano e pouco encontrado entre os políticos do Maranhão - e inédito entre aqueles não vitoriosos nas urnas.

Wellington do Curso

Parlamentar de primeiro mandato, Wellington do Curso mostrou que desconhece a palavra "descanso". Destaque da Assembleia Legislativa no ano de 2015, diferenciou-se por não concentrar suas ações somente em um setor ou em um reduto eleitoral, mas em todo o Maranhão. Entre tantos benefícios para a população, o deputado do PPS já carrega em seu histórico a responsabilidade pelo histórico asfaltamento da via que dá acessos aos hospitais do Servidor, que é estadual, e o Socorrão II, que é municipal. A avenida sempre foi abandonada pelo Governo do Estado e pelas prefeituras de Ribamar e de São Luís, até o dia em que o parlamentar gravou um vídeo viral chamando a atenção do poder público para a triste situação. É dele também a luta que culminou na anulação da tarifa abusiva cobrada pela Odebrecht Ambiental à população de Paço do Lumiar e São José de Ribamar, além da revogação da exigência da CNH em inscrição do curso CFO/UEMA.

Charles Dias

Forte candidato à Presidência da Seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado criminalista se tornou um dos principais destaque de 2015 ao decidir retirar a candidatura no início de outubro, em apoio a outro candidato de oposição ao grupo dominante, Thiago Diaz. A movimentação certeira surtiu o efeito planejado e terminou com Diaz eleito para o triênio de 2016-2018.

Thiago Diaz

Lutando contra duas máquinas, o jovem advogado derrotou a candidata apoiada pelo Palácio dos Leões, Valéria Lauande, e pelo presidente da OAB-MA, Mário Macieira, em vitória achapante, pondo fim definitivo ao regime oligárquico que mandava e desmandava na Seccional maranhense há 20 anos.

Mário Macieira

Último representante da última oligarquia da OAB-MA, o ainda presidente da Seccional maranhense não conseguiu eleger sua candidata, e acabou descontando seus próprios erros nos outros. Desacostumado a ser contrariado, fez beicinho e saiu de todos os grupos do aplicativo pelo vazamento da informação. Teve gestão marcada pelo retrocesso, mas jura de pés juntos que entrega a entidade com as contas em dia e dinheiro em caixa.

Fernando Furtado

Suplente de deputado estadual no exercício do mandato, o comunista Fernando Furtado é o dono do prêmio "Racista do Ano". Em um único discurso, ele conseguiu atacar  a Justiça estadual e Federal, o PT, o Incra, a Igreja Católica e os índios. Apesar das burradas, ele fecha o ano dentro do Legislativo, por movimentação do Palácio dos Leões em conluio com as comissões de Direitos Humanos e de Ética, que usaram de burocracia e corporativismo para proteger o colega. Em acinte às entidades que pediram sua cabeça, ele ainda foi colocado pelos colegas para presidir a última sessão legislativa do ano.

Roberto Rocha

Eleito ao Senado Federal em 2014 sob a asa do governador Flávio Dino, ensaiou independência e traição logo no início do ano, mas foi surpreendido por uma batida da Polícia Civil e da Gaeco, que encontrou um cheque pertencente ao seu filho nos cofres do agiota Pacovan, em operações contra a Máfia da Agiotagem. Tagarelou nas redes sociais, mas recolheu-se menos de um dia depois. Nos últimos dias de dezembro, teve seu nome entre os mais citados em todo o Maranhão, não por ter mostrado "o que faz um senador", como prometera em campanha, mas por ter compartilhado em um grupo de WhatsApp a imagem de uma mulher nua e arreganhada, em "imagem subliminar" de "bom dia".

Roberto Albuquerque

Fundador do Grupo Dalcar e Guará, o principal financiar de campanhas políticas do Maranhão não conseguiu suportar a crise que assola o país e colocou a venda as duas as maiores concessionárias de veículos do Maranhão, Dalcar e Cauê de São Luís, no mesmo período em que boatos de fornecedores com pagamentos atrasados e dívidas com bancos ganharam força nos bastidores. A Guará, seu outro empreendimento, também vai mal, muito mal, por não ter conseguido aplicar no Palácio dos Leões projetos milionários que lhe tirariam do buraco da crise e poderiam lhe render audiência acima do traço.

Andrea Murad

Principal calo do Palácio dos Leões na Assembleia Legislativa, a parlamentar do PMDB termina o ano mais forte do que entrou. Além de ser a única integrante da Casa a defender a total independência constitucional do Legislativo em relação ao Executivo, foi em razão de denúncias de Andrea Murad que uma empresa que submetia trabalhadores ao regime de escravidão teve suas portas fechadas. A empresa prestava serviços ao Governo do Maranhão e à Prefeitura de São Luís.

Pacovan

Considerado pelo Ministério Público e pelas polícias Federal e Civil como o maior agiota do Maranhão, o ex-vendedor de bananas Josival Cavalcante da Silva, mais conhecido por políticos e empresários como Pacovan, conseguiu na Justiça, pela quarta vez, a ser posto em liberdade, apesar das operações da Polícia Civil e da Gaeco encontrarem dezenas de documentos que compravam seu envolvimento no desvio de recursos públicos da merenda escolar, medicamentos, e do aluguel de máquinas e carros nos municípios maranhenses. Recentemente, ele também conseguiu na Justiça o desbloqueio de R$ 5.249.841,42 de empresas suas, quase o valor exato do dinheiro afanado dos cofres da Prefeitura de Bacabal, na gestão do ex-prefeito Raimundo Lisboa.

Natalino Salgado

Responsável pelo avanço da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o ex-reitor fecha o ano em quase unânime reconhecimento público da comunidade universitária, pelo quantidade de obras estruturais desenvolvidas nos campus - a maioria já entregue - e por ter ampliado as fronteiras do conhecimento e aberto novas oportunidades para milhares de jovens no estado. É altamente cotado para vice nas chapas dos principais candidatos a Prefeitura de São Luís, mas afirma reservada e publicamente que não pretende se envolver na política partidária.

Márcio Jerry

Homem forte do governo Flávio Dino, Jerry mostrou ao Maranhão que, após anos e anos estudando como combater a Oligarquia Sarney, acabou virando especialista em suas práticas. Além de empregar a mulher e até o ex-esposo da mulher no governo comunista, ele ainda sinecurou todas as suas cunhadas e um de seus irmãos, e perseguiu aliados espalhando práticas de propinagem dentro do governo. Ele termina o ano ainda ressuscitando o apelido de "Coveiro", ao enterrar a aliança entre o PCdoB e o PDT por querer lavar a alma elegendo o prefeito de Imperatriz em 2016. Além da questão pessoal, o secretário de Assuntos Políticos e Federativos também estaria de olho no super imposto da Suzano Papel e Celulose que passará a ser pago para o município a partir de 2017.

Humberto Coutinho

De padrinho a apadrinhado do governador Flávio Dino, o coronel de Caxias entrou para a história como o presidente mais submisso ao Palácio dos Leões de toda a Assembleia Legislativa do Maranhão. Além de ter sido enrolado na questão das emendas, nem mesmo o vinho e jantar mensal prometido aos colegas conseguiu sequer agendar com o comunista. Também viu seu poder diminuir em relação a candidatura ao Senado nas eleições de 2018. Teve como única vitória a pesada luta contra o câncer.

Sidney Pereira

Então vice-prefeito de Anajatuba, o dono de empresa fantasma ganhou o comando dos cofres da cidade após estranho e intransparente acordo com o Ministério Público do Maranhão, mesmo tento atuando na mesma organização criminosa que saqueou a Prefeitura de Anajatuba. Sidney Pereira é exemplo vivo de que "o crime compensa".

Weverton Rocha

Referência do PDT nacional, o deputado black bloc foi um dos mais atuantes parlamentares maranhenses de todo o Congresso Nacional em 2015, o que lhe rendeu a acensão ao alto clero da desejada lista anual do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que o considerou como um dos principais "operadores-chave" do processo legislativo. Saiu de licença numa manobra arrojada para dar lugar a Rosângela Curado por 120 dias, em contundente resposta a uma manobra do Palácio dos Leões. Por ter filiado as principais lideranças com chance de eleição ou reeleição em 2016, é reconhecido como único em todo o Maranhão a ameaçar concretamente a hegemonia dinista, inclusive com o poder de derrubar a candidatura de Flávio Dino em 2018.

Eliziane Gama

Dona da maior votação para a Câmara Federal, a deputada ganhou destaque pelas movimentações erradas mas que deram certo na promoção de sua pré-candidatura a Prefeitura de São Luís em 2016. Embora estagnada nas pesquisas, fecha o ano em liderança absoluta. Sofreu certo desgaste junto ao eleitorado por ser contra a redução da maioridade penal, mas ganhou novos adeptos pela excelente desenvoltura na CPI da Petrobras e pela independência que mantém em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Neto Evangelista

Se alguma entidade distribuísse esse tipo de prêmio, o secretário de Desenvolvimento Social do Maranhão seria o vencedor unânime do troféu "covarde do ano". O tucano foi a vergonha política de 2015, ao silenciar ao ato de truculência do governador Flávio Dino para com a sua sogra e prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge. Apontado no início do ano como um dos principais concorrentes à Prefeitura de São Luís em 2016, fecha o ano entregando sopas e calado, após tentar comprar briga, mas ser atropelado pelo neófito Fábio Macedo.

André Gossain

O excelente trabalho que vinha desenvolvendo a frente da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) não foi suficiente para manter o delegado no cargo. Embora tenha caído, destacou-se positivamente em 2015 por, somado ao que fez enquanto titular da Seic, ter enquadrado e desmentido publicamente o titular da SSP-MA, delegado Jefferson Portela, anilhado do Palácio dos Leões. Outros delegados que também caíram do cargo este ano preferiram silenciar.

Cleonice Freire

A ex-presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão fechou o ano manchada por greves e, principalmente corrupção, do alto ao pé de sua toga. Ele também colecionou dezenas de críticas de magistrados, que não encontraram nos fóruns sequer água para beber ou papel para qualquer tipo de serventia.

 

Ricardo Murad

O ex-secretário de Saúde do Maranhão foi perseguido pelo Palácio dos Leões, enfrentando com a coragem que lhe é peculiar a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa, direcionada apenas para o período em que esteve a frente da SES. A CPI morreu no nascedouro. Recentemente, também foi alvo de uma operação direcionada na Polícia Federal, a Sermão aos Peixes, que embora tenha encontrado diversos casos de corrupção nos governos Zé Reinaldo, Jackson Lago e até no governo Flávio Dino, resolveu concentrar esforços apenas em Murad. Nenhum dos três pedidos de prisão feitos pela PF contra ele foi aceito pela Justiça, por "fragilidade" de provas. Murad mostrou ainda força ao pautar o governo Flávio Dino, durante todo o ao de 2015,  por meio do perfil pessoal que mantém no Facebook.

Lidiane Rocha

A ex-prefeita de Bom Jardim ficou conhecida nacional e internacionalmente por ostentar nas redes sociais enquanto as crianças do municípios não tinha aulas e as escolas estavam sucateadas e sem merenda escolar. Chegou a desmoralizar a Polícia Federal, por nunca ter sido encontrada, mas acabou se entregando após um acordo esquisito com a Justiça Federal. De volta as redes sociais, voltou a ostentar, e ainda acusou a imprensa de "não ter Deus no coração" por julgá-la como corrupta.

Roseana Sarney

Quem acreditou que a ex-governadora havia se aposentado da política cometeu um erro de avaliação. De recesso das decisões políticas desde o ano passado, a peemedebista ressurgiu enquadrando o governador Flávio Dino, por tentar desviar a opinião pública sua de incapacidade de governar. Autora de quase todas as grandes obras construídas na capital, passou a ter seu nome cogitado a disputar a Prefeitura de São Luís em 2016 - com os olhos voltados para o Executivo estadual em 2018, devido a popularidade de Dino estar cada vez mais bicando. Assumiu o comando do PMDB maranhense, mas indicou e trabalha pela escolha do vereador Fábio Câmara no PMDB para a disputa municipal majoritária da capital.

Fernando Furtado preside sessão da AL-MA após levar prêmio de ‘Racista do Ano’
Política

Corporativismo da Mesa Diretora aponta que parlamentar não será responsabilizado por declarações racistas e homofóbicas proferidas em uma audiência pública no município de São João do Caru

Um dia após ganhar o prêmio de “Racista do Ano" de 2015, o suplente de deputado estadual no exercício do mandato, Fernando Furtado (PCdoB), mostrou que tem a proteção corporativista da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão e presidiu a última a sessão plenária do ano - os trabalhos deveriam terminar, na verdade, somente no dia 22, mas os parlamentares sempre decidem, de forma antirregimental e anticonstitucional, antecipar o recesso.

Na quarta-feira 16, o comunista foi premiado pela Survival International, movimento global que defende os direitos dos povos indígenas, pelos comentários racistas [e homofóbicos] feitos num discurso em julho deste ano, em que afirmou que se deveria deixar os indígenas da Amazônia morrerem de fome. Ele também os chamou de "um bando de veadinho” e disse que índios "não sabem nem trabalhar”. Ele só - e apenas - se retratou após causar indignação no Brasil e crise no Palácio dos Leões pelo fato de ser da base e do partido do governador Flávio Dino.

Após nota do PCdoB repudiando seu discurso de ódio, ele foi forçado a emitir uma retratação formal, em estratégia que serviu para abafar o caso pela Comissão de Direitos Humanos e das Minorias e pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Maranhão, presididas, respectivamente, pelos colegas de governo Zé Inácio (PT) e Fábio Macedo (PDT), que usaram de corporativismo em sua mais degradante versão para enterrar as representações protocoladas contra Furtado – lavradas pelo grupo Gayvota, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Cáritas Brasileira – Regional Maranhão, a Comissão Pastoral da Terra – Regional Maranhão (CPT-MA) e a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de São Luís – na Mesa Diretora, a mesma que desdenhou da Survival ao colocar Fernando Furtado na cadeira máxima do Legislativo Maranhense.

Survival International premia Fernando Furtado como “Racista do Ano”
Política

Comunista foi premiado pelos comentários feitos em discurso numa reunião com madeireiros e fazendeiros no município de São João do Caru

Fernando Furtado, suplente de deputado estadual maranhense no exercício do mandato pelo Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, foi o vencedor do prêmio “Racista do Ano" de 2015, promovido pela Survival International, movimento global que defende os direitos dos povos indígenas.

O comunista foi premiado pelos comentários feitos num discurso em julho deste ano, em que afirmou que se deveria deixar os indígenas da Amazônia morrerem de fome. Ele também os chamou de "um bando de veadinho”. Depois de causar indignação no Brasil e crise no Palácio dos Leões pelo fato de ser da base e do partido do governador Flávio Dino, Furtado foi forçado a emitir uma retratação formal, em estratégia que serviu para abafar o caso pela Comissão de Direitos Humanos e pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Maranhão, presididas, respectivamente, pelos colegas de governo Zé Inácio (PT) e Fábio Macedo (PDT).

Em discurso numa reunião com madeireiros e fazendeiros, Furtado referiu-se aos indígenas brasileiros nos seguintes termos: “Índio diz que não sabe plantar arroz. Então morre de fome, desgraça, é a melhor coisa que tem. Porque não sabem nem trabalhar”.

O discurso foi feito durante uma audiência pública, na qual o parlamentar do PCdoB compareceu a convite da Associação dos Produtores Rurais do município de São João do Caru, próximo à fronteira com o território indígena dos Awá, numa área de floresta rara pré-amazônica. Inúmeros incêndios iniciados por madeireiros ainda ardem furiosamente nesta área, ameaçando as vidas de centenas de indígenas da tribo Awá. O território também inclui um grupo de indígenas isolados, considerado um dos povos mais vulneráveis do planeta.

Fábio Macedo mentiu em nome da AL para proteger Fernando Furtado de cassação
Política

Representação contra deputado do PCdoB foi protocolada junto à Comissão de Ética da AL desde o dia 25 de setembro

Mentira tem perna curta e a do deputado estadual Fábio Macedo (PDT), presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Maranhão, criada para proteger o colega de Parlamento Fernando Furtado (PCdoB) de um processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar, foi descoberta.

Documento mostra que o próprio presidente da Comissão de Ética da AL faltou com a ética ao mentir para proteger o colega
SMDH Pelego Documento mostra que o próprio presidente da Comissão de Ética da AL faltou com a ética ao mentir para proteger o colega

O flagra foi feito pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), no final da tarde deste sábado 17, uma das cinco entidades de sociedade civil que assinam as cinco representações contra Fernando Furtado cobrando a responsabilização do parlamentar por suas declarações racistas e homofóbicas.

Pressionado pela população diante da inércia da Comissão de Ética ao crime de incitação à violência e ao ódio contra índios e homossexuais promovido por Furtado, Macedo faltou com a verdade em nota oficial, distribuída nessa sexta-feira 16, em que fala em nome da "transparência, ética e moral do Legislativo Maranhense". A nota foi publicada no site da própria Assembleia. Segundo o deputado do PDT, até então, não tramitava qualquer representação na Comissão sobre quebra de decoro parlamentar ou quaisquer denúncias que pudessem atentar contra a ética dos deputados da Casa.

"O presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Fábio Macedo (PDT), esclarece que até o momento não tramita nesta comissão, nenhuma representação de quebra de decoro parlamentar ou quaisquer denúncias que possam atentar contra a ética dos deputados desta Casa", diz trecho da nota.

Considerando como lamentável a atitude do parlamentar, a SMDH lembrou que, desde o dia 25 setembro passado, uma representação contra Fernando Furtado foi protocolada junto à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, e que o fato chegou a ser noticiado na imprensa da capital e no site da própria entidade, inclusive com arquivo para download da representação com o carimbo do protocolo da Assembleia.

"Se, até o momento, não foi aberto um procedimento na Comissão de Ética, presidida pelo deputado Fábio Macedo, consideramos lamentável", declarou a entidade.

Além da SMDH, as outras entidades que assinam as representações que Fábio Macedo disse que não existem são: o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Cáritas Brasileira – Regional Maranhão, a Comissão Pastoral da Terra – Regional Maranhão (CPT-MA) e a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de São Luís.

Suplente Fernando Furtado cala a boca de Gervásio Protásio e Nelma Sarney
Política

Parlamentar do PCdoB acusou magistrados de negociatas do TJ-MA. Presidentes da AMMA e da Corregedoria mantêm-se em silêncio

Lucius Antonius Rufus Appius. Este é o nome de um pretor da República romana que, durante o ano 44 a 27 antes de Cristo, decidia suas sentenças a favor de quem melhor lhe subornasse. Ao assinar as sentenças, ele utilizava as letras iniciais dos três primeiros nomes juntados ao último. Assim, Lucius Antonius Rufus Appius virava L.A.R.Appius, posteriormente transformado no nosso conhecido larápio, epônimo que saiu dos bastidores do poder após vazamento de um novo trecho do discurso feito pelo suplente de deputado estadual no exercício do mandato Fernando Furtado (PCdoB) contra membros do Tribunal de Justiça do Maranhão.

Ocupando um mandato que não é seu, Fernando Furtado calou sozinho todo o Poder Judiciário do Maranhão e seus corporativistas defensores
JR Lisboa/Agência Assembleia Falastrão ou cabra macho? Ocupando um mandato que não é seu, Fernando Furtado calou sozinho todo o Poder Judiciário do Maranhão e seus corporativistas defensores

No novo trecho de áudio gravado numa audiência pública realizada na cidade São João do Caru, no mês de julho - a mesma onde ele chamou indígenas de "veadinhos" e acusou o PT de saquear o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Maranhão -, o parlamentar afirma que alguns de seus colegas de bancada fazem lobby, junto a desembargadores do TJ-MA, para voltar prefeitos cassados ao cargo. Os supostos larápios, segundo Furtado, embolsam entre 100 mil a 200 mil reais por negociata.

- Eu fiz o meu pronunciamento incomodando alguns deputados que tem trânsito no Tribunal e fazem negociatas, pra poder voltar prefeitos com 100 mil e 200 mil [reais], em posto de gasolina. Porque eu fui passar uma noite de domingo em um posto de gasolina em São Luís pra flagrar uma negociata dessas com um genro de um desembargador, eu estava lá de madrugada vendo tudo. Porque podem fazer comigo duas coisas: ou eu perder o mandato ou eles me matarem, agora eu não vou me calar em nenhum momento - desafiou.

Como o comunista é deputado e do partido do governador Flávio Dino, porém, a costumeira vuvuzela cerceadora da imprensa utilizada pelos presidentes da Associação dos Magistrados do Estado do Maranhão (AMMA), Gervásio Protásio, e da Corregedoria-Geral de Justiça do Maranhão, desembargadora Nelma Sarney, não foi utilizada.

Desde o vazamento do áudio pelo blog de Domingos Costa na última terça-feira 6, Gervásio e Nelma não se atabalhoaram a emitir nota sobre as mais que insinuações, como no recente caso do decreto de prisão do empresário João Abreu pelo juiz Osmar Gomes, e utilizaram-se do que garante a Constituição da República em seu artigo 5º, inciso LXIII: o direito ao silêncio [, ainda que comprometedor].

Passados quase três dias completos, com desembargadores sendo acusados de vender sentença para voltar prefeitos corruptos ao cargo, isto é, com magistrados sendo chamados de larápios, até agora, nenhuma nota, nenhum tweet, nenhuma atualização em outros perfis nas redes sociais, nenhum pedido de retratação e muito menos alguma representação foi emitida. Talvez, no máximo, conversas ao pé de ouvido. O certo é que os chefões da AMMA e da Corregedoria foram calados por um suplente, que disse o que quis dizer e não perdeu o mandato, não morreu, mas pelo menos se calou. Língua solta, porém, só não se sabe até quando.

Entidades protocolam representações contra Fernando Furtado por racismo e homofobia
Política

Informações evidenciam que parlamentar agiu de forma incondizente com sua função, caracterizando-se quebra do decoro parlamentar, que pode levar à cassação do mandato

A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) e outras entidades protocolaram, na última sexta-feira (25), cinco representações contra o deputado estadual Fernando Furtado (PCdoB), cobrando a responsabilização do parlamentar por suas declarações racistas e homofóbicas, em uma audiência pública no município de São João do Caru (MA), a 246 quilômetros de São Luís. A informação é da SMDH.

As representações contra o deputado foram apresentadas ao Ministério Público Federal (MPF), à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) e à Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), bem como às comissões de Ética e de Direitos Humanos da Alema.

“Percebe-se, claramente, que (…) o parlamentar representado, além de praticar crime de racismo, comete também crime de incitação à violência e ódio contra os povos tradicionais maranhenses e de outras regiões brasileiras”, lê-se em uma das representações.

“Além da responsabilização pelos crimes de racismo e ódio, as informações reunidas nas representações evidenciam que o deputado agiu de forma incondizente com sua função, caracterizando-se assim a quebra do decoro parlamentar, que pode levar à cassação do mandato”, aponta o presidente da SMDH, Wagner Cabral.

Além da SMDH, assinam as representações o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Cáritas Brasileira – Regional Maranhão, a Comissão Pastoral da Terra – Regional Maranhão (CPT-MA) e a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de São Luís.

Entenda o caso

O evento onde ocorreu o referido discurso do deputado Fernando Furtado foi promovido em julho, por organizações de agronegócio e pecuária, na Câmara de Vereadores do município de São João do Carú. Na ocasião, se discutia como a desintrusão (medida legal que concretiza a posse da terra indígena a um povo) da tribo indígena Awá Guajá afetaria os negócios de proprietários de terras e agricultores da região.

“Lá em Brasília (…) os índios tudo de camisetinha [sic], tudo arrumadinho, com flechinha, um bando de veadinho”, diz o deputado em um trecho de sua fala. “Então é desse jeito que tá, índio já consegue ser veado, boiola, e não consegue trabalhar e produzir?”, vociferou o parlamentar.

Depois que as declarações foram publicadas pela imprensa, diversas organizações – dentre elas a Comissão de Direitos Humanos da Alema e o próprio partido do deputado (PCdoB) – divulgaram notas de repúdio às palavras de Furtado. Frente às manifestações de reprovação e à repercussão negativa do fato, o parlamentar divulgou nota pedindo desculpas, e repetiu a retratação na tribuna da Alema.

A legitimação das terras indígenas da etnia Awá-Guajá conflita com os interesses dos agricultores da região. O discurso do deputado é visto pelas organizações civis de defesa dos direitos humanos como uma conduta perigosa, que acirra divergências entre as populações nativas e o agronegócio, num território marcado por conflitos e assassinatos, a exemplo do líder indígena Eusébio Ka’apor, assassinado em abril último, e do ambientalista e liderança sindical Raimundo dos Santos Rodrigues, executado em agosto último.

Segundo a Funai, grupos inteiros dos Awá-Guajás já foram exterminados e outros sobrevivem em condições de alta vulnerabilidade, sendo pressionados pelo avanço da retirada de madeira e ocupações do território.

Confira as representações protocoladas:

CDHs da Alema 174

Comissão de Ética da Alema 172

MPF 176

PGJ MA 175

Presidência da Alema 173

Palácio dos Leões manda Fernando Furtado e Toca Serra abrandarem discussões
Política

Governo teme que disputa por Pedro do Rosário acabe respingando nos planos de Flávio Dino para 2018

A ordem já foi dada pelo Palácio dos Leões. Ou os suplentes de deputado no exercício do mandato Fernando Furtado (PCdoB) e Toca Serra (PTC) abrandam as discussões, ou eles deixarão antes do tempo combinado os respectivos cargos e voltarão a se ocupar com seus antigos afazeres.

Os Leões temem que, abafada a crise em que o comunista descatitou para cima de índios ao Tribunal de Justiça do Maranhão, um novo embate entre a dupla governista pela disputa do eleitorado do município de Pedro do Rosário volte a prejudicar os planos do governador Flávio Dino para nível nacional, que é o de concorrer à Presidência da República nas eleições de 2018.

Sem alternativa e sem votos suficientes para conquistar uma das 42 cadeiras da Assembleia, os suplentes se comprometeram, humilhantemente, a obedecer prontamente as ordens superiores, mudando tanto a forma de discussão como o modo de tratar o adversário.

Antes do puxão de orelha palaciano, os parlamentares trocaram diversas e duras farpas por meio de palavras que vão de "bandido" e"estuprador" à "laranja" e "envolvido com agiotagem".

Márcio Jerry manda e Faema exclui página que confirma Furtado representando Dino
Política

Federação foi obrigada a excluir postagem por receio de que oligarquia que a controla entre no centro das discussões

A Faema/Senar (Federação da Agricultura do Estado do Maranhão) foi obrigada a excluir de sua página institucional, nesta quarta-feira 22, postagem que confirmava que o deputado Fernando Furtado representava o governador Flávio Dino, ambos do PCdoB, quando agrediu verbalmente indígenas da terra Awá-Guajá.

Quem tenta acessar a página da Faema encontra o aviso que a página pode ter sido excluída
Faema/Senar E foi Quem tenta acessar a página da Faema encontra o aviso que a página pode ter sido excluída

A ordem para a exclusão partiu do secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Marcio Jerry Barroso, após a revelação de que o governador foi pego novamente na mentira. A pronta obediência foi em razão do medo do envolvimento da federação no olho do furação, que já ganhou repercussão nacional, pois a instituição é controlada há anos por uma oligarquia, a Coelho, de Furtuna.

Embora Flávio Dino tenha dito ao apresentador Chico Pinheiro, do jornal Bom Dia Brasil, que não estava sendo representado em São João do Carú, a Faema/CNA declara na página agora excluída que o parlamentar não só representava, como ainda falou em nome do governador do Maranhão no evento.

"Finalizando a reunião, o deputado estadual Fernando Furtado, (PC do B), que representou o governador Flávio Dino no evento, afirmou estar ao lado produtores rurais. Falou da sensibilidade do governador maranhense para com os menos favorecidos e conclamou a todos a participarem de ações junto ao Palácio dos Leões e Assembleia Legislativa", diz trecho da postagem.

Além do receio da oligarquia Coelho virar o centro das discussões, a Faema/Senar também levou em consideração para retirada da postagem o fato de Fernando Furtado ter representado Flávio Dino em um evento realizado para defesa da classe patronal, e não da trabalhadora.

O Atual7 tentou contato com a Faema, e Hilton Coelho, a assessora de imprensa da Faema, mas ambos não retornaram contato.

Abaixo, confira a reportagem excluída a mando de Márcio Jerry.

Print da íntegra da matéria que o auxiliar de Flávio Dino mandou excluir da página da Faema/Senar
Blog do Diego Emir Não adiantou Print da íntegra da matéria que o auxiliar de Flávio Dino mandou excluir da página da Faema/Senar
Faema aponta que Flávio Dino mentiu para apresentador do Bom Dia Brasil
Política

Governador se meteu numa conversa no Twitter para alegar que o deputado Fernando Furtado não o representava em evento

Com pouco menos de 10 meses de mandato, o governador Flávio Dino (PCdoB) segue faltando com a verdade nas redes sociais e sendo pego em mentira, logo em seguida. A mais nova do nariz de Pinóquio do Maranhão aconteceu no Twitter, na repercussão negativa para o governo e para o PCdoB após as declarações facínoras do deputado comunista Fernando Furtado contra indígenas da terra Awá-Guajá.

Flávio Dino diz que Furtado não o representava; Faema diz o contrário
Twitter Pinóquio Flávio Dino diz que Furtado não o representava; Faema diz o contrário

Durante interação do jornalista Chico Pinheiro, apresentador do jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, com uma usuária da rede social ao compartilhar reportagem do Estadão sobre o caso, Dino meteu-se no meio da conversa alegando que Furtado não o representava do evento, nem ao governo. " Informo que o parlamentar não estava me representando, nem ao governo. O PCdoB já divulgou nota oficial", declarou.

Postagem feita em site próprio pela Faema (Federação da Agricultura do Estado do Maranhão) aponta, porém, que o governador do Maranhão mentiu mais uma vez.

Publicada no dia 7 de julho último, a matéria informa que o parlamentar representava o governador do Maranhão na audiência pública com produtores rurais em São João do Caru, inclusive falando em nome de Dino sobre ações do governo e ainda conclamando os presentes a participarem das ações governistas junto ao Palácio dos Leões e à Assembleia Legislativa.

"Finalizando a reunião, o deputado estadual Fernando Furtado, (PC do B), que representou o governador Flávio Dino no evento, afirmou estar ao lado produtores rurais. Falou da sensibilidade do governador maranhense para com os menos favorecidos e conclamou a todos a participarem de ações junto ao Palácio dos Leões e Assembleia Legislativa", diz trecho da postagem.

Embora a Faema omita na matéria os ataques de Fernando Furtado aos índios, áudios vazados na internet e nas redes sociais mostram declarações de ódio e de preconceito feitas pelo representante do governador no evento.

"Lá em Brasília o Arnaldo [Lacerda, presidente da Associação dos Produtores Rurais de São João do Caru, Newton Bello, Zé Doca e Centro Novo, Aprocarú] viu, os índios tudo de camisetinha , tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de veadinho. Tinha uns três lá que eram veado que eu tenho certeza, veado. Eu não sabia que tinha índio veado, fui saber naquele dia em Brasília, tudo veado. Então é desse jeito que tá, índio já consegue ser veado, boiola, e não consegue trabalhar e produzir? negativo!", baforou Furtado.

 

Fernando Furtado insinua corrupção no Incra na gestão de Inácio e Monteiro
Política

Declaração foi dada na mesma audiência pública em que deputado do PCdoB atacou indígenas da terra Awá-Guajá

O deputado estadual Fernando Furtado (PCdoB) foi além de ataques à indígenas da terra Awá-Guajá, durante audiência pública organizada pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) e pela Faema (Federação de Agricultura e Pecuária do Maranhão) para discutir a desintrusão de terra por parte de produtores rurais de São João do Carú.

O deputado Zé Inácio, acusado por Furtado de ter gerido o Incra sob corrupção
Kristiano Simas/Agência Assembleia Suspeito O deputado Zé Inácio, acusado por Furtado de ter gerido o Incra sob corrupção

Após agredir verbalmente os índios, chamando-os de "bando de veadinhos", o comunista baforou também para cima do PT, partido da base aliada do governador Flávio Dino, e ainda insinuou corrupção no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Maranhão durante as gestões do deputado Zé Inácio e o também petista Raimundo Monteiro.

“Quando se fala em INCRA companheiros, vocês que não têm culpa de nada, mas sabem tanto quanto eu, o INCRA é uma caixa preta de desmando e de corrupção, desvio de conduta. Eu falo isso porque eu sei que pessoas, não vou citar nomes para não comprometer ninguém, mas tem uma colega de vocês que fazia as casas por ai, dos projetos e fazia miséria, comia o dinheiro, fazia as casas mal feitas. Eu tenho que dizer a vocês, porque hoje eu tenho o livre arbítrio de poder dizer a verdade que antes não podia dizer. Então eu preciso agora com esse novo governo lavar essa roupa suja e comercar a botar uma roupa limpa no varal. O nosso povo do Maranhão não merece isso, povo trabalhador, povo lutador, um povo que não quer esmola, esse povo quer seus direitos garantidos, respeitados para trabalhar. Então companheiros, eu quero dizer que aqueles parlamentares de ontem que esteve embreados com vocês, talvez tiveram um pouco de medo, de vim aqui onde tá o exercito fazendo desmando, olhar de perto, ir pra frente da luta com vocês, porque tiveram medo, iaí tem um ditado popular que diz ‘quem tem medo de morrer não nasce’, não nasce, não nasce. Então gente eu quero dizer a todos e a todas que é importante nesse momento que o companheiro Francisco, que os companheiro do INCRA, mesmo com toda a dificuldade hoje, porque eu conheço a história do INCRA quando Inácio esteve lá, quando o Monteiro teve lá, conheço quando todos do PT passaram por lá, no MDA no INCRA, infelizmente tem que ser dito, o PT se prostituiu”, declarou Furtado.

Repercussão

A nova revelação das declarações do deputado do PCdoB deve provocar estremecimentos entre o partido do governador e os petistas no Maranhão, e deve ter resposta na Assembleia Legislativa, onde o deputado Zé Inácio é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, com poder para enquadrar Fernando Furtado pelos primeiros ataques proferidos, contra os índios.

Além dos áudios já vazados das falas do parlamentar comunista contra os índios e contra os petistas, há ainda outros em que ele ataca a Igreja Católica, o juiz federal Carlos Madeira, o Tribunal de Justiça do Maranhão e os deputados Cléber e Júnior Verde.

Caso Fernando Furtado: Márcio Jerry foge de reportagem do Estadão
Política

Secretário foi procurado para comentar agressão de Fernando Furtado a indígenas, mas não retornou contato

Falastrão diante da tela do computador, o secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso, tremeu na base e fugiu de reportagem do Estadão, nesta segunda-feira 21, que o procurou para comentar sobre os ataques verbais do suplente de deputado estadual no exercício do mandato, Fernando Furtado, a indígenas da terra Awá-Guajá. Além de Jerry,  o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, também esquivou-se da reportagem.

"O secretário de Direitos Humanos, Francisco Gonçalves (PT) e o presidente do PCdoB no Maranhão, Márcio Jerry, foram procurados, porém ambos não responderam ao contato", diz trecho da reportagem sobre o caso.

No que diz respeito a Jerry, a fuga deve estar ligada a trecho da matéria em que o Estadão lembra que o auxiliar do governador do Maranhão também já protagonizou ataques a índios, no caso Guajajaras, quando chamou um grupo de indígenas que fazia uma greve de fome na Assembleia Legislativa de 'propineiros'.

O caso, na época, foi abafado pelo governo após pedido de exoneração feito assessora especial do governador, Simone Limeira, acusada de ter cobrado dinheiro para liberação de transporte para educação indígena, e que até hoje não conseguiu se explicar.

Mesmo com repercussão negativa do novo ataque a índios por um membro do governo e do PCdoB, a legenda no Maranhão adotou a mesma estratégia de abafar as agressões, limitando-se a apenas emitir uma nota em que diz condenar a "equivocada manifestação individual" de Fernando Furtado, mas silenciando sobre o fato do parlamentar estar representando o governador no evento e na data dos impropérios, bem como esquivando-se de expulsá-lo de seus quadros.

Furtado representava Flávio Dino quando chamou índios de ‘bando de veadinhos’
Política

Ataque a indígenas da terra Awá-Guajá ocorreu no dia 4 de julho passado, em São João do Caru

O suplente de deputado estadual no exercício do mandato, Fernando Furtado, representava o governador Flávio Dino, ambos do PCdoB, em uma audiência pública no município maranhense de São João do Caru, no dia 4 de julho passado, quando atacou verbalmente indígenas da terra Awá-Guajá, durante audiência pública organizada pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) e pela Faema (Federação de Agricultura e Pecuária do Maranhão) para discutir a desintrusão de terra por parte de produtores rurais.

Na ocasião, Furtado chamou os índios de 'bando de veadinho'.

“Lá em Brasília o Arnaldo (Lacerda) viu os índios tudo de camisetinha, tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de veadinho. Tinha uns três lá que eram veado que eu tenho certeza, veado. Eu não sabia que tinha índio veado, fui saber naquele dia em Brasília, tudo veado. Então é desse jeito que tá, índio já consegue ser veado, boiola, e não consegue trabalhar e produzir? Negativo!”. O deputado disse ainda que “índio diz que não sabe plantar arroz, então morre de fome, desgraça, é a melhor coisa que tem, porque não sabe nem trabalhar".

Por meio do Twitter, provocado durante diálogo do advogado Diogo Cabral e da jornalista Monica Waldvogel, o governador do Maranhão manifestou-se sobre as declarações preconceituosas proferidas pelo correligionário, afirmando discordar "de qualquer discurso nessa linha", mas silenciou sobre o camarada comunista estar no evento como represente seu, portanto ter falado os impropérios em seu nome.

Precedente

Não é a primeira vez que indígenas sofrem constrangimento protagonizados por membros do governo e do partido de Flávio Dino. No inicio do ano, índios Guajajaras foram chamados de 'propineiros' pelo secretário de Articulação Política, Márcio Jerry Barroso, ao realizarem uma greve de fome na Assembleia Legislativa.

O caso foi encerrado com um pedido de exoneração feito assessora especial do governador, Simone Limeira, acusada de ter cobrado dinheiro para liberação de transporte para educação indígena, e que até hoje não conseguiu se explicar.

Rixa entre suplentes do governo na AL termina em denúncias de estupro, laranja e roubo
Política

Representantes das bancadas do Seguro Defeso e da Agiotagem têm trocados farpas no plenário há dois dias

Se o secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos Márcio Jerry não vencer o vício das redes sociais e procurar trabalhar, a próxima sessão da Assembleia Legislativa do Maranhão deve terminar em porrada. Isto mesmo, em porrada. Se não caminhar para algo pior.

Adversários regionais em luta pelo controle do município de Pedro do Rosário, os suplentes de deputados estaduais no exercício do mandado Fernando Furtado (PCdoB), da Bancada do Seguro Defeso, e Toca Serra (PTC), da Bancada da Agiotagem, têm travado acirradas discussões na tribuna da Casa, trazendo à público denúncias de roubo de dinheiro público, substituição de nomes por laranjas e até de estupro.

Ambos afirmam ter provas do que falam contra o outro.

Na manhã da quarta-feira 2, Toca Serra usou a tribuna para denunciar que Fernando Furtado teria usado a própria esposa como laranja em Pedro Rosário, em substituição a ele próprio. Ainda segundo o irmão do prefeito de Pedro do Rosário, a Polícia Federal deveria fazer uma fiscalização em um sindicato de pescadores controlado por Furtado, onde um de seus aliados teria, inclusive, roubado uma moto pertencente ao município.

Ele denunciou ainda que a administração municipal anterior, da qual o deputado comunista fazia parte, teria desviado recursos públicos.

Em resposta, na manhã desta quinta-feira 3, foi a vez de Furtado utilizar a tribuna para chamar o adversário político de bandido e acusar o irmão de Toca Serra, José de Arimateia Souza Serra, o Zé Canela, de ter estuprado uma menor de 13 anos de idade.

Segundo o comunista, que afirma ter formulado denúncia contra Zé Canela no Conselho Tutelar de Pinheiro, o fato foi levado ao legislativo em decorrência de Toca Serra ter citado, na sessão de ontem o nome de sua esposa. “Zé Canela, que é irmão do deputado Domingos Erinaldo [Toca Serra] estuprou a própria afilhada. Estuprou a afilhada de 13 anos de idade, filha do senhor José Mendola, na cidade de Pedro do Rosário. E era isso que ele devia dizer aqui. Se ele quer briga eu vou mostrar para ele como é que se briga”, detonou.

Apesar do pronunciamento de Fernando Furtado ter provocado mal estar no Parlamento estadual, Fernando Furtado afirmou ter a convicção de que agiu de maneira correta.

“Daqui para frente ele vai ter que me respeitar. Apesar de alguns colegas desta Casa me pedirem para não fazer isso, eu tive que trazer um problema para a sociedade conhecer. Não vou me unir nem, me juntar com bandido”, finalizou.

Toca Serra, que já não estava no plenário, ainda não se manifestou, mas deve se manifestar na sessão da próxima segunda-feira 7, se, como já alertado, o secretário Márcio Jerry não sair do Twitter e procurar trabalhar.

Fernando Furtado apresenta projeto que propõe anistia aos servidores do TJ
Política

Os servidores foram prejudicados com os descontos nos salários referentes os dias em que permaneceram em greve no ano passado

O deputado Fernando Furtado (PCdoB) utilizou a tribuna nesta quinta-feira (2), para falar sobre o Projeto de Lei nº 138/2015 de sua autoria, que concede anistia aos servidores do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão que participaram de greve ou movimentos reivindicatórios realizados pelo sindicato de sua categoria, ocorridos em 29 de outubro de 2014, e de 13 a 24 de novembro de 2014.

Durante o seu discurso, Furtado criticou o excesso de liminares que o Tribunal de Justiça vem concedendo para decretar a ilegalidade das greves. “De imediato, sai uma liminar dizendo que a greve é ilegal, aquele movimento paredista é ilegal. Isso virou moda no país. São enxurradas de liminares que acabam dizendo que os movimentos grevistas são ilegais, e aí levam multas aos sindicatos”, disse.

Segundo parlamentar, através de uma dessas liminares, os servidores do próprio Tribunal de Justiça foram prejudicados com os descontos nos salários referentes os dias em que permaneceram em greve no ano passado, prejudicando ainda questões referentes a licença premium e remoção para outras localidades, o que motivou a elaboração do referido Projeto de Lei.

“Esta lei quer solicitar que sejam anistiados todos os trabalhadores que fizeram a greve e que tenham os seus salários descontados ressarcidos aos mesmos, para que possa ter trabalhadores com condições de poder   prestar grandes serviços relevantes que o tem feito à Justiça Estadual de nosso Estado”, lembrou Fernando Furtado.

O deputado falou ainda que a iniciativa é de grande alcance social e faz justiça à laboriosa classe de servidores do Poder Judiciário do Estado do Maranhão, que vem tendo seus direitos adquiridos postergados pela administração do Tribunal de Justiça do Estado.