O senador João Alberto Sousa

João Alberto recebe pedido de cassação do mandato de Delcídio do Amaral

Cacique maranhense anunciou prazo de cinco dias para decidir se aceita representação contra senador petista. Manobra deve atrasar início do processo

O senador João Alberto Sousa (PMDB-MA), presidente do Conselho de Ética do Senado Federal, recebeu, nesta quarta-feira 2, a representação protocolada na tarde de terça-feira 1º pelos partidos PPS e Rede com pedido de cassação do mandato senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na semana passada sob acusações de ter agido para interferir nas investigações da Operação Lava Jato.

Pelo Código de Ética do Senado, João Alberto pode arquivar sumariamente a representação contra Delcídio Amaral, se entender que não há elementos suficientes na denúncia
Veja Pedido de cassação Pelo Código de Ética do Senado, João Alberto pode arquivar sumariamente a representação contra Delcídio Amaral, se entender que não há elementos suficientes na denúncia

Pelo Regimento Interno da Casa, o cacique maranhense teria um prazo de cinco dias para decidir se aceita ou não a representação. Ele, no entanto, alega que esse prazo, que venceria no próximo dia 8, só começa a contar após um parecer da Consultoria Jurídica do Senado, para onde foi enviada a representação.

“Não vou atropelar os prazos. O presidente do Conselho é o guardião do Regimento do Senado e eu, nessa posição, manterei até o final”, declarou.

O prazo para a apresentação da defesa, neste caso, somente começará a contar depois da decisão de João Alberto sobre se aceita a representação. A expectativa é de que somente após o recesso parlamentar, em fevereiro do próximo ano, é que o processo comece a andar no Conselho de Ética.

Sobre o fato de ter votado contra a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de prender Delcídio do Amaral por obstrução da Justiça, João Alberto garantiu que não vai interferir na sua decisão sobre a aceitação do processo. “Naquele momento eu não aceitava o flagrante. E também não havia o contraponto, ele não havia se defendido. Agora nós estamos em uma outra situação. Irei votar e decidir de acordo com o que estiver nos autos”.

Ao se pronunciar sobre a demora de seu parecer sobre a cassação do senador petista, João Alberto lembrou dos processos contra os senadores Luiz Estevão e Demóstenes Torres, cassados pelo Senado, além de outros três senadores que chegaram a renunciar os mandatos para escapar da cassação. “Em nenhum desses casos demoramos menos do que 60 dias”, disse.

O Código de Ética do Senado prevê que o presidente pode arquivar sumariamente a representação, se entender que não há elementos suficientes na denúncia.


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