O deputado estadual governista e pré-candidato a prefeito de Chapadinha, Levi Pontes (PCdoB), saiu em defesa do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), e afirmou que o parlamentar federal “não recebeu como fantasma” pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Para Levi, que leu uma nota divulgada após a descoberta da sinecura, tudo não passou de uma “falha no lançamento” de pagamentos do sistema da própria universidade .
“Extraio desta nota de esclarecimento que o professor Waldir não recebeu como fantasma. O salário dele foi pago nesse período em razão da falha no lançamento no sistema do período do seu afastamento”, declarou Pontes, nessa terça-feira 17.
Aliado do governador Flávio Dino (PCdoB), Maranhão se locupletou em quase R$ 400 mil em salários da Universidade Estadual do Maranhão de fevereiro de 2014, último ano de governo da peemedebista Roseana Sarney, até janeiro de 2016, quando o Palácio dos Leões já estava sob comando de Dino. Ele é lotado no Departamento de Patologia do Centro de Ciências Agrárias da Uema como professor adjunto, e embolsava religiosamente cerca de R$ 16 mil mensais sem precisar ir trabalhar.
O pagamento era recebido de forma criminosa, pois o servidor público que assume cargo de deputado tem que ser afastamento imediatamente para só em seguida começar a exercer seu mandato parlamentar e ser remunerado.
Em fevereiro deste ano, após uma auditoria, Maranhão foi descoberto e notificado pela Uema a ressarcir aos cofres públicos o dinheiro que embolsou irregularmente. Um mês depois, ainda chegou a requerer da universidade o cálculo atualizado do valor a ser devolvido ao erário estadual, bem como a forma de proceder a referida devolução, porém até hoje não deu prosseguimento ao ressarcimento da verba e ainda posa de herói da democracia e da Constituição Federal sob os aplausos e direcionamentos do governador Flávio Dino, de quem se tornou mais próximo desde a iminência do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Apesar do recebimento marginal de salário por Waldir, o deputado Levi Pontes defendeu ainda que o presidente interino da Câmara não estaria agindo a margem da lei. A defensa de Pontes tem por base, segundo ele, no prazo estabelecido para a devolução dos quase R$ 400 mil embolsados por Maranhão como fantasma da Uema, que vai até o dia 10 de junho. Apesar da universidade ou a própria Secretaria de Transparência e Controle do governo Flávio Dino não ter denunciado o caso ao Ministério Público do Maranhão – que abriu investigação por conta própria, após tomar conhecimento do fato pela imprensa –, Pontes disse acreditar que o Palácio dos Leões não tentou esconder o crime do aliado dentro de seu próprio governo.
“A Uema adotou as medidas de bloqueio do salário e as cobranças do ressarcimento muito antes de ser divulgado pela mídia. Portanto, o deputado Waldir Maranhão tem até o dia 10 de junho para efetuar a devolução. Não houve nenhuma tentativa de obstruir, panos quentes ou omissão. A Uema agiu dentro da lei e com responsabilidade”, declarou o deputado.
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