Menos de duas horas após o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter sido afastado do mandato e do cargo por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o vice-presidente e titular interino do cargo, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), começou a articular a sua permanência na Presidência.
Contudo, conforme apurou o Atual7, tudo vai depender do próprio Eduardo Cunha. Aliados do parlamentar fluminense admitem que Waldir fica na Presidência da Casa apenas se o peemedebista decidir não renunciar ao cargo. Assim, Waldir ficaria em uma espécie de mandato tampão até o Conselho de Ética da Câmara definir a situação de Cunha.
Do outro lado, aliados do parlamentar fluminense pressionam Cunha a renunciar ao cargo para que seja deflagrada uma nova disputa pela presidência da Câmara. Entre os cotados para presidir a Câmara, caso Cunha renuncie, estão os deputados Jovair Arantes (PTB-GO), Rogério Rosso (PSD-DF), Hugo Motta (PMDB-PB) e André Moura (PSC-SE). Destes, o sergipano André Moura é o que aparece em melhores condições de liderar a Câmara.
Aliados da presidente Dilma Rousseff, do outro lado, querem que Waldir Maranhão fique na presidência da Câmara nos próximos dias. Eles acreditam que o parlamentar maranhense pode ajudar o governo a aprovar medidas positivas nessa reta final de mandato da presidente, como, por exemplo, o reajuste de 47% dos servidores do Poder Judiciário.
Em consulta à Secretaria Geral da Mesa, o Atual7 apurou que o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara é temporário. Somente haverá uma substituição em caso de vacância de cargo, o que pode ser declarado em caso de cassação, renúncia ou morte. Mas, se a situação ficar indefinida até o dia 30 de novembro, Waldir Maranhão acumularia as funções de presidente e de vice-presidente da Câmara. Esse acumulo também pode ocorrer por meio de revezamento dos membros da Mesa Diretora.
Sorridente
Waldir chegou na Câmara por volta das 11 horas e não disfarçava um sorriso poucas vezes vistos pelos corredores da Casa. Ele chegou a entrar de repente no plenário e realizou uma sessão relâmpago, mas, oficialmente, se manifestará sobre o caso somente no final da tarde, após sessão de debates que será aberta ainda na tarde de hoje.
Ao sair do plenário, ele foi diretamente para a sala da Presidência da Câmara dos Deputados, já assumindo a condição de presidente interino.
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