Apesar de ter abandonado a carreira acadêmica para se tornar parlamentar, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), atuou como professor fantasma da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), onde continuou recebendo o salário até pelo menos 2015. A informação foi publicada nesta quarta-feira 11 pelo jornal O Estado de S.Paulo, e confirmada pela reitoria Uema.
De acordo com o jornal, Maranhão recebia cerca de R$ 16 mil mensalmente. A irregularidade ocorreu de fevereiro de 2014 a dezembro de 2015, já no governo do aliado e mentor de articulações anti-impeachment, Flávio Dino (PCdoB), o que resultou em uma quantia de R$ 368.140,09. O pagamento é criminoso, pois o servidor público que assume cargo de deputado tem que ser afastamento imediatamente para só em seguida começar a exercer seu mandato parlamentar e ser remunerado.
Waldir Maranhão só deixou de receber os rendimentos após uma espécie de auditoria realizada na instituição. “Foi quando vimos que o nome do professor Waldir Maranhão estava lá, realmente de forma irregular”, disse à reportagem do Estadão o reitor da Uema, Gustavo Costa, que assumiu o comando da instituição em janeiro de 2015. De acordo com ele, o deputado do PP chegou a ser notificado a devolver os valores aos cofres públicos.
A reitoria disse que a decisão de colocar o deputado na folha de pagamento partiu da Secretária Adjunta de Gestão de Pessoas do Maranhão (Sagep). O órgão, porém, negou e culpou o setor de recursos humanos da Uema. Nem a instituição de ensino, nem a secretaria, trataram sobre a instauração de processo administrativo e nem sobre a aplicação de uma punição.
A assessoria de Waldir Maranhão foi procurada para tratar sobre o caso, mas não se pronunciou.
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