Apesar de alguns de seus adversários, por fina gentileza, alimentarem a ideia de que o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), é um bom homem, e que a única coisa que pode ser má nele é a forma como conduz a prefeitura da capital, um olhar mais atento, justamente a esses quase quatro anos de mandato do pedetista, mostra que a verdade não é bem essa.
Vejamos:
Um bom homem não fingiria que acabou com as filas na Central de Marcação de Consultas (Cemarc), no bairro da Alemanha, enquanto milhares de pessoas ainda madrugam na fila para pegar uma senha, depois madrugam novamente para conseguirem ser atendidas por um clínico geral, depois madrugam novamente para marcar um exame, e depois madrugam novamente para conseguir pegar uma nova senha de novo para, finalmente, após uma outra madrugada em filas, conseguirem ser atendidas por um especialista.
Um bom homem não diria que acabou com o engarrafamento no trânsito e melhorou o sistema de transporte coletivo, mesmo sabendo que o caos ainda continua nas ruas e avenidas da cidade, mesmo sabendo que a população paga caro, altíssimo, para chegar em casa ou ao trabalho após se espremer em ônibus super lotados e a maioria ainda velhos.
Um bom homem não aparecia no horário eleitoral gratuito mentindo que cumpriu todas as promessas que fez em 2012, mesmo sabendo que não construiu o Hospital Dr. Jackson Lago; que não construiu os elevados nos retornos da Forquilha e do Calhau; que não construiu a maternidade na Cidade Operária; que não construiu as 25 creches-escolas de tempo integral; que não construiu nenhuma UPA; que não deu atenção para a Zona Rural e para os bairros mais pobres; que não colocou GPS nos ônibus; não implantou os BRTs; não implantou as ciclovias; não implantou a Companhia de Engenharia de Tráfego e nem os corredores exclusivos para ônibus, dentre tantas outras promessas não cumpridas, mesmo tendo dinheiro em caixa, como os quase R$ 55 milhões gastos em publicidade e propaganda.
Um bom homem não se apropriaria, na maior cara dura, de obras de outros como se fossem suas, como os apartamentos construídos e entregues pelo programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida; ou as obras da ponte Pai Inácio, o Hospital da Criança, e a praça da Lagoa da Jansen e as ruas asfaltadas todas pelo governo estadual, e não com o dinheiro da prefeitura de São Luís.
Um bom homem, ainda mais se fosse mesmo evangélico, não envergonharia seus irmãos na fé, ao fingir que tudo está bem; ao fingir que trabalhou em prol da população; ao fingir que a educação, a saúde e a segurança pública de São Luís estão boas; ao fingir que os bairros mais pobres da cidade estão asfaltados; ao não agir com Justiça e se esquivar de abrir qualquer processo administrativo contra aqueles que desviaram dinheiro público em seu governo. Um bom homem não venderia como feitos seus coisas feitas somente após aperto do Ministério Público do Maranhão e da Justiça, como o caso da licitação do transporte público e do Aterro da Ribeira.
Edivaldo Holanda Júnior não é um bom homem.
Pior ainda. Ele não é um bom pai, não um bom marido e nem mesmo um bom filho.
Um bom pai, pensando em sua própria filha, não deixaria as crianças da rede pública de São Luís correrem o risco de ter o teto da escola desabando sobre as suas cabeças; não paralisaria o programa Leite na Escola; não deixaria que essas crianças comessem café com farinha ou tomassem só o café preto na merenda escolar — ou mesmo nada; não deixaria essas mesmas crianças, por duas vezes, mais de 100 dias fora da sala de aula por não pagar os salários de seus professores e cuidadores, ou se arriscando em canoas improvisadas para irem para a escola; não deixaria as unidades que abrigam essas crianças, mesmo não sendo filhos seus, mas pelo simples fato de ser pai, sem qualquer segurança.
Um bom esposo se envergonharia de utilizar o nome da esposa para se apropriar de um projeto que não nasceu na cabeça e nem no coração dela, mas na cabeça e no coração da diretoria de uma escola e que foi prontamente abraçado pelos pais dos alunos, mas usurpado quando tudo já estava pronto.
Um bom filho não deixaria de seguir os conselhos de seu próprio pai para passar a obedecer as ordens de um estranho, não permitiria que seu pai fosse humilhado por esse novo coronel maranhense. Um bom filho jamais desmentiria o próprio pai, ainda mais em público, envergonhando-o, para agradar o padrinho político.
Enfim, longe de ser um bom homem, um bom marido, um bom pai ou pelo menos um bom filho, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior está mais para um bom mentiroso, um bom enganador, um bom fingido, um bom ludibriador.
Ou você ainda acredita que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior é um bom homem?
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