Quase uma semana após a sabatina com o candidato a prefeito de São Luís, deputado Eduardo Braide, no programa Resenha, da TV Difusora, jornalistas, radialistas, apresentadores de TV e até mesmo blogueiros ainda comentam e ridicularizam o colega de profissão, Jeisael Marx, por ter agido com firmeza diante de um ataque do candidato do PMN ao blogueiro do Jornal Pequeno, John Cutrim.
O episódio teve início às 14 minutos 03 segundos da sabatina, quando Braide, após ser questionado pelo blogueiro a respeito da balneabilidade das praias da capital quando de sua gestão na Caema (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão), em vez de responder a pergunta, saiu-se pela tangente acusando Cutrim de estar “desinformado” e de o estar interrogando sobre o tema em razão de suposta “ligação com a Prefeitura de São Luís”.
Diante do agressão ao colega, aos 20 minutos e 06 segundos da sabatina, Jeisael Marx, educadamente, pediu ao candidato que não desviasse a entrevista ao nível de ataques aos jornalistas, de forma pessoal, por conta do local onde trabalham.
Eduardo Braide, então, de forma mal educada, cortou a fala de Marx, não permitindo que ele continuasse com a palavra. O profissional ainda tentou retomar a fala, mas foi novamente impedido pelo candidato. A partir daí, foi iniciada uma discussão entre quem estava com a palavra, que foi vencida, de forma correta, por Jeisael Marx. Contudo, ao ser questionado novamente a respeito da sujeira nas praias na época de sua gestão na companhia, Braide voltou a perder o equilíbrio, fez-se de vítima e fugiu mais uma vez do tema, alegando que estaria sendo atacado. De forma estratégica, trechos da discussão foram distribuídos rapidamente em grupos de WhatsApp e redes sociais, tratando Marx como desequilibrado. Alguns profissionais de imprensa, levados por essa estratégia de marketing e pela retórica – e ao mesmo tempo estilo palerma – de Eduardo Braide, também caíram no conto do candidato, e não só passaram a defendê-lo, como ainda a desqualificar Jeisael Marx.
O ATUAL7 defende o profissional e lamenta que jornalistas, radialistas, apresentadores de TV e até mesmo blogueiros, que deveriam todos ter agido justamente de forma contrária, tenham tomado esse tipo de atitude.
Diferente do que Eduardo Braide passou para o público do programa, e, lamentavelmente, alguns profissionais de imprensa seguiram, uma sabatina não é feita para a apresentação do programa de governo ou as propostas de um candidato. Para isso serve, e é onde deve ser utilizado, o tempo de TV e rádio, no horário eleitoral gratuito, e noutras mídias oficiais do candidato. Em qualquer sabatina, os temas abordados devem ser justamente os complexos, as situações embaraçosas do histórico político, a vida pregressa, os processos que já sofreu ou ainda sofre, as investigações de que é alvo, exatamente para emparedar e contrapor dados apresentados pelo candidato. O papel dos jornalistas numa sabatina é o de questionar e não o de assessorar o sabatinado.
Logo, Jeisael Marx agiu a todo tempo de forma equilibrada, profissional, contundente e incisiva, com o único objetivo de fazer com que o candidato Eduardo Braide aprendesse a respeitar os jornalistas, o veículo de comunicação que o convidou para ser sabatinado e respondesse se as praias estavam próprias ou não para banho, durante sua gestão na Caema.
Qualquer olhar mais atento no que aconteceu na sabatina, de forma transparente e sem paixões, vai concluir isso.
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