O atraso de uma semana na divulgação do laudo de balneabilidade das praias da Região Metropolitana de São Luís tem colocado em risco a saúde dos banhistas que se arriscam cair nas águas do mar.
Levantamento do ATUAL7 nos laudos de dezembro de 2016 a janeiro de 2017 do Laboratório de Análises Ambientais (LAA), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), mostra que o monitoramento feito em 21 pontos da orla marítima da capital e de São José de Ribamar são divulgados com sete ou até quase quinze dias após os aferimentos. Na prática, significa dizer que quem banhar nas praias este fim de semana terá conhecimento de que as águas estavam próprias ou impróprias apenas nas próximas semanas, quando o novo laudo for divulgado pela Sema.
Além de colocar em risco a integridade física de quem frequenta as praias, o atraso acaba gerando, ainda, a disseminação de dados falsos.
Dados reais
Na semana em que a Exame divulgou que o Maranhão despontava em ranking nacional como o estado da federação com o maior número de praias próprias para banho, por exemplo, ao menos três pontos estavam impróprios — dois na Ponta d’Areia (atrás do Bar do Dodô e em frente ao Hotel Brisa Mar) e um na praia de São Marcos (em frente aos bares do Chef e Marlene’s). A divulgação foi feita pela Sema no dia 11 de janeiro, um dia antes da reportagem da Exame ser publicada.
Contudo, os dados repassados pelo Palácio dos Leões para a revista, de que apenas um ponto estava impróprio para banho, eram referentes ao monitoramento realizado no período anterior, de dezembro de 2016 — mas divulgados somente no dia 6 de janeiro.
Já no último domingo 22, quando o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), gravou um vídeo imitando o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, para provar que as águas das praias da região metropolitana estão realmente limpas, a praia onde o comunista fez a gravação, no Calhau, estava com um de seus pontos poluído.
Mais: diferente do que Dino afirma no vídeo, o laudo do monitoramento desse dia não foi divulgado pela Sema até hoje, sendo de conhecimento oficial os pontos impróprios desse período devido matéria da agência de notícias do governo, como pode ser confirmado acima. Como o governador não diz na gravação em que ponto da praia do Calhau estava tomando banho naquele dia, com base no laudo atrasado divulgado apenas ontem, é provável que ele tenha caído com sua família em água imprópria.
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