A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) vai pagar R$ 23,8 milhões por meio da terceirização de serviços de copeiragem escolar, popularmente conhecida como manipulação de alimentos. A pasta é comandada pelo advogado Felipe Costa Camarão, que recentemente levou um puxão de orelha do Ministério Público em razão da falta de recursos pedagógicos a um aluno que necessita para a efetivação do direito fundamental à educação inclusiva.
Os contratos foram todos assinados no dia 17 de fevereiro último, tendo sido consagradas quatro empresas como fornecedoras da mão-de-obra: LSL – Locações e Serviços Ltda; Martins e Reis Transportes Ltda-ME; Globaltech Brasil Ltda; e R & P Treinamentos e Serviços Ltda.
Além de milionária, a contratação diverge do discurso de campanha eleitoral e de posse do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que prometia quebrar o ciclo vicioso mantido pelo regime anterior, da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), e realizar concursos públicos.
De propriedade dos sócios Francisco Alexandre de Sousa Sales e Gina Carla Gonçalves Carvalho, a LSL – Locações e Serviços Ltda é uma das que mais vai faturar com a terceirização. Dos sete lotes abertos pela Seduc, a empresa levou pelo menos quatro, e deve lucrar mais de R$ 14 milhões, num período de doze meses.
As outras três — Martins e Reis Transportes Ltda-ME; Globaltech Brasil Ltda; e R & P Treinamentos e Serviços Ltda — levaram um lote, cada. O contrato com a primeira foi fechado no valor de quase R$ 4 milhões; da segunda em quase R$ 3 milhões; e a última em quase R$ 2,9 milhões.
A Martins e Reis tem como quadro societários Luis Carlos Martins e Vera Lúcia dos Reis. A Globaltech pertence a Miguel Arcângelo Raposo e Maria de Lourdes Raposo. A R&P Treinamentos tem como único proprietário o empresário Romero Ricardo Almeida Rodrigues.
Cada copeira, em todos os contratos firmados por Felipe Camarão com as quatro empresas, vai custar mensalmente pouco mais de R$ 2,3 mil aos cofres do Estado.
Em tempos de crise financeira e econômica atingindo o país, se houvesse concurso público, o valor seria um ótimo salário para qualquer candidato da área, que necessitaria apenas de nível fundamental e, em alguns casos, a escolaridade poderia ser aceita mesmo que incompleta, para participar do certame e exercer as atividades.
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