O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e outros oito governadores dependem do entendimento do ministro Luis Felipe Salomão, relator da Lava Jato no Superior Tribunal de Justiça (STJ), para folgarem ou atolarem de vez o pescoço no maior lamaçal de ladroagem e corrupção já desbaratado pela Polícia Federal no país.
Todos são alvos de pedidos de investigação feitos pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com base nas delações premiadas de ex-executivos e ex-funcionários da Odebrecht.
Apenas dois deles — Fernando Pimentel (PT), de Minas Gerais; e Marcelo Miranda (PMDB), do Tocantins — já tiveram recebidos pelo STJ requerimentos para a abertura de inquérito no âmbito da Lava Jato. Os pedidos haviam sido enviados inicialmente pelo chefe da PGR, Rodrigo Janot, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, após análise e seguindo solicitação da própria PGR, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, repassou os processos para o STJ, onde tramitará uma eventual ação penal que possa surgir após as investigações e a apresentação de denúncia.
Se não forem coletadas provas suficientes de que as denúncias sejam verdadeiras, o STJ também pode decidir por arquivar o caso.
De acordo com informação do Superior Tribunal de Justiça, o ministro Luis Felipe Salomão aguardará o recebimento de todos os requerimentos para análise em conjunto — procedimento igual ao adotado por Fachin no STF. Pela PGR, atuará nos casos o vice-procurador-geral da República, Bonifácio de Andrada.
Para a torcida montada pela oposição, são graves os indícios de que o comunista pegou dinheiro por fora em 2010, e foi atrás do delator José de Carvalho Filho em 2014, em busca de dinheiro para as eleições daquele ano, mesmo tendo conhecimento de que a empresa já estava sendo investigada na Java Jato por financiamento ilegal de campanhas eleitorais e propinagem.
Em sua defensa, porém, o governador nega as suspeitas e acusações, se diz inocente e injustiçado.
Outros governadores
Além de Flávio Dino, que na planilha da propina da Odebrecht é identificado pelo apelido ‘Cuba’ e teria utilizado a senha ‘charuto’ para receber caixa 2, os outros pedidos de investigação que aguardam pela decisão de Salomão são contra os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); do Paraná, Beto Richa (PSDB); do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB); de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB); e de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD).
Há outros três governadores na lista de inquéritos abertos no STF por Fachin: Renan Calheiros Filho (PMDB), de Alagoas; Tião Viana (PT), do Acre; e Robinson Faria (PSD), do Rio Grande do Norte. Contudo, como os três são investigados com parlamentares, ganharam, por tabela, o direito de serem processados na mais alta corte do país.
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