O chefe da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), Luiz Gonzaga Coelho, não gosta que sua lentidão e silêncio sobre as investigações contra fantasmas da Assembleia Legislativa do Maranhão sejam criticadas. Usando a estrutura do órgão, ele acionou a Polícia Civil contra o editor do ATUAL7, Yuri Almeida, alegando haver sido atingido em sua honra.
A reportagem que feriu os brios de Gonzaga foi publicada em 2016, revelando que, somente de janeiro a outubro daquele ano, quase R$ 200 milhões foram empregados pelo presidente da Casa, Humberto Coutinho (PDT), para pagamento da folha de pessoal — inclusive de filhos e sobrinhos de desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Foi feita ainda uma comparação sobre o combate aos funcionários fantasmas em prefeituras do interior do Maranhão e aos do Legislativo estadual. Contra os primeiros, o Ministério Público tem por correto costume deflagrar operações de busca e apreensão na sede do Poder, como a Operação Descarrego. Contra o segundo, há solicitações de informações por ofício, quase sempre ignoradas.
No texto, foi destacado que, mesmo procurado, o PGJ não retornou as solicitações feitas pelo ATUAL7 a respeito do posicionamento do órgão sobre uma resolução administrativa aprovada pelos deputados que passou a permitir a lotação de funcionários que não precisam aparecer na AL-MA para bater ponto. Para Gonzaga, sua “a honra objetiva e a sua honra subjetiva foram gravemente lesionadas” pela publicação.
A pedido do procurador, o assessor-chefe da PGJ, Justino da Silva Guimarães, encaminhou a 1ª Promotoria Criminal da Capital a solicitação de distribuição da representação criminal contra Almeida. O caso está sendo acompanhado pela 9º DP do São Francisco. Gonzaga e Yuri Almeida já foram ouvidos pela delegada Katherine Silva Chaves Lima, responsável pela condução do inquérito.
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