Deputado condenado por lavagem de dinheiro quase quadruplica patrimônio
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Deputado condenado por lavagem de dinheiro quase quadruplica patrimônio

Stênio Rezende declarou em 2014 possuir mais de R$ 3,6 milhões em bens. Levantamento corresponde às declarações apresentadas à Justiça Eleitoral desde 2006

O deputado estadual Stênio Rezende (DEM), condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região a quatro anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro, quase quadruplicou o patrimônio durante os últimos três dos cinco mandatos na Assembleia Legislativa do Maranhão.

Os dados foram levantados pelo ATUAL7 junto ao sistema DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mostra a declaração de bens apresentadas pelos candidatos quando do registro das candidaturas.

Como a condenação se deu em razão do democrata se apropriar e desviar, dolosamente, o salário dos funcionários lotados em seu gabinete — inclusive inserindo dados falsos na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de uma servidora —, em tese, parte do aumento do patrimônio foi conquistado por meio do crime.

De acordo com o informado pelo próprio Stênio à Justiça Eleitoral, em 2006, ele possuía o total de R$ 982 mil em apartamentos, pedaços de terra, veículos e cabeças de gado.

Em 2010, o patrimônio subiu para exatos R$ 2.020.663,83 declarados, quando houve, segundo ele, o aumento em cabeças de gado, terrenos, aquisição de flats, sociedade numa empresa e aberturas de diversas contas bancárias para aplicação de dinheiro.

Na última eleição, em 2014, quando passou a ser o decano do Poder Legislativo estadual, Stênio Rezende declarou possuir R$ 3.601.000,00 em bens. O aumento, segundo informou, se deu em razão da adquisição de dezenas de novos hectares de terra, novos apartamentos, aumento do saldo nas aplicações financeiras e veículos de luxo.

Ficha suja e cadeia

Por conta da condenação, o deputado do DEM foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e está fora das eleições de 2018. Ele aguarda, em liberdade, por um milagre no Supremo Tribunal Federal (STF), que rediscutirá o entendimento sobre a possibilidade de prisão após sentença em segunda instância.

Caso o STF mantenha o entendimento do Plenário em 2016, que permitiu a prisão antes de esgotados os recursos nas instâncias superiores, Stênio deve ser preso pela Polícia Federal e cumprir a pena de reclusão no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, mais o pagamento de multa.



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