Eduardo Braide inicia gestão com discurso genérico e atos populistas
Política

Eduardo Braide inicia gestão com discurso genérico e atos populistas

Detalhamento sobre plano de vacinação contra Covid-19 e retorno às aulas seguem desconhecidos pela população. Nova gestão priorizou criação de peça publicitária e nova logomarca

A garantia de que estava pronto para administrar São Luís, repetida exaustivamente por Eduardo Braide (Pode) durante todo a campanha eleitoral de 2020, tem se mostrado falha em seus primeiros dias de gestão à frente do comando da capital. No lugar, até agora, tem sobrado despreparo e ausência de gestão.

No discurso de posse no parlatório da Assembleia Legislativa do Maranhão, por exemplo, Braide foi genérico, batendo na tecla, mas sem entrar em detalhes técnicos, que São Luís tem pressa, que ele foi eleito para governar e que sua gestão será para quem mais precisa.

Até quando apresentou o que seriam as prioridades de seu primeiro ano de gestão, também sem entrar em detalhes, disse apenas que conta com a ajuda de Esmênia Miranda (PSD) para ofertar ensino público de qualidade, que a vacinação contra a Covid-19 será iniciada tão logo a vacina esteja disponível e que encaminhará à Câmara de São Luís medidas no sentido de amenizar a crise que a população ludovicense vive por conta da pandemia. Sobre supostas metas para os 100 primeiros dias à frente do Palácio de La Ravardière, sempre sem qualquer detalhamento técnico, resumiu dizendo que determinou aos secretários municipais que apresentem e executem planos de ação neste período, “para que a população possa perceber que a Prefeitura de São Luís estará fazendo com que a vida da população possa melhorar na prática, no dia a dia”.

Eduardo Braide tem mostrado também que pretende traçar uma estratégia populista para manter sua militância ativa e fanática, principalmente nas redes sociais.

No perfil oficial da Prefeitura de São Luís do Twitter, por exemplo, das três publicações feitas pela nova gestão, nenhuma trata sobre planos e propostas de governo, mas apenas sobre a pessoa do prefeito, numa espécie de agenda pessoal populista.

No sábado 2, por exemplo, ele visitou o Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, no Centro da capital. Segundo a publicação, acompanhado do secretário municipal de Saúde, Joel Nunes Júnior, ele “conversou com funcionários, pacientes e acompanhantes; e determinou, providências sobre demandas mais urgentes do hospital”. Novamente, como no discurso genérico da posse, nenhum detalhamento sobre quais foram as determinações, quais as demandas mais urgentes encontradas, que recebeu as ordens, nem sobre prazo para a solução dos problemas encontrados.

Ainda naquele dia, uma nova publicação no Twitter mostra Braide reunido com o que seria o grupo de especialistas que ele diz ter formado, e volta ao repetir, novamente sem qualquer informação técnica, apenas que “a cidade terá uma vacinação rápida e segura, tão logo as vacinas sejam disponibilizadas”.

O mesmo populismo seguiu-se no domingo 3. Apesar de um projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal de São Luís por seu antecessor, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), já ter sido aprovado pelos vereadores, tornando a Feirinha São Luís permanente, Braide esteve no local, acompanhado da família, enquanto setores da imprensa local, que já haviam divulgado a aprovação do projeto de lei, divulgavam que o novo prefeito da capital cumpriu a promessa de manter o evento.

Apesar de, durante a transição, ter se dedicado e priorizado a aprovação de uma peça publicitária e nova logomarca para a administração municipal, até o momento, a gestão de Eduardo Braide sequer já publicou DOM (Diário Oficial do Município) –o poderia ser feito com edição extraordinária– efetivando a nomeação dos nomes titulares das secretarias municipais. Acéfala, a nova gestão municipal deixou para publicar o documento somente nesta semana, retroativo.



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