O governador Flávio Dino (PCdoB) confirmou, em publicação nas redes sociais, que vai se reunir com gestores municipais para decidir a respeito da adoção de medidas restritivas contra o avanço da segunda onda do novo coronavírus no Maranhão.
Inicialmente, o encontro será apenas com prefeitos da Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa), conforme antecipou o ATUAL7 mais cedo, e também de Imperatriz. Pela fala do comunista, não está descartada a decretação de restrição de circulação de pessoas e fechamento total de serviços não essenciais.
“Ainda não há decisão sobre lockdown estadual. Contudo, prefeituras tem competência para decretar medidas preventivas nos seus territórios, à luz da realidade local. Amanhã irei reunir com demais Poderes e convidei municípios da Ilha e Imperatriz, onde ocupação hospitalar é maior”, escreveu Dino, após o ATUAL7 revelar que o governador pretende acertar com os gestores municipais, inicialmente, a suspensão do atendimento presencial em serviço público e de aulas presenciais na rede privada de ensino, por até 15 dias.
Pressionado pela população nas redes sociais e com receio de que sua imagem seja arranhada nacionalmente devido à proximidade nas eleições de 2022, para não desagradar sozinho o grande empresariado, que tem feito lobby contra qualquer tipo de paralisação no setor econômico, a ideia de Flávio Dino é dividir com os prefeitos maranhenses, o Poder Judiciário e o Ministério Público a responsabilidade pela adoção de medidas restritivas e impopulares contra a Covid-19.
Segundo boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado da Saúde), divulgado neste domingo 28, o Maranhão chegou a 219.307 pessoas diagnosticadas com Covid-19 e 5.052 óbitos em decorrência da doença. Nas últimas 24 horas, o estado voltou a registrar mais 20 mortes provocadas pelo novo coronavírus, alta que não se repetia desde agosto do ano passado. O número de pacientes ativos também aumentou e chegou a 9.987.
A SES também confirmou, na sexta-feira 26, o registro do primeiro caso da variante P1 da Covid-19 no Maranhão. Classificada de “Variante de Preocupação” pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a P1 emergiu em Manaus e é apontada como uma das possíveis causas de reinfecção na Amazônia. Segundo estudos preliminares, a variante brasileira tem 20 mutações, três delas consideradas perigosas.
Antes da abertura para um acerto entre Flávio Dino e outros poderes, toda autoridade para tomada de ações contra a Covid-19 estava sendo colocada na caneta do juiz Douglas Martins, da Vara de Interesse Difusos e Coletivos —que não foi eleito nem jamais pleiteou o voto popular. O magistrado, inclusive, tirou férias em meio a nova provocação da DPE (Defensoria Pública do Estado) para que a Justiça venha praticamente gerir o enfrentamento contra a pandemia do novo coronavírus no lugar no Governo do Maranhão, prefeituras da Grande Ilha e de todos os municípios do interior maranhense.
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