Por 2022, Dino trai PCdoB e faz anúncio surpresa sobre saída antecipada do partido
Política

Por 2022, Dino trai PCdoB e faz anúncio surpresa sobre saída antecipada do partido

Governador havia declarado que só consideraria deixar a legenda quando não houvesse mais chances de aprovação de federações partidárias pelo Congresso

O governador Flávio Dino pegou de surpresa a cúpula do PCdoB, que deu a ele guarida na corrida pelo Palácio dos Leões em 2014 e 2018, e anunciou nas redes sociais nesta quinta-feira (17) que pediu desfiliação do partido.

Hostil, Dino até tentou demonstrar gratidão pela mais de uma década de militância comunista, mas fez questão de tornar público, ao seu modo, que a decisão pela saída ocorre em meio a desentendimentos que passou a ter com a legenda.

“Agradeço ao PCdoB a acolhida fraterna nesses 15 anos de militância. Diferenças que hoje temos, de estratégia e tática políticas, são menos importantes do que o meu reconhecimento ao papel histórico do partido na defesa de um novo projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil”, escreveu.

Embora iminente, a saída de Flávio Dino foi antecipada e sem diálogo. Nas últimas semanas, em diversas entrevistas, ele havia declarado que só consideraria deixar o PCdoB de fato após a discussão final sobre a proposta de federações partidárias que tramita no Congresso.

Segundo apurou o ATUAL7, apesar da possibilidade de aprovação de federações partidárias, o governador do Maranhão já se articulava, com ou sem fusão dos partidos, para deixar o PCdoB e ir para o PSB, por onde pretende concorrer ao Senado –apesar de ainda nutrir o sonho de ser vice na chapa de Lula (PT) ao Palácio do Planalto. A cúpula comunista, porém, defendia e esperava dele fidelidade e reconhecimento ao partido, e que permaneceria filiado em eventual aprovação da proposta de federações partidárias.

Desabituado a conflitos, porém, o governador buscou realizar o que já havia sentenciado para sua vida pública em 2022.

Nas redes sociais, da mesma forma que Dino saiu atirando, também sutilmente, recebeu de volta.

Secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano do Governo do Maranhão, o presidente estadual do PCdoB, Márcio Jerry, disse que respeita a decisão do “amigo e companheiro de lutas há quase 4 décadas”, mas também fez questão de externar sobre "diferenças de leituras e rumos em dada conjuntura” entre o agora ex-comunista e o partido.

Também se manifestaram respondendo na mesma medida o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e a candidata à vice-presidente na chapa de Fernando Haddad em 2018, Manuela d’Ávila (PCdoB-RS).

“Triste com a saída do PCdoB! Partido Comunista é como um trem, tem um destino”, escreveu Silva.

“Não acredito em saída individual para dilemas coletivos”, disparou Manuela, mas garantindo que estava se referindo, na verdade, à ela própria sobre a expectativa de que também deixe a sigla e migre para o PSB.



Comente esta reportagem