O governador Flávio Dino, do PCdoB, mudou o foco do movimento que marcou sua chegada ao comando do Palácio dos Leões.
Com o comunista no poder, o chamado ‘Diálogos pelo Maranhão’, criado para a construção do plano de governo a ser registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), escanteou o debate direto com a população e priorizou a aproximação com caciques de partidos que formam a coalizam de reeleição.
Agora, em vez de pequenas reuniões com Marias, Silvas e Josés, Dino escolheu discutir propostas para o maranhense num luxuoso hotel com líderes e representantes do PDT, PP, PPS, PROS, PSB, PT, PTB, PR, PRB, DEM, PEN, PTC e Solidariedade, maioria esmagadora formada por políticos da cria do clã Sarney, que permaneceu encastelada nos Leões com cargos, comando de secretarias de primeiro e segundo escalão e contratos milionários com o Executivo em troca da confirmação de apoio ao projeto hegemônico do governador.
Apesar de cercado por partidos com cadeira cativa na Lava Jato e de diversos políticos com prontuários preenchidos pela Justiça Federal por casos relacionados à corrupção, o governador garantiu durante o evento que, se reeleito, pretende deixar o Maranhão do passado para trás.
“Queremos continuar a governar com honestidade, probidade, transparência, efetivamente virando a página do passado no Maranhão”, declarou ele aos caciques.
Novo Capo di tutti capi — o chefe de todos os chefes, numa tradução livre —, Dino pretende ainda apresentar ao eleitor uma chapa majoritária Frankenstein.
Embora se diga ferrenhamente contrário ao impeachment de Dilma Rousseff e à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Flávio Dino lançou para uma das vagas ao Senado a deputada federal Eliziane Gama (PPS).
Antipetista, a parlamentar votou a favor da destituição da ex-presidente e pediu a convocação e a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal do líder da esquerda, por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.