PCdoB e Roberto Rocha foram a favor de Estado pagar R$ 200 milhões da Cemar
Política

PCdoB e Roberto Rocha foram a favor de Estado pagar R$ 200 milhões da Cemar

Partido do governador e senador maranhense fazia parte da base de apoio ao clã Sarney na época na privatização da empresa

O governador Flávio Dino (PCdoB) ingressou na Justiça, no final da tarde da última sexta-feira (13), com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra uma sangria de R$ 200 milhões nos cofres do Estado do Maranhão, que tem entre os protagonistas o seu próprio partido, o PCdoB, e o senador Roberto Rocha (PSB).

Então aliados ao clã Sarney quando da venda da Companhia Energética do Maranhão (Cemar) para a PPL Global LLC - posteriormente denominada Equatorial Energia S.A. -, em junho de 2000, o partido de Dino e o senador maranhense foram favoráveis ao Estado pagar a dívida milionária que seria da Cemar à empresa Remoel Engenharia Terraplanagem Comércio e Industria Ltda, controlada pelo empresário Miguel Nicolau Duailibe Neto, primo dos irmãos Jorge (marido de Roseana Sarney) e Teresa Murad (mulher de Fernando Sarney).

Coligado com a ex-governadora do Maranhão - com quem só rompeu após a apreensão do 1,3 milhão dos cofres da Lunus se tornarem de conhecimento público -, para manter-se no poder e manter poder sobre parte dos cofres do estado, o PCdoB silenciou quando a companhia energética foi privatizada a preço de banana.

Na época, o partido de Dino detinha três importantes cargos no governo de Roseana: o de gerente regional de Santa Inês, comandado por Marcos Kowarick; o de presidente do Instituto de Terras do Maranhão (Iterma), entregue a Stefano Silva Nunes; e o de diretor fundiário do Iterma, garfado por Eurico Fernandes.

Atualmente também rompido com o clã maranhense, o senador Roberto Rocha, então PSDB e a favor das privatizações no país inteiro, foi mais além.

Exercendo o cargo de deputado federal e uma das principais linhas auxiliares de Sarney no Congresso, Rocha participou ativamente das investigações da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, sobre as conseqüências financeiras da privatização da Companhia Energética do Maranhão, e da aprovação do relatório final que considerou esclarecidos todos os pontos sobre a privatização e também sobre a crise financeira da empresa.

Toda a articulação de Roberto Rocha pela privatização da Cemar - que levou centenas de trabalhadores ao olho da rua, com o fechamento de várias agências da companhia na capital e no interior - foi em favor do empresário Fernando Sarney, que sempre negou ser o verdadeiro dono da empresa que quer levar R$ 200 milhões nos cofres do estado.



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