O empresário Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, sócio de Jorge Murad, marido da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), numa pousada em Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses, conseguiu manter um contrato de R$ 2.270.692,02 no governo Flávio Dino, pela mesma fornecedora de mão de obra para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas durante o governo anterior, a Atlântica Segurança Técnica Ltda, perseguida pelo comunista durante o período eleitoral.
A permanência de Cantanhede nos cofres do estado foi celebrada pelo titular da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Marcellus Ribeiro Alves, que aditivou, no início de fevereiro, com o reajuste de aproximadamente 8,31%, um contrato que se arrasta com o governo estadual desde 2012, e prevê o fornecimento de guardas para fazer a segurança armada das unidades da Sefaz, pelo período de um ano.
Em setembro de 2014, sob acusação de Dino e do atual secretário de Articulação Política, Márcio Jerry, o sócio de Jorge Murad se envolveu em uma suspeita de possível fraude eleitoral. Uma outra empresa sua, a Atlântica Serviços Gerais, foi vencedora de uma licitação de R$ 2.999.499 para cuidar de uma série de serviços com as urnas eletrônicas no dia da eleição. Na disputa pelo contrato do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, a empresa de Luiz Carlos Carlos apresentou apenas o sexto melhor preço do pregão eletrônico, e entregou, segundo Jerry, um documento falso no processo licitatório para comprovar seus índices de liquidez e solvência.
Na época, a preocupação com o histórico de amizade entre o empresário e o casal Roseana Sarney e Jorge Murad levou o partido do governador a ingressar com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a revogação do contrato do TRE-MA com a Atlântica Serviços Gerais. O pedido foi negado pelo presidente do TSE, Dias Toffoli.
Governo de todos nós
Além dos mais de R$ 2,2 milhões que receberá pelos serviços de segurança e vigilância armada à Sefaz, somente nos três primeiros meses do governo Flávio Dino, a Atlântica Segurança Técnica já levou o total de R$ 3.049.208,68 dos cofres do estado, sendo a maior parte do bolo, R$ 2.211.292,72, por serviços prestados à Secretaria de Administração Penitenciária.
O restante da verba saiu da Secretaria de Educação do Maranhão e do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão – INMEQ.
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