O relatório do Comando de Policiamento Especializado (CPE), vazado um dia depois do resgate cinematográfico de quatro presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciária de Pedrinhas, mostra que a Inteligência da Secretária de Segurança Pública (SSP) do Maranhão e da Secretária de Justiça e Administração Penitenciária sabia e permitiu que os detentos conversassem com os criminosos por celular.
O documento chamado de “Operação Pedrinhas” relata em ordem cronológica os detalhes da ação realizada pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, pelo menos duas horas antes do ataque ao CDP de Pedrinhas, e revela que, como já acontecia no governo da peemedebista Roseana Sarney, adversária de Dino, os detentos continuam tendo acesso livre a aparelhos celular – que estranhamente funcionam perfeitamente dentro do complexo penitenciário.
Em um trecho, o relatório mostra que às 2h44 o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) alertou que os presos resgatados estavam se comunicando com o bando em tempo real, de dentro da unidade prisional, sobre o plano montado pelo Batalhão de Choque, inclusive informando a localização exata do posicionamento das três viaturas da guarnição.
“Por volta das 2:44h da madrugada do dia 05/04/2015, a guarnição da Choque 14 se encontrava ao lado do CDP, quando recebeu a ligação do CPU do Choque, onde o mesmo informou que as guarnições ficassem com atenção redobrada, e que se posicionassem em um lugar mais seguro, pois segundo informações passadas pelo CIOPS, teriam informantes de dentro do CDP, comunicando em tempo real a seus comparsas do lado de fora a posição exata das viaturas”, diz o trecho.
Quatorze minutos depois, ainda conforme o relatório, o bate-cabeça da SSP e da Sejap não conseguiu evitar o ataque. Conforme revelou o Atual7 na última quinta-feira (9), o delegado de Polícia Civil Roberto Larrat, comandante da Inteligência da Sejap, arregou na missão, deixando apenas uma viatura escondida no local para combater os criminosos, o que acabou facilitando o resgate dos detentos Adeilton Alves Nunes, Ilton Carlos Martins, John Lennon da Silva Lima e John Carlos Campos Silva.
Um outro detalhe que também chama atenção no resgate em Pedrinhas é que todos os quatro presos já estavam do lado de fora da cela no momento do resgate, com a grade já cerrada – provavelmente – há dias.
Sem segurança
A incompetência da SSP e da Sejap para dificultar que detentos escapem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas tem sido motivo de piada e vergonha nacional.
No dia 22 de março, quatro detentos fugiram com facilidade do Presídio São Luís 2. Sem rádio e sem arma, um vigilante de uma das guaritas foi obrigado a avisar a ocorrência da fuga em meio a berros.
Um dos fugitivos, que tropeçou e se feriu ao cair em trilhos que ficam atrás do complexo penitenciário, chegou a ser levado por um dos comparsas de “macaquinho”.
Deixe um comentário