A língua do governador Flávio Dino, do PCdoB, pode não ter quebrado algum caroço, mas acabou quebrando a cara de muita gente que acreditou e votou em seu projeto de mudança e fim das velhas práticas de raposas que enriqueceram e luxaram a custa do dinheiro dos cofres públicos do Maranhão.

Declarações do próprio comunista nas redes sociais, da época em que ele ainda estava fora do poder, davam conta de que um chefe de Estado alugar aeronaves para se locomover pelas cidades e pelo restante do país seria preferir "o uso eleitoreiro, imoral e ilegal" da verba que poderia ser usado para o benefício da população.

"Com os vários helicópteros e aviões alugados pelo governo do Maranhão, daria para propiciar um transporte eficiente e digno para pacientes graves que atualmente sofrem em ambulâncias na estradas maranhenses. E melhorar a segurança pública em todas as regiões do Estado. Mas a oligarquia prefere o uso eleitoreiro, imoral e ilegal", dizia.

Bastou apenas cinco meses e poucos dias no comando do Palácio dos Leões, porém, para que o governador do Maranhão tirasse a máscara.

Conforme revelado pelo Atual7 nessa quarta-feira (10), Flávio Dino pretende torrar, a partir do próximo dia 17, o total de R$ 13.956.876,00 (treze milhões, novecentos e cinquenta e seis mil, oitocentos e setenta e seis reais) com o aluguel de duas aeronaves, tendo como alegação principal que "exercício de suas atividades envolvem uma agenda intensa e diversificada de compromissos", e ainda que, pela "extensão do estado com 217 municípios, torna-se necessária a contratação de meio de transporte imediato, ágil e seguro". Em outras palavras, o governador não quer se dar ao trabalho de enfrentar os buracos e perigos que o cidadão comum enfrenta nas entradas.

Para que se tenha uma ideia do dispêndio, o valor é quase o dobro que foi gasto pela ex-governadora do Maranhão, a peemedebista Roseana Sarney, durante todo o ano de 2014, e mais da metade do que foi gasto durante os quatro anos do governo anterior, quando foram empenhados R$ 24.935.400,00 para pagamento da empresa PMR Táxi Aéreo.

Com o dinheiro, como atesta a frase de Dino, quando ainda era um simples cidadão que não vivia do suor da população, "daria para propiciar um transporte eficiente e digno para pacientes graves que atualmente sofrem em ambulâncias na estradas maranhenses", e inclusive manter em pleno funcionamento o total de 11 hospitais de 20 leitos pelo interior do Maranhão, que hoje se encontram fechados, apesar de serem novos e com equipamentos novos, por o governador alegar que não tem como continuar repassando a mísera ajuda de custo de apenas R$ 100 mil mês.

Com a mesma quantia, Flávio Dino manteria também com tranquilidade o tratamento de até seis bebês "Dudus", e evitaria a morte do recém-nascido Enzo, que morreu após ser transferido pelo Governo do Maranhão de um hospital privado em São Paulo para a infindável fila de espera por uma cirurgia em um hospital público, por o governo comunista negar o pagamento do tratamento para não "financiar riqueza sem justa causa para uma pessoa só".