Governo frauda Portal da Transparência e exclui pagamento feito pela Seduc à Pública
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Governo frauda Portal da Transparência e exclui pagamento feito pela Seduc à Pública

Pagamento à empresa de Daniela Cunha foi feito como prestação de serviços de publicidade e propaganda. Empresa de Zeca Pinheiro foi subcontratada pela Pública

Infográfico mostra caminho que parte do dinheiro da Educação pode ter percorrido. Restante pode ter parado no bolso de Daniela Cunha ou Áurea Prazeres
Atual7 Rota da corrupção Infográfico mostra caminho que parte do dinheiro da Educação pode ter percorrido. Restante pode ter parado no bolso de Daniela Cunha ou Áurea Prazeres

O governo Flávio Dino fraudou o Portal da Transparência, após reportagem do Atual7 desta segunda-feira (14), e excluiu o pagamento de R$ 1.262.688,94 (um milhão, duzentos e sessenta e dois mil, seiscentos e oitenta e oito reais e noventa e quatro centavos) feito à empresa Pública Consultoria, Contabilidade e Projetos Ltda, no início de junho, por serviços de "Publicidade e Propaganda" - apesar da empresa ser prestadora de serviços de engenharia.

Pertencente à advogada Daniela Roberta Duarte da Cunha, que responde a denúncia protocolada pela Corregedoria Geral da Polícia Federal em que é acusada de desvio de verba do erário, a Pública fechou um contrato suspeito com a Secretaria de Estado do Educação, por dispensa de licitação, em março passado, para a realização de serviços em obras de engenharia pactuadas com FNDE e BNDES, mas subcontratou uma das empresas do publicitário Zeca Pinheiro, a Escala Produção, para executar o único serviço prestado até então à Seduc, a produção das cartilhas do programa "Escola Digna", em um contrato de R$ 240 mil.

Minutos após o Atual7 revelar a suspeita de superfatura do contrato entre a Educação e a Pública, o governo estadual excluiu o pagamento de parte do R$ 3.802.949,36 (três milhões, oitocentos e dois mil, novecentos e quarenta e nove reais e trinta e seis centavos) que devem cair na conta da empresa de Daniela Cunha.

Cópia do pagamento - feita antes da exclusão pelo governo - mostra que, embora a finalidade da contratação seja de serviços de engenharia, empresa de Daniela Cunha recebeu mais de R$ 1 milhão por
Portal da Transparência Suspeita de corrupção Cópia do pagamento - feita antes da exclusão pelo governo - mostra que, embora a finalidade da contratação seja de serviços de engenharia, empresa de Daniela Cunha recebeu mais de R$ 1 milhão por "publicidade e propaganda"

Como o Portal da Transparência é atualizado via Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafem), a exclusão pode ter sido feita por meio de filtros instalados na geração dos arquivos extraídos do Siafem.

O Atual7 tentou, insistentemente, contato com o secretário de Transparência e Controle, Rodrigo Lago, mas ele não retornou as ligações e nem respondeu as mensagens enviadas que questionavam sobre a exclusão do pagamento já efetuado pelo governo à Pública.

Desde a primeira revelação da suspeita de escamoteio de dinheiro público, Lago tem faltado justamente com transparência, e fugido dos questionamentos feitos sobre os gastos de dinheiro público no governo Flávio Dino.

A reportagem ainda tentou contato com o secretário de Fazenda, Marcellus Ribeiro Alves - responsável pelo treinamento dado aos servidores que operam o novo Siafem 2015 -, e com a secretária de Educação, Áurea Prazeres, mas não conseguiu localizá-los até a publicação desta matéria.

Pagamento feito pela Seduc à Pública foi excluído do Portal da Transparência
Portal da Transparência Cadê o dinheiro que estava aqui? Pagamento feito pela Seduc à Pública foi excluído do Portal da Transparência



Comentários 3

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  2. Joice Paulino

    Eu acho é pouco. Quem manda esse povo acreditar que existe politico honesto. Votamos porque é nosso dever mas sao todos corruptos.

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