Se o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) tinha como chefe maior de seu governo a ex-primeira dama Alexandra Tavares, e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) tinha dono do Palácio dos Leões o seu marido Jorge Murad, o Jorginho, o governador Flávio Dino (PCdoB) segue a tradição e também possui em seu governo alguém que manda mais do que ele, porém sem gozar da mesma força e intimidade que usufruía os dois primeiros.
Pelo menos é o que se pode colher de uma perseguição iniciada pelo secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry Barroso, para derrubar o neo desafeto Carlos Alberto Ferreira da Silva, diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão, mas que resultou em nada.
Braço direito do presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT), deste o tempo de coisas ainda ocultas em Caxias, Carlos Alberto seguiu ordens do próprio Coutinho e agiu nos bastidores para abafar na mídia anilhada os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na AL para apurar supostas irregularidades no programa Saúde é Vida durante a gestão do ex-titular da pasta, Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Humberto Coutinho é chefe do clã que controla uma maternidade privada e outra pública em Caxias.
Informado da operação pelos deputados Othelino Neto (PCdoB) e Rogério Cafeteira (PSC), respectivamente vice-presidente e líder do governo na Assembleia, sem força para peitar diretamente o presidente de Assembleia, Márcio Jerry abriu então campanha nos bastidores para queimar Carlos Alberto, espalhando a notícia intimidadora de que a cabeça do titular da Comunicação legislativa estadual havia sido pedida por cinco deputados da base governista. Mais medroso e mais fraco que o próprio Jerry, um dos apontados como carrasco da trupe, Fernando Furtado (PCdoB), tratou logo de esclarecer que não fazia parte do quinteto, e ainda desautorizou Cafeteira e Eduardo Braide (PMN) de incluírem sem nome na empreitada.
Com a baixa, Jerry aproveitou então um deslize de Carlos Alberto, que declarou algumas verdades sobre Dino e seu governo em um grupo de WhatsApp pertencente a uma assessora de Othelino, e mandou printar e espalhar a conversa. Na cabeça do quase Alexandra-Jorginho de Flávio Dino, o fato do secretário de Comunicação ter dito que “é preciso parar com esta história de tudo é culpa de Sarney” e que “agora tem governador, mas não tem governo” seria forte o suficiente para derrubar o braço de Coutinho da AL.
Passada uma semana da crise, porém, apesar da força inegável que tem na dinastia, Márcio Jerry recolheu-se ao perceber que a intimidade e poder que goza sobre o governador do Maranhão é não é tão forte assim ao ponto de conseguir derrubar Carlos Alberto.
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