A deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) deixou o governador Flávio Dino (PCdoB), na tarde desta terça-feira 15, por assim dizer no popular, com o coração na mão.
Explica-se:
O dono da empresa UTC, Ricardo Pessoa, que delatou ter repassado pelo menos 62 milhões de reais em propina para irrigar de maneira travestida de legalidade campanhas de mais de uma dezena candidatos de sete partidos, incluindo legendas oposicionistas e da base de sustentação do governo, prestou depoimento nesta terça-feira 15 na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, da qual Gama faz parte.
Durante as oitivas com Pessoa, a deputada federal se inscreveu para fazer perguntas ao empreiteiro, sendo inclusive instigada pelo Atual7, via Twitter, para que o questionasse a respeito da doação feita ao governador do Maranhão na campanha eleitoral de 2014, quando a UTC beneficiou Flávio Dino com 300 mil reais, divididos em dois cheques, um de 200 mil reais e outro de 100 mil reais, depositados na conta da direção estadual do PCdoB, que repassou o dinheiro suspeito à campanha de Dino.
Apesar da importância do questionamento, já que tanto o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, como a própria Polícia Federal afirmaram que as doações das empresas da Lava Jato declaradas à Justiça Eleitoral podem ser pagamento de propina, Eliziane Gama protegeu o comunista, e evitou a pergunta, limitando-se a querer saber apenas se Fernando Pessoa toparia uma acareação com o ministro-Chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante e, havendo, como teria sido a participação da presidente Dilma e do ex-presidente Lula no esquema.
Segundo investigações da PF, o dono da UTC é considerado o líder do cartel de construtoras que combinava resultados de licitações na Petrobras mediante pagamento de propina a políticos. Ele colabora com as investigações por meio de um acordo de delação premiada, cujo conteúdo ainda é mantido em sigilo pela Justiça.
Por causa desse sigilo, suspeita-se ainda que o governador Flávio Dino esteja sendo protegido pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em conluio com o subprocurador Nicolao Dino, braço direito e esquerdo de Janot e irmão do comunista.
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