O ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, durante almoço com jornalistas, no hotel Luzeiros

Justiça Federal volta a negar pedido de prisão preventiva de Ricardo Murad

Roberto Veloso acolheu parcialmente os pedidos da PF e mandou recolher o passaporte do ex-secretário

O juiz federal Roberto Carvalho Veloso negou, no final da tarde desta quinta-feira (19), o pedido de prisão preventiva do ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, investigado na Operação Sermão aos Peixes, da Polícia Federal, por supostos desvios de verbas da pasta entre 2010 e 2013.

Esta já é a terceira vez que a Justiça Federal nega pedidos de prisão do ex-secretário. As outras duas foram negadas na terça-feira 17 e na quarta-feira 18. O magistrado alegou que, como já havia indeferido a prisão anteriormente, só uma “mudança na situação anterior” justificaria a concessão da medida.

“O que há de novo é a alegação da destruição e ocultação de provas […]. A comprovação dessa alegação, no entanto está muito frágil, porque a folha de papel apresentada como queimada, conforme se verifica da imagem juntada na representação, é de uma página de caderno escolar na qual está escrito um valor de R$ 23.000,00 e uma conta de subtração desta quantia de RS 9.485,00, porém sem indicativo de relação com os fatos investigados. Não há nome de nenhuma pessoa física ou jurídica que tenha afinidade com os fatos apurados. Apenas para anotar, o desvio que se apura nestes autos, segundo anúncio da autoridade policial, é de R$ 1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos milhões de reais)”, destacou.

Na decisão, o magistrado acolheu, porém, parcialmente, os pedidos da PF e aplicou medida cautelar prevista no artigo 319 do Código de Processo Penal, que recolhe o passaporte do ex-secretário e o impede de se ausentar da Ilha de São Luís sem autorização da Justiça. O juiz também concedeu mandado de busca e apreensão a ser cumprido na residência de Samira Murad, irmã do ex-secretário, localizada no Olho d’Água, em São Luís.

Ontem, o terceiro pedido de prisão preventiva havia recebido parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF). A PF baseou a solicitação na suspeita de destruição e ocultação de provas dos supostos desvios. A mesma suspeita motivou a busca e apreensão na casa de Samira. Os quatro agentes que estiveram na casa, porém, nada encontraram.


Comentários

6 respostas para “Justiça Federal volta a negar pedido de prisão preventiva de Ricardo Murad”

  1. Avatar de augusto pereira de carvalho
    augusto pereira de carvalho

    SOLTA FOGUETE POR ENQUANTO, MAS A CONDENAÇÃO DELE E DOS BLOGUEIROS BENEFICIÁRIOS DA ROUBALHEIRA É CERTA, AÍ OS CARIDOSOS!

  2. […] Na quarta-feira 18, em título político publicado em seu site institucional, o MPF divulgou que "também quer a prisão de Ricardo Murad", ex-secretário de Saúde do Maranhão, também apontado pela Polícia Federal como chefe da suposta Orcrim que teria desviado a soma bilionária do Fundo Estadual de Saúde, composto também por recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS). Pela terceira vez, porém, o juiz federal Roberto Carvalho Veloso, pela fragilidade das provas juntadas nos autos pela PF, decidiu por negar o pedido de prisão, enterrando as pretensões de quem tentava colocar e queria ver Murad na cadeia. […]

  3. […] em Murad. Nenhum dos três pedidos de prisão feitos pela PF contra ele foi aceito pela Justiça, por "fragilidade" de provas. Murad mostrou ainda força ao pautar o governo Flávio Dino, durante todo o ao de 2015,  por meio […]

  4. […] de prisão preventiva, 60 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de condução coercitiva, entre eles a do ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, a Operação Sermão ao Peixes fechou 2015 com a promessa de novas investigações e prisões para […]

  5. […] de prisão preventiva, 60 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de condução coercitiva, entre eles a do ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, a Operação Sermão ao Peixes fechou 2015 com a promessa de novas investigações e prisões para […]

  6. […] Murad sempre negou as acusações, e se livrou na cadeia após sucessivos pedidos de prisão contra ele. […]

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