O governador Flávio Dino (PCdoB) mostra-se cada vez mais um legítimo político camaleão: evolui na natureza de modo a preservar-se, adapta-se ao meio mudando de cor que se traduz por uma camuflagem, e usa a língua comprida para atingir o fim específico.
Em mais uma investida para aparecer na mídia nacional e para a presidente Dilma Rousseff (PT) como homem inteligente, preparado, e que está preocupado apenas em ajudar o país a superar a crise econômica atual, Dino propôs em artigo publicado na Folha de S.Paulo um diálogo entre os dois principais partidos brasileiros, o PT e o PSDB. Para o comunista, "o Brasil precisa de um pacto para enfrentar a crise econômica que penaliza as famílias", e defende ainda: "o Brasil precisa de serenidade, grandeza e humildade. Precisa de diálogo e de coragem para mudar. Isso só será possível a partir de um diálogo entre governo e oposição".
Quando o assunto é a salvação do Maranhão, porém, serenidade, grandeza e humildade - além de coragem para mudar -, são algumas das virtudes que o governador não tem.
Em junho, o ex-governador e padrinho de Flávio Dino, o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB-MA), lançou proposta igual, também em o periódico, o Jornal Pequeno, para tirar o Maranhão da crise. A proposta lúcida e fora do palanque, chamada de Pacto pelo Maranhão, tinha como mote a união da classe política em prol do desenvolvido do estado, isto é, a união política entre Dino e o ex-presidente e senador da República, José Sarney (PMDB-AP).
"O que pretendo é unir todos pelo desenvolvimento do Maranhão. É escolher pelo debate alguns projetos realmente fundamentais para alavancar o crescimento do estado e melhorar a vida sofrida de nossa população. Entre nós temos vários políticos de enorme prestígio, a começar pelo governador Flávio Dino e pelo ex-presidente José Sarney, juntando senadores, deputados federais e estaduais. Temos força política para, juntos nesse propósito, conseguirmos grandes avanços, desde que todos puxem numa só direção. O momento é de imensa dificuldade. O país quebrado, o governo federal politicamente paralisado por uma crise que começou política, indo em seguida tomar conta da economia e agora é social, com a inflação e o desemprego batendo à porta", justificou em um dos trechos, e finalizou: "Nossa sociedade não perdoará a nós políticos, se não nos unirmos em torno do projeto maior que é o desenvolvimento do Maranhão. Essa é a finalidade maior de estarmos na política, com ou sem mandatos (...) Não se trata de rendição e nem de submissão. Trata-se do Maranhão!".
Na época, porém, ao contrário do que tenta passar pela mídia nacional sugerindo a união do PT e o PSDB, o governador camaleônico reagiu ao Pacto pelo Maranhão de duas formas: a primeira guardando a língua por um momento em silêncio sepulcral, revelando desdém à proposta de Zé Reinaldo; a segunda, capitaneada pelo secretário de Assuntos Políticos e Federativos, Márcio Jerry Barroso, saiu dando rabanadas no aliado e padrinho por meio da mídia financiada pelo Palácio dos Leões.
É que é assim que o camaleão dialoga com as suas presas: com a língua e com o rabo.
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