O vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem afirmado a interlocutores que, em um eventual governo, dará como prioridade atender às necessidades de governos estaduais de coalização e dos gestores que não entraram diretamente na disputa política relacionada ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Integrantes do PMDB afirmam que isso é um claro recado ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que trabalhou intensamente contra o impeachment da presidente Dilma. Fontes próximas ao vice-presidente afirmam que Temer achou “desnecessária” a intromissão de Dino em assuntos relacionados ao impeachment presidencial.
Além disso, um outro fator que pode complicar a gestão Dino no futuro, caso Temer assuma o governo, é a influência do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) e da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Ambos devem ter espaço cativo na administração peemedebista e já foram chamados por Temer a ajudar a dar os rumos do próximo governo.
Atualmente, até mesmo integrantes do governo admitem que Dino fez uma “aposta errada” ao fazer campanha em favor da presidente Dilma. O maior erro, na avaliação de membros do governo, foi fazer uma aposta na “fidelidade do PP”. “Se nem Lula conseguiu o apoio do PP, Dino dificilmente conseguiria”, disse um interlocutor do Palácio do Planalto ao Atual7.
Outros governadores que se manifestaram oficialmente contra o impeachment, como Wellington Dias (PT-PI), já começam a articular uma aproximação com Michel Temer. O vice-presidente tem se aproximado sobremaneira do PSDB mais ligado ao senador José Serra (PSDB), o que deve facilitar a interlocução do peemedebista com estados como São Paulo e Paraná. Na região Nordeste, Temer tem dito a aliados que pretende priorizar estados como Pernambuco e Bahia, que se declararam amplamente a favor o impeachment e cujas bancadas trabalharam pela saída da presidente Dilma Rousseff.
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